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21 DE SETEMBRO DE 2018

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escalada do conflito no Donbass, promovidos pela Rússia, tem levado a evoluções estratégicas —

aparentemente motivadas pelo receio de alastramento regional do conflito ucraniano —, que merecem

referenciação, no contexto dos países de Visegrado.

 Junho de 2016 — Alemanha e Polónia anunciam, em Rostock, a criação de um comando

conjunto de submarinos para operar no Báltico, sob autoridade do Centro de Operações Marítimas

alemão (força permanente de 6 + 5 submarinos); imediata condenação russa, por pôr em causa o

equilíbrio estratégico na região (meses mais tarde, russos deslocaram baterias de mísseis para

Kaliningrado).

 Janeiro de 2017 — Brigada blindada americana instala-se em Zagan, na Polónia, junto à fronteira

russa.

 Março de 2017 — Os países de Visegrado apoiam entusiasticamente a criação do primeiro

comando militar unificado da União Europeia (Military Planning and Conduct Capability).

■ Todos os 4 países em causa são fortemente dependentes do fornecimento de energia russa.

■ V. Orban tem, ultimamente, criticado o sentimento antirrusso que grassa pela Europa, afirmando não

vislumbrar prosperidade económica para a Europa sem a participação russa. Têm-se replicado visitas entre

Budapeste e Moscovo, uma das quais culminou com a assinatura de um contrato para construção na Hungria

de duas centrais nucleares de tecnologia russa.

■ As posições evidenciadas pelo V4 parecem indicar a existência de uma estratégia de integração europeia

que assegurem o reconhecimento, defesa e exercício das suas soberanias, desde sempre historicamente

ameaçadas, se não mesmo, consumidas por larguíssimos períodos.

■ O cenário regional em causa costuma ser representado como de compressed environment, um polvilhado

de países de pequena dimensão (exceção da Ucrânia e Polónia). Estrategicamente, encontram-se numa região

de transição entre a Europa e as estepes russas, fértil na extensa zona do Vale do Danúbio. Foi desde sempre

bastante vulnerável a grandes fluxos migratórios e a rápidos deslocamentos militares, portanto, difícil de

defender.

 Após o final da Segunda-Guerra, diversos analistas (Brzezinsky, Cohen, Kelly) desenvolveram,

com referência a esta região, o conceito geopolítico de Shatterbelt (à letra «cintura de estilhaços»).

Segundo Saul Cohen, são:

Regiões estrategicamente relevantes caracterizadas por uma profunda divisão territorial interna e

apanhadas na competição de interesses entre potências que operam a uma escala global.

Parece evidente, e de há muito, que a Europa Centro-Oriental funciona como um cinturão de mudança política

europeu, apresentando constantes históricas que se têm mantido inalteradas:

Fragmentação linguística e cultural;

Instabilidade social e política;

Baixo desenvolvimento produtivo;

Sucessivas ocupações por potências dominantes;

Genéticas territoriais e de Estado originadas por, Convenções internacionais subsequentes à dissolução de

outros tantos Impérios;

Fraca coesão interna.

 Em termos de Política Comum de Segurança e Defesa, defendem o reforço do papel da União, mas sempre

em estreita colaboração com a NATO (Declaração Comum EU/NATO de 2016, e Parceria Oriental), organização

a quem franqueiam portas para instalação de facilidades militares.