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Penso que a partir do momento em que entrámos neste processo da insinuação política, da acusação política, do envolvimento e da pressão política, Sr.ª Dr.ª .... Eu não tenho nada contra si, nem no passado nem hoje, e devo dizer que, se me perguntassem, diria que, pelo que vejo na comunicação social, com mais ou menos exagero, com mais ou menos protagonismo, mais justiceira ou menos, a ideia que tenho, e todos tínhamos, no país, penso eu, era a de uma pessoa que estava a fazer um bom combate, importante para todos, para os cidadãos e para todos nós. A partir do momento em que este processo começou, acho que não fizemos nada de bom em relação à Polícia Judiciária. Mas essa é a minha opinião pessoal.
Agora, há questões a que a Sr.ª Dr.ª não respondeu. Designadamente, ainda não consegui perceber como é que se a Sr.ª Dr.ª mandou um homem acompanhar o julgamento em Monsanto, para dar o tal apoio logístico, mandou retirar quatro, ou teve que chamar quatro para os mandar retirar?! Ainda não percebi!
Em segundo lugar, também ainda não percebi - e esse é um ponto nevrálgico desta questão - quem é que falou na possibilidade de estes homens serem testemunhas no processo.
A Sr.ª Dr.ª disse, no seu depoimento: "mandei-os retirar por causa da tal conversa da Sr.ª Ministra da Justiça, não foi porque fossem testemunhas no processo, não foi por isso!" Mas onde é que essa hipótese surgiu? Quem é que contou? Eu não o disse aqui, nenhum Sr. Deputado o disse, pelos vistos o Sr. Director Nacional também não o disse... De onde surgiu essa dúvida de eles poderem ser testemunhas no processo? Foi um dos corvos que contou, para usar uma figura de estilo, como a Sr.ª Dr.ª também usou várias vezes no decorrer desta Comissão? Foi um dos corvos que passou e, à vol d'oiseau, terá dito: "cuidado que algum deles pode ser testemunha no processo?"
Esta questão não ficou esclarecida, como também não ficou esclarecida, na minha opinião, uma outra pergunta que lhe fiz, no sentido de saber se no processo da mega fraude existem, ou existiram, dificuldades ou dúvidas na obtenção de prova e se isso teve alguma coisa a ver com o facto de, certamente, as prisões preventivas não corresponderem ao número que era esperado em relação às detenções que foram feitas nessa matéria, porque isto, efectivamente, pressupõe e exige uma avaliação de resultados.
Em relação ao resto, Sr.ª Dr.ª, é uma questão de opinião. Na minha opinião, sinceramente, tenho as maiores dúvidas sobre o que estes agentes poderiam estar a fazer, não tendo nem mandato do Ministério Público nem mandato ou solicitação de ninguém e tenho as maiores dúvidas de que não estejamos perante uma ilegalidade, que a Sr.ª Dr.ª, que os mandou retirar, não assume que soubesse que eles lá estavam... Sabia de um, diz a Sr.ª Dr.ª; mas os outros estavam lá porquê, por conta própria? Agiam por conta própria, estavam em "roda livre"? Estava já DCICCEF a funcionar em "roda livre"? Tenho as maiores dúvidas!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Dr. Maria José Morgado.

A Sr.ª Dr. Maria José Morgado: - Sr. Deputado, também não sei de onde é que vem essa ilegalidade em "roda livre", sinceramente!
O que tenho dito aqui é: o que é estranho é que me tenham interpelado ao nível de transmitir o que tinha sido dito pela Sr.ª Ministra da Justiça e o Dr. Paulo Portas, sobre "quem era que andava em Monsanto". E tudo isto acontece por causa de uma pessoa que vai dar apoio logístico!… Ora, o apoio logístico é extraprocessual, e neste caso foi transportar o Dr. Manuel das Dores.
Portanto, mandei chamar a brigada, preventivamente,…

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - Chamar de onde?

A Sr. Dr.ª Maria José Morgado: - Chamar ao meu gabinete no…

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - Chamar de onde?…

A Sr. Dr.ª Maria José Morgado: - Ó Sr. Deputado, mandei chamar de onde ela estava! E, Sr. Deputado, não vale a pena ficar tão nervoso com esta história de Monsanto! Eu mandei-os chamar do 1.º andar, onde eles se encontravam - um deles encontrava-se em férias. Portanto, mandei-os chamar ao meu gabinete no 5.º andar da Rua Alexandre Herculano, ao fim da tarde.
Aliás, como não percebi nada da história do "homem que andava em Monsanto", quis averiguar o que é que se passava, para saber se andava realmente alguém em Monsanto. Afinal de contas, o "homem em Monsanto" dizia respeito ao Pedro Albuquerque, que tinha transportado o Dr. Manuel das Dores. Era o apoio logístico que referi! Ora, este apoio logístico tinha suscitado toda esta "excitação". Excitação é a minha interpretação dos factos.
Então, chamei a Brigada e pedi o esclarecimento sobre quem é que estava a ir a Monsanto. E, Sr. Deputado, não sou obrigada a saber se há encontros entre o Ministério Público e brigadas que investigaram o processo quando estão julgamentos a decorrer. O Ministério Público tem autoridade e legitimidade para pedir, como fez no caso vale e Azevedo, por exemplo.
Portanto, chamei a Brigada, e não estava ninguém a ir a Monsanto. E transmiti-lhes a seguinte orientação: "A partir de agora, não vai ninguém a Monsanto! Nem que tenham de ir, não vai ninguém a Monsanto!".
A questão das testemunhas é a questão de distinguir esta instrução verbal do Sr. Director Nacional de uma outra instrução que porventura tivesse a ver com testemunhas. E, Sr. Deputado, tenho muitos anos de julgamentos (alguns 18 anos de julgamentos), e tenho especialização e sensibilidade para estas matérias. Por isso, percebi perfeitamente que a instrução não tinha a ver com presença de testemunhas em Monsanto, mas tinha a ver com o facto de não poder haver ninguém da DCICCEF em Monsanto.
O Sr. Director Nacional até queria saber se andava alguém da DCICCEF em Monsanto,…

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - (Por não ter falado ao microfone, não foi possível transcrever as palavras do Orador).

A Sr. Dr.ª Maria José Morgado: - Já lhe expliquei, Sr. Deputado! Levanto, porque tenho cerca de 18 anos de julgamentos e tenho o hábito de classificar e analisar as coisas. E não foi uma instrução que dissesse: "Tenha cuidado! Veja lá, por causa das testemunhas". Era uma coisa que tinha a ver com um "homem que andava em Monsanto", e não devia haver ninguém da DCICCEF em Monsanto.