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II SÉRIE-D — NÚMERO 9

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O Sr. Deputado António Rodrigues interveio neste painel, começando por agradecer aos

oradores as suas intervenções. De seguida mencionou dois aspetos distintos: em primeiro lugar,

referiu-se às duas dimensões em presença nas eleições: a legitimidade e a participação dos

cidadãos. Neste âmbito destacou que os cidadãos estavam menos interessados na União e tal

quadro apenas se alteraria se vissem resultados positivos nas suas vidas e tal só pode resultar de

um esforço de solidariedade europeia.

Em segundo lugar, aludiu às eleições europeias de 2014, referindo que todos têm de trabalhar

contra os partidos anti europeus pela simples razão de que o projeto europeu continua a fazer

sentido hoje, como há cinquenta anos.

Em jeito de conclusão, alertou que podem não existir muitas outras hipóteses para reverter a

desconfiança dos cidadãos e que urge lutar pelo projeto europeu.

A Sra. Deputada Ana Catarina Mendes também interveio neste painel, começando por referir

que as próximas eleições europeias convocam todos para o desafio de garantir que os cidadãos

voltam a confiar nas Instituições Europeias e na construção do projeto europeu, renovado,

repensado mas ancorado na razão que lhe deu origem. Um projeto de coesão e solidariedade que,

no seu entender, parece andar perdido das políticas que se vão desenhando. Enquadrou as

eleições no cenário de crise económica e social, de desconfiança nas instituições, de descrença

nos eleitos, de revolta com os partidos políticos e considerou que a crise em que a Europa

mergulhou - inimaginável há uns anos atrás – não encontrou uma resposta estruturada, antes se

foi compondo com medidas avulsas e experimentais.

Considerou ainda que a crise do euro, a austeridade – e os problemas sociais que dela

resultam – e as dúvidas sobre a viabilidade do modelo social europeu prejudicaram a credibilidade

das instituições europeias, na verdade, a própria credibilidade do próprio projeto europeu. Referiu-

se a esse propósito ao Euro barómetro de Julho último, no qual se referia que mais de 60% dos

europeus perdeu a confiança na União (o dobro em relação a 2007 – antes da crise). Tendo em

consideração esses dados e a taxa de participação nas eleições europeias de 2009 que foi de

pouco mais de 43%, vaticinou que uma taxa inferior de participação, nestas eleições, pode colocar

em causa a legitimidade democrática do Parlamento Europeu, que viu os seus poderes reforçados

desde o Tratado de Lisboa.

Consequentemente, aludiu ao ressurgimento de extremismos e ao sucesso dos partidos

antieuropeístas nas eleições legislativas dos Estados-Membros, que anunciam uma onda

eurocética nas próximas eleições para o Parlamento Europeu se nada for feito em sentido

contrário.

Considerou, portanto, que cabe aos partidos assumirem uma mensagem europeia e

contribuírem para recuperar um espaço europeu em que todos se sintam em casa. Acrescentou

ainda que uma Europa sem projeto, sem identidade, resumida ao que os outros esperam dela: um

mercado, um espaço a preencher, uma cornucópia de abundância e bem estar, não é suficiente

para o momento que se vive. É preciso dar um novo impulso à construção da União Europeia, na

esperança que se aproveite o melhor da herança europeia.

Concluiu referindo que faltam sete meses para as eleições europeias e questionando se ainda

haverá tempo de recuperar a confiança dos cidadãos europeus.

Diplomacia Parlamentar: o caso Parlamento Europeu/Ucrânia

O antigo Sr. Presidente do Parlamento Europeu, Pat Cox, apresentou a missão especial do Parlamento

Europeu à Ucrânia e as reuniões ocorridas. Deu ainda conta do ponto de situação na Ucrânia em termos

políticos e económicos, mas também aludiu a aspetos sociais. Deteve-se durante algum tempo a explicar a

situação da anterior ex-Primeiro-Ministro, Yulia Tymoshenko, bem como a relatar os sinais positivos recebidos

do Presidente da Ucrânia sobre esta situação. Deu ainda nota de outros aspetos, designadamente,

relativamente às condutas de gás e a última crise energética.