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Como dizia, "(…) pequenas coisas em que foi sendo decidido de forma diferente ao que eu pensava ou que me foram exigidas coisas que foram diferentes(…)" e, por isso, a certa altura, passo a expressão, depois de eventualmente de uma conversa onde, como a Sr.ª Doutora disse, o Sr. Director Nacional disse "eu liberto-a desse compromisso e, portanto, se a senhora quiser sair, se calhar este é o momento", pelo que a senhora disse foi isto, amanhã ouviremos o Sr. Director Nacional e ele dirá ou não se assim foi e a Sr.ª Doutora diz que realmente depois destas coisas e tal é o momento de bater com a porta.
Chamo-lhe a atenção para um facto que já aqui foi dito por inúmeros Srs. Deputados que todas as suas declarações posteriores vão no mesmo sentido da carta, não vão noutro. Agora é que a Sr.ª Doutora se lembrou que havia outra razão e hoje é que nos trouxe outras questões que não tinha trazido até agora, porque as suas declarações subsequentes vão exactamente no mesmo sentido da carta.
De facto, chamo-lhe atenção para esta sua entrevista, que confesso que por força das minhas funções nesta Comissão li e reli com alguma atenção, ser num determinado dado, na minha opinião, a Sr.ª Doutora dirá, mas na minha opinião muito explícita que é quando a Sr.ª Doutora diz que estava em férias quando se demitiu. Há uma entrevista no Público em que o jornalista diz que fez o gesto, mas não quis dizer…
Enfim, eu não estava lá, não vi o gesto e, portanto, não sei ao que ele se estava a referir. Mas nesta a Sr.ª Doutora não faz gesto e diz qualquer coisa, diz que estava de férias quando se demitiu o que faz supor que algo de inesperado sucedeu ou lhe foi comunicado e determinou a sua decisão. Repito, "Estava de férias quando se demitiu(…)", diz o jornalista, "(…)o que faz supor que algo de inesperado sucedeu ou que lhe foi comunicado e terminou a sua decisão".
A Sr.ª Doutora, na altura, respondeu: "Mantive-me em contacto com os operacionais para estar actualizada (…)", como disse aqui hoje "(…) como era minha obrigação, tinham ficado definidas prioridades por causa da escassez de meios humanos, a certa altura houve uma alteração dessas prioridades. Como eu disse, os meios humanos são escassos e quem está investigar os processos A e B não pode investigar os processos A, B e C".
Ou seja, a Sr.ª Doutora nesta entrevista diz claramente que não contrariando tudo o que tinha dito antes foi uma determinada conversa e uma alteração de prioridades que levou à sua demissão. Uma alteração de prioridades!
Depois, é-lhe ainda perguntado se se estava a referir à intervenção que o Director da PJ disse ter tido após uma interpelação da Ministra das Finanças e a Sr.ª Doutora respondeu na altura: "Provavelmente!".
"Ora, já agora, e como caiu no domínio público, chamo a atenção que nesse caso toda a prova a recolher em território nacional estava devidamente acautelada e o processo no desenvolvimento correcto". "Mas estava parado há dois anos", disse o jornalista, "o inquérito foi instaurado em Janeiro" e a Sr.ª Doutora a seguir dá as explicações que entendeu dever dar sobre este processo.
Isto é, até aqui tínhamos uma leitura claríssima: a Sr.ª Doutora tinha algumas divergências com o Dr. Salvado, já percebemos quais eram algumas delas, a certa altura o Dr. Salvado intervém neste processo, a Sr.ª Doutora ainda não nos disse se bem, se mal, na sua opinião, admito que mal, na sua opinião, mas eu acho que a posição dele, tanto quanto nós a conhecemos é perfeitamente sustentável, aqui é claramente matéria de opinião, porque a Sr.ª Doutora dirá "está bem, mas eu estava de férias, porque é que falaram com a pessoa que estava lá e não comigo directamente?". Enfim, não sei o que é que ele dirá sobre essa matéria, mas parece-me lógico que ele dirá, já o enunciou de alguma forma, "bom, mas estava de férias, eu falei com quem lá estava naquela altura e se a Ministra das Finanças me faz uma denúncia e uma denúncia é perfeitamente legítimo, não há qualquer pressão nem nenhuma pressão nem intromissão do poder político nessa matéria, até porque não é dessa que viemos aqui hoje falar - não há nenhuma intromissão.
A Ministra das Finanças tem uma informação - já todos percebemos isso, aliás, não entendo por que continua a fazer-se essa pergunta - quanto a esse processo, o processo dos combustíveis (é disso que estamos a falar, de resto, a própria Sr.ª Dr.ª o diz), a informação de que há uma quebra, de que deixou de vender-se, de que há uma fraude. Não é só naqueles casos que a Sr.ª Dr.ª referiu, também aqui se trata de milhões de contos; não é só nos outros casos! Portanto, não podemos ser selectivos nesse tipo de análise!
A Ministra das Finanças diz que deixou de consumir-se, que deixou de vender-se combustíveis no Norte de Portugal e, portanto, pergunta o que se passa, se os senhores estão a investigar ou não, e o Sr. Director Nacional contacta com a pessoa que lá está. A Sr.ª Dr.ª entendeu que isso era uma intromissão, sentiu-se ofendida… Enfim, isso é da susceptibilidade de cada um!… Até lhe diria, Sr.ª Dr.ª, que isso é uma coisa que acontece não só consigo como com qualquer um de nós.
Permita-me a simplicidade do exemplo, mas isso é uma coisa com que - além de ser Deputado sou líder parlamentar - nos confrontamos todos os dias. Por exemplo, isso pode acontecer da parte de um Deputado quando tomamos uma decisão numa área que lhe estava confiada, que é da sua comissão, que é da sua especialidade, e ele me diz que não gostou, pergunta por que não falei com ele primeiro, por que falei com outro que lá estava, que ele estava de férias mas que podia ter falado com ele.
É essa conversa, que a Sr.ª Dr.ª refere nesta entrevista, que parece ter sido - passe a expressão - a "gota de água" que determinou o seu diálogo mais ríspido com o Dr. Adelino Salvado e, depois, a sua demissão. Só que esta versão - Sr.ª Dr.ª, tenho de confrontá-la com isto - vai mudando. Inicialmente, havia uma carta que a Sr.ª Dr.ª escreveu, penso que serenamente e de cabeça fria, porque ninguém escreve uma carta daquele tipo de cabeça quente, de resto, o conteúdo da carta é frio. A Sr.ª Dr.ª não diz, nessa carta, "o senhor ultrapassou-me de toda a maneira" ou "na sequência da nossa conversa de ontem e daquilo que me disse, venho apresentar a minha demissão". Não, a carta diz que, por razões estritamente de organização, apresenta a sua demissão; é um conteúdo frio!
A seguir, diz-nos que o único acontecimento que poderia existir era esta conversa anterior, que tem que ver com um processo parado em Espanha e com o processo dos combustíveis, em que o Sr. Director Nacional terá diligenciado para um avanço mais rápido, na sua opinião invertendo as suas prioridades e desrespeitando-a, mas isso é uma matéria de opinião que não contesto; está no seu direito de pensar assim e não é isso que estou a contestar.
Posteriormente, sabemos em comissão que, afinal, parece que a Sr.ª Ministra da Justiça não gostaria de si. Não