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O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - Gostava que nos dissesse - porque isto releva politicamente - se nos pode provar aqui que a Sr.ª Ministra disse o que V. Ex.ª diz que o Dr. Salvado disse a V. Ex.ª que ele disse. Isso, para nós, é que releva. Gostava que precisasse esta parte, além de outras que eventualmente não respondeu, mas deixo-as para outras intervenções.
Registo também que a Sr.ª Procuradora afirmou aqui que desde que se demitiu - também para constar em acta - não manteve qualquer contacto com nenhum Sr. Deputado presente ou ausente, por si ou por interposta pessoa.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Dr.ª Maria José Morgado.

A Sr.ª Dr.ª Maria José Morgado: - O Dr. Adelino Salvado disse-me, a mim, não estou a desvirtuar a realidade, que a Sr.ª Ministra não queria que eu continuasse na Polícia Judiciária por excesso de visibilidade. Disse-o a mim, ao Dr. Bonina, a toda a gente da Relação, a jornalistas, a muita gente. Há muita gente que ouviu isso e por motivo apelido este facto como sendo uma facto notório. É este o facto. É assim e eu não ia inventar uma coisa destas. Não era possível inventar com esta fundamentação de excesso de visibilidade e com todo este dramatismo de não tomar posse se eu não aceitasse continuar. O Dr. Bonina sabe que isso aconteceu e na Relação toda a gente sabia que o Dr. Adelino Salvado dizia que estava com problemas porque a Ministra não queria que eu continuasse na Polícia Judiciária. Isto foi-me dito por ele e também a muitas pessoas, sem nunca o ter desmentido, a não ser na 1.ª Comissão.
Pronto. Fico aqui à mercê das minhas palavras, mas é assim.
O que é que o Sr. Deputado perguntou mais?

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - Referi-me às contradições entre as suas declarações na 1.ª Comissão quando disse que não tinha tido relações com os Ministros da Justiça e, afinal, há pouco referiu que tinha tido reuniões com o Ministro António Costa.

A Sr.ª Dr.ª Maria José Morgado: - Sr. Deputado, as reuniões que tive com o Dr. António Costa foram reuniões de uma comissão e quando falo nesse tipo de contactos são os contactos feitos com a tutela. Não tinha contactos directos com a tutela por força do exercício das funções. Tive reuniões no âmbito da Comissão de Análise e Estudo para a Legislação Económico-Financeira. Penso que isso está explicado.
Quanto aos contactos por interposta pessoa, o Sr. Deputado quer ter a delicadeza de me dizer quem é a interposta pessoa? Importa-se? Será o meu marido?

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - Sr.ª Procuradora, convirá que quero dizer exactamente aquilo que disse e perguntar exactamente aquilo que perguntei. V. Ex.ª responderá também como disse ou pode alterar, se pretender…

A Sr.ª Dr.ª Maria José Morgado: - Sim senhor! A sua frontalidade é notável! Mas penso que se está a referir ao meu marido.

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - Estou a cogitar!

A Sr.ª Dr.ª Maria José Morgado: - Está a cogitar. Mas julgo que se está a referir ao meu marido porque ele tem amigos na…

Protestos do Deputado do CDS-PP Nuno Teixeira de Melo.

Ai não? Então esses são fantasmas! Eu não raciocino com base em fantasmas, Sr. Deputado. Os fantasmas não me afligem. É o que se chama uma pergunta fantasma, Sr. Deputado.

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - Mas a resposta não!

A Sr.ª Dr.ª Maria José Morgado: - A resposta não é fantasma?

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, se a Sr.ª Dr.ª Maria José Morgado não deseja responder mais…

A Sr.ª Dr.ª Maria José Morgado: - Sr. Deputado, eu tenho mais que fazer do que andar em encontros com os Srs. Deputados!
Tenho processos para despachar, tenho coisas para estudar. Já lhe disse que não tenho objectivos político-partidários, mas tenho amigos que estão na política. Agora não, mas quando corria o julgamento do Melancia até tive amigos, que na altura estavam no poder político, que me visitaram em casa e que me conheciam dos tempos do MRPP e resolveram visitar-me.
Agora, penso que a minha honorabilidade está acima de qualquer má interpretação. Posso encontrar-me com qualquer… Aliás, tenho amigos tanto da direita como da esquerda, se quisermos ir para essa dicotomia tradicional. Essa interposta pessoa, não sei se é fantasma ou quem é. Tanto falo com pessoas do PS como até falo com o António Lobo Xavier, por exemplo. Está a perceber, Sr. Deputado?
A esse respeito nada tenho a esconder. Quando sair daqui vou a pé para casa. A pé! E não me preocupo. Não olho para trás nem por cima do ombro! É que o Sr. Deputado está a falar com uma pessoa que já passou muito na vida e está rigorosamente acima dessas… Como é que lhes hei-de chamar? Desses fantasmas, desses problemas. Nem sequer me preocupam! Posso ter o meu trauma, mas isso tem a ver com o passado.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): - Sr. Presidente, vou tentar reconduzir o inquérito à disciplina que V. Ex.ª no início da sessão tentou, mas depois deixou as coisas andarem de uma forma…
Em primeiro lugar, quero agradecer o depoimento da Sr.ª Dr. Maria José Morgado que foi muito importante para o esclarecimento de alguns aspectos e que nos obriga a proceder com algumas diligências, designadamente a tentar ouvir alguns depoimentos de pessoas que a Sr.ª Dr.ª aqui citou, podendo contribuir construtivamente para este inquérito.
Vou pedir-lhe que precise alguns aspectos concretos de assuntos que já abordou.
A Sr.ª Dr.ª referiu-se ao processo das finanças e a informações que teriam sido… Referiu-nos que o Sr. Director