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Atenção, a versão que dei é a versão de abordagem genérica - motivos de divergências de organização, de estratégia operacional, isolamento político - e mantenho. A minha inserção era operacional, eu não tinha contactos com a tutela.
Agora, o que digo é que não pedi a demissão espontaneamente, foi a pedido do Sr. Director Nacional, foi por causa do Sr. Director Nacional me ter proposto isso. O Sr. Director Nacional propôs-me a minha demissão. Espera que eu vá de férias, espera ter o projecto financeiro da Polícia Judiciária com garantias de aprovação, espera ter o protocolo de acesso às bases de dados elaborado, espera ter garantias de aprovação da Lei Orgânica da Polícia Judiciária, sabe que há duas ou três operações em marcha e escolhe o momento. Ele é que escolheu o momento. Isto não é cada vez mais político. Se isto é político ou não, a culpa, a meus olhos e directamente, é do Dr. Adelino Salvado, porque ele é que me empurra para esta situação. Eu não tive escolha nenhuma, não tive escolha de espécie nenhuma. Sou abordada, às 10 horas e 20 minutos da manhã de um dia de férias, com tudo isso em cima!
As explicações não variam! Estou a concretizar porque respeito os Srs. Deputados. Se os Srs. Deputados querem uma verdade meramente formal, paciência!, também não me vai surpreender. Agora, não esperava que existisse uma comissão de inquérito! Esperava que tudo tivesse acabado no dia 29. Não acabou porque, porventura, neste país, não é possível praticar actos de uma arbitrariedade tamanha - e ainda bem! É sinal que há democracia!
É que nunca tive nenhuma discussão séria com o Sr. Director Nacional sobre nada. O Sr. Director Nacional diz-me "vai haver alterações de estrutura; já sei que não concorda, portanto, está liberta do nosso compromisso". Eu, como pessoa leal e séria que sou, disse "sim senhor, estou liberta do compromisso, vou tomar a iniciativa de pedir a demissão" e tenho mantido isso publicamente, é a minha atitude pública. Se me perguntam em que circunstâncias ocorreu a demissão, Srs. Deputados, não posso mentir, tenho de concretizar e julgo que são pormenores a mais para ser uma história inventada…!
Se os Srs. Deputados quiserem, podem pedir os dados relativos ao tráfego do meu telefone e do telefone do Sr. Director Nacional e verificar quem é que telefonou a quem nesse dia, de manhã. Aliás, há uma proposta sobre preservação de dados digitais, que ainda foi subscrita por mim própria e enviada à Sr.ª Ministra da Justiça, que foi chumbada por um dos seus assessores… Representa tanto como a possibilidade de identificação dos autores no crime informático e nos crimes cometidos através da Internet.
Portanto, Sr. Deputado, não há o "porquê hoje?" O "porquê hoje?" é porque eu não podia vir a esta Comissão sem concretizar estas circunstâncias.
O que os Srs. Deputados me pedem é que eu não diga a verdade toda, mas isso não posso respeitar. Estou a dizer a verdade toda, o porquê, hoje. As entrevistas são entrevistas genéricas. Apesar de ser acusada de protagonismo, nunca manipulei as entrevistas nem a comunicação com o grande público para dizer coisas que me interessassem do ponto vista pessoal. Aproveitei sempre essas oportunidades para fazer a educação das pessoas nos valores da luta contra a corrupção e contra o crime organizado internacional. Foi aquilo que eu fiz. Não tive entrevistas de intrigas, não tive entrevistas de conversas pessoais. Acho que procurei manter uma atitude nobre e digna, mas neste momento tenho de dizer a verdade e ou os Srs. Deputados cospem em cima da verdade e dizem que eu estou maluca, que estou alucinada e que estou a inventar isto tudo, ou os Srs. Deputados respeitam aquilo que eu tenho respeitado, que é a verdade material.
Fiz uma abordagem genérica e tenho consciência disso, em nome da defesa do prestígio das instituições, em nome da defesa de mim própria e da Polícia Judiciária. Imaginem os Srs. Deputados o que era contar aos jornais ou na televisão histórias tão edificantes como estas! Porque o que há aqui de edificante é absolutamente nada! O que há é um Director Nacional que, de forma infundada e perfeitamente arbitrária, diz: "minha senhora, ponha-se a andar. Não quero mais falar consigo!". E nunca mais falou comigo! E nunca mais falou comigo!
Agora, Srs. Deputados, não posso vir para uma Comissão manter-me numa posição genérica. O que eu fiz foi uma abordagem genérica, em nome de um determinado interesse. Neste momento, estou a concretizar e estou a dizer porque é que não o fiz antes. Não o fiz antes porque quando falo para a sociedade, para as pessoas, falo de questões nobres e dignas, de questões que interessam para as pessoas pensarem, não falo de intrigas, de coisas completamente disparatadas, que não têm sentido.
Aqui, desculpem, Srs. Deputados, tenho de os deixar com estes factos. Façam deles o que quiserem, mas que isto aconteceu, aconteceu! Que eu tinha o dever de o contar aos Srs. Deputados, tinha! Que isto é tudo... Isto não acontece num quadro de normalidade, porque não é normal um director nacional esperar que uma directora vá para férias e fazer isto! Não é normal dizer: "não vale a pena vir Lisboa, não falamos mais"! Eu estava a 40 minutos de Lisboa... Isto não é normal, pelo menos não é uma discricionariedade fundada e é legítimo que eu o diga!
Agora, não quis dizer isso à imprensa. Não quis, não digo nem jamais direi! Mas digo aos Srs. Deputados, pelo respeito que lhes tenho. Pelo vistos, os Srs. Deputados acham que eu estou a exagerar no respeito que lhes tenho. Não estou a politizar nada nem me interessa, repito, nem me interessa!...
Quanto a preconceitos em relação a políticos, esses políticos é que têm preconceitos em relação a mim, porque, se não, não me criticavam por excesso de visibilidade. A crítica era por excesso de visibilidade, e não posso ter inventado isto. Portanto, há alguém que não gosta, de facto, da visibilidade tal como era dada no combate ao crime económico, nele incluindo a corrupção e o branqueamento de capitais.
Pensava até que estava a prestar um serviço a esses políticos, e que eles tinham razões para estarem gratos porque a Polícia Judiciária estava prestigiada. Também não compreendo essa...
Aliás, vamos entrar, e a conjuntura é-me desfavorável, nas justificações rolantes, porque amanhã o Sr. Director Nacional dirá o que entender, a Sr.ª Ministra dirá o que entender e daqui pouco tudo está de rastos... Entrámos no "síndroma da tanga", que é o de que quando tomaram posse estava tudo de rastos na Polícia. O Sr. Director Nacional disse aqui que encontrou a Polícia Judiciária em marcha para a decadência. Não fui eu que o disse! Sempre falei da recuperação da experiência e do know how dos investigadores, sempre disse que o que sabia de crime económico tinha aprendido com o Dr. Rosário Teixeira e com os investigadores.