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sei se assim é quando a Sr.ª Ministra da Justiça cá vier vou perguntar-lhe , mas admito que aquilo que a Sr.ª Dr.ª nos disse aqui possa ser rigorosamente assim, não tenho razão para duvidar. A Sr.ª Dr.ª fez determinadas declarações, não aceitou pôr o seu lugar à disposição, como fizeram outros directores adjuntos, por isso eu, se fosse Ministro da Justiça, garanto-lhe que não teria gostado dessa atitude, mas a Sr.ª Ministra da Justiça dirá se assim é, ou não. Eu não teria gostado, acharia normal que todos pusessem o seu lugar à disposição e que não fizessem declarações em sentido contrário.
Portanto, esta versão vai progressivamente mudando, e hoje chegamos a uma outra versão. A de hoje refere-se a algo que até agora nunca tinha aparecido. Porquê? Por segredo profissional? O segredo profissional referia-se ao facto de o Sr. Director Nacional lhe ter dito que a Sr.ª Dr.ª Maria Celeste Cardona e o Dr. Paulo Portas não gostariam de si ou até teriam medo de si? Isso é que era o segredo profissional que a Sr.ª Dr.ª não podia revelar?! Não era! Podia tê-lo dito na entrevista, podia tê-lo dito antes, podia tê-lo dito depois, podia tê-lo dito na 1.ª Comissão, mas nunca o disse, e aparece hoje uma versão nova!
Sr.ª Dr.ª, tenho dificuldade em confrontar-me com estas várias versões. Reconhecendo o seu apartidarismo de hoje e o seu partidarismo do passado, pois a Sr.ª Dr.ª referiu quer uma coisa quer outra não tenho dúvidas nem problemas nenhuns com isso , parece-me que, a partir do momento em que há desagravo, em que a Sr.ª Dr.ª sente que não deveria ter sido condicionada, afastada, seja o que for, em que acha que o seu trabalho era o melhor do mundo e que não será tão bom depois da sua saída, portanto, quando acha isto tudo e a partir do momento em que este processo é conduzido politicamente (não por si, isso faço-lhe justiça. A Sr.ª Dr.ª está aqui por que a chamaram, e nós também, porque eu também não votei a constituição desta Comissão) a versão vai-se tornando cada vez mais política. E hoje chegamos à versão mais política de todas as que tínhamos ouvido até hoje!
Feitas estas considerações, há uma matéria que não é só de opinião (não sou especialista nesta área, mas tenho o direito de fazer perguntas e obter esclarecimentos, até para ser esclarecido cabalmente), que é a insinuação política. Não me parecendo que isso seja lógico, penso (e estou no meu direito de pensar, até porque conheço as pessoas e não admito determinado tipo de raciocínio em relação a elas. Mais uma vez, é uma opinião contra a outra, mas quanto ao resto também é uma opinião contra a outra: a Sr.ª Dr.ª diz uma coisa, depois vamos ouvir o Sr. Director Nacional e temos conhecimento indirecto e opiniões umas contra as outras) que algumas das coisas que aqui foram ditas se baseiam num preconceito em relação a políticos, a dois deles em concreto que a Sr.ª Dr.ª referiu. Penso que se baseiam num preconceito, e só podem basear-se num preconceito!
Sr.ª Dr.ª, quando é que se faz a ligação? É que a pior coisa que pode acontecer aqui é ficarem suspeições sobre as atitudes e os comportamentos seja de quem for! Essa é a pior coisa que pode fazer-se, porque este é um processo de intenções! A pior coisa que pode acontecer num processo de intenções é ficarem suspeitas e meros julgamentos de intenção em relação ao comportamento das pessoas. Por isso mesmo, para que não fiquem essas dúvidas, essas suspeições…
Isto liga-se depois com o quê? Liga-se com várias coisas que aqui foram ditas: com um suposto medo que não está demonstrado, de resto, a própria conversa é-lhe dita pelo Dr. Salvado - antes nunca tínhamos ouvido essa versão, ouvimo-la hoje pela primeira vez - e, depois, liga-se com a sua demissão. Só que a sua demissão decorrente de qualquer facto que tivesse que ver com essas pessoas ocorre dois meses depois, designadamente ao tal processo e à tal situação do acompanhamento do caso Moderna, porque é disso que estamos a falar, e vamos falar claro. Portanto, a sua demissão ocorre dois meses depois!
A Sr.ª Dr.ª, quando recebeu qualquer instrução que tivesse que ver com o caso Moderna, não a considerou tão grave como isso, não se demitiu, não acusou estes políticos de estarem a fazer pressão política! Porque se há aqui uma pressão até pode ser da parte destes políticos, de negação ou obstrução à justiça! Devia ter sido imediatamente posto um processo a esses políticos por obstrução de justiça, mas tal não foi feito e a Sr.ª Dr.ª continuou a exercer as suas funções, demitindo-se na sequência desta intervenção do Director Nacional quando estava de férias, no caso dos combustíveis, escrevendo uma carta alegando questões organizacionais.
Em relação à questão concreta de Monsanto, aqui referida por vários Srs. Deputados, quero ainda fazer-lhe algumas perguntas (Sr. Presidente, vou tentar ser breve, mas trata-se de perguntas que, em minha opinião, são da maior importância para o esclarecimento).
Disse-nos a Sr.ª Dr.ª que estava um segurança, que penso ter sido seu motorista, a acompanhar o processo e o julgamento em Monsanto. Essa história do motorista, como sabe, não é nova, porque no mesmo dia em que a Sr.ª Dr.ª deu a sua entrevista ao Expresso aparece no mesmo jornal uma notícia referindo precisamente o funcionário que Maria José Morgado tinha destacado para dar apoio logístico ao Procurador que conduzia a acusação no caso Moderna. Portanto, exactamente na mesma data da sua entrevista aparece esta notícia, que conta precisamente a história que aqui referiu, relativa a um senhor que, no Expresso, de forma criptográfica, é referido como P.A., mas que agora ficámos a saber chamar-se Pedro Albuquerque.
Essa história tinha sido contada, o que eu não sabia e fiquei a saber - e parece-me interessante é que, além deste homem (tomei nota da pergunta do Sr. Deputado António Filipe), o Sr. Inspector Borlido, o Sr. Inspector Gonçalves Pica (de Pedro Albuquerque já falámos) e também um outro inspector, chamado Pedro, que referiu na resposta ao Sr. Deputado António Filipe, poderiam estar, todos eles (ora à vez, ora ao mesmo tempo, não sei bem), a acompanhar este mesmo processo. Estes homens "sim" ou "não" são todos da DCICCEF? Este "sim" ou "não" não é intimidatório, de maneira nenhuma. Não é uma pergunta tradicional de advogado no sentido de só querer uma resposta clara; não é nesse sentido. Estes inspectores são ou não homens da DCICCEF? Gostaria de saber se confirma que eram estes os homens que poderiam estar a acompanhar este processo.
Por que estavam eles a acompanhar esse processo? Por que eram precisos tantos homens e tantas circunstâncias para fazer uma coisa que, certamente, o segurança ou o motorista, por muito qualificado ou dedicado que fosse ( a Sr.ª Dr.ª diz isso nas suas entrevistas), não era a pessoa mais indicada para a fazer, ou seja, dar um apoio técnico, que normalmente é dado por técnicos.
Para mim não é irrelevante e já se perceberá porquê - se existia ou não pedido formal, seja do colectivo de juizes, seja do Ministério Público.