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3 DE JULHO DE 2019

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Sessão I – O verdadeiro poder das mulheres na política e como o promover!

Terminada a sessão de abertura da reunião, deu-se início à primeira sessão de trabalhos do dia, moderado

pela MEP Agnieszka Lozlowska-Rajewicz, que introduziu o tema.

Apoiando-se nos números referidos na sessão de abertura, disse que é inegável que a participação das

mulheres na política está a aumentar e que as mulheres estão gradualmente a conseguir chegar aos lugares

de decisão, mas quando olhamos para a proporção da representação de homens e mulheres, a ambos os

níveis, constatamos que persiste um grande fosso. Entende que questionar sobre quais os obstáculos e

motivos para esta desproporção é primordial e partilhou a sua reflexão sobre a situação.

Em primeiro lugar, considera fundamental que seja assegurado às mulheres o acesso igualitário a recursos

como o tempo, o dinheiro e as redes políticas (Political Networks).

Salientou que está demonstrado que as mulheres trabalham em média mais 10 horas por semana que os

homens, o que equivale a 520 horas por ano. Ora, podemos imaginar o que elas poderiam fazer com esse

tempo se ele fosse partilhado com os homens, certamente que teriam mais tempo para participar cívica e

politicamente.

O acesso a dinheiro é fundamental na política, a mulher não se consegue promover e fazer campanhas

sem dinheiro.

Por outro lado, o acesso à informação é essencial na política, onde tudo passa por assumir compromissos

e atingir consensos, partilhando e trocando experiências e convergindo aspirações e ambições. Carrear e

partilhar diferentes visões sobre as mesmas coisas e atingir consensos é importante, podendo a participação

em redes políticas constituir um importante instrumento para este efeito.

Em segundo lugar, os estereótipos de género persistentes na sociedade inferiorizam as mulheres e

permitem que elas sejam tratadas de forma condescendente. Quando as mulheres alcançam sucesso são

constantemente colocadas à prova com o intuito de mostrar que elas são mais inseguras e estão menos

preparadas que os homens, para esses lugares. Porque é que as mulheres têm sempre que provar algo a

alguém e os homens não?

Em terceiro lugar, referiu a invisibilidade das mulheres na política. Deu o exemplo do Governo Polaco que

tem muitas mulheres Secretárias de Estado e cerca de 40% dos lugares abaixo de Secretárias de Estado são,

igualmente, preenchidos por mulheres. Porquê? Porque os homens não se candidatam a esses lugares,

porque não lhes dão visibilidade, por isso são ocupados por mulheres. Ninguém se lembra dos seus nomes

porque o trabalho é realizado nos bastidores, ninguém as vê, para glória dos seus Ministros. É uma situação

injusta que gera revolta nas mulheres e na oradora, que apelou a que fosse feito algo por estas mulheres para

poderem chegar ao verdadeiro poder, onde conseguem influenciar as políticas que são adotadas em vez de

apenas as terem de subscrever e executar.

Apelou aos oradores para abordarem estas e outras questões, durante a sessão, e deu de imediato a

palavra à MEP Henryka Bochniarz, uma empresária e política de sucesso na União Europeia.

Para a oradoraa questão central é mesmo a da perda de poder pelas mulheres. Referiu que, quanto a este

aspeto, inexistem diferenças entre o mundo empresarial e o da política. Também no mundo empresarial,

designadamente, na banca, cerca de 80% dos lugares dos conselhos de administração são ocupados por

homens, embora mais de 60% dos trabalhadores sejam mulheres. As mulheres são um ativo importante da

sociedade que não pode/deve ser desperdiçado.

Concordou com a moderadora de que um dos fatores que mais contribui para a exclusão das mulheres na

política é a falta de acesso ao dinheiro e que o Political Networking é um instrumentoimportante para as

mulheres terem acesso à política. Tendo menos tempo disponível, esta é uma excelente forma para as

mulheres poderem estar juntas e unidas, e trabalhar em conjunto, em rede.

Partilhou a sua experiência na Polónia, como impulsionadora do Congresso das Mulheres da Polonia. O

movimento reúne mulheres de todos os setores e de todos os pontos do país, a nível regional e local, o que

facilmente permite concluir que perante tão vasta diversidade, nem sempre foi fácil encontrar consensos,

construir pontes e percorrer caminhos. Porém, 10 anos depois, este é um movimento feminista sólido na

Polónia que ajuda e apoio as mulheres na política e no mundo empresarial, e um dos movimentos sociais mais

forte na Polónia, ultrapassado apenas pelos movimentos de solidariedade.