O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

II SÉRIE-D — NÚMERO 12

10

nacionais de cada Estado. Justificaram, também, a necessidade de se criarem condições para que os cidadãos

se interessem pelas questões políticas e se empenhem a nível local, e de os formar para o pensamento crítico,

com maturidade, para apresentarem as suas ideias e serem capazes de escutar outras opiniões. Aludiram ao

papel da cultura como vetor dos valores da UE e à necessidade de se compreenderem os processos

democráticos e os mecanismos de tomada de decisão. Em relação às tecnologias, consideraram que se deve

analisar que tipo de conteúdos está a chegar aos mais jovens através das redes sociais, e aludiram às

capacidades socio-emocionais que também podem ser melhoradas com a educação.

Em resposta às intervenções Ilana Cicurel, lembrou que a educação é um investimento, não uma despesa,

salientando a necessidade de ser encarada como uma oportunidade económica e de desenvolvimento de

competências. Enfatizou a riqueza da diversidade europeia e a importância de não se almejar apenas a

harmonização, mas sim enriquecê-la com as melhores práticas europeias, especialmente no que diz respeito à

educação cívica e aos valores europeus. Também ressaltou a ideia de que os jovens, ao perderem a fé na

política, não questionam a sinceridade, mas sim a perceção de poder e de influência. Destacou-se a necessidade

de envolver os jovens na elaboração de políticas europeias e transmitir a educação cívica através de

experiências práticas, transformando as salas de aula em espaços que simulem parlamentos nacionais ou

europeus. Por fim, mencionou um aumento na intenção de participação dos jovens nas eleições europeias,

enfatizando a importância de manter essa tendência e a necessidade de considerar a educação ao longo da

vida, incluindo a dimensão cívica, com novos instrumentos.

Também Sabine Verheyen interveio a título de conclusão, enfatizando a importância da melhoria da

educação cívica tanto a nível europeu quanto nacional, ressaltando a necessidade de se dar maior destaque e

investimento nessa área. Abordou a questão do financiamento para programas de formação, realçando a

importância de contar com professores bem formados e empenhados na educação cívica. Destacou que,

embora muitos professores estejam empenhados, a qualidade da educação cívica não é consistente em toda a

Europa, o que levanta a questão sobre se os alunos recebem uma educação de qualidade nessa área.

Argumentou que a educação para a cidadania é tão importante quanto o acesso à cultura, às artes e às

disciplinas técnicas, defendendo uma abordagem holística na educação. Abordou também a questão do

investimento na educação através do programa NextGenerationEU, expressando a preocupação de que muitos

Estados-Membros possam não estar a direcionar, de modo adequado, esses fundos para a educação. Concluiu,

ressaltando a importância da participação ativa na política e incentivando um maior interesse e compreensão

sobre o seu funcionamento, sugerindo um caminho a percorrer nos próximos anos tanto a nível nacional quanto

europeu para melhorar a educação cívica.

❖ Papel do PE na implementação das ações de Educação para a Cidadania Europeia

Marcos Ros Sempere, MEP da CULT, na sua apresentação sobre o trabalho do PE na aplicação de medidas

para a educação dos cidadãos, enfatizou a importância da educação para a cidadania na Europa, ressaltando

a necessidade de uma nova geração comprometida politicamente. Destacou alguns desafios a enfrentar como

a xenofobia, o nacionalismo e a falta de conhecimento sobre a UE. Abordou três pontos principais: o estado

atual da educação para a cidadania na UE, políticas da UE nesse domínio e recomendações aprovadas pelo

PE. Destacou a necessidade de um equilíbrio entre abordagens nacionais e europeias nos currículos escolares,

bem como maior acesso à educação para a cidadania, principalmente em áreas rurais e desfavorecidas.

Apontou, também, a importância de traduzir as políticas em ações concretas, enfatizando o reforço de esforços

nacionais e europeus para renovar a educação para a cidadania. A título de conclusões finais apelou ao

desenvolvimento de uma estratégia europeia centrada em valores democráticos, ressaltando a importância da

participação dos jovens nos processos democráticos da UE, especialmente tendo em vista as próximas eleições

europeias em 2024.

Durante o período de debate intervieram Patrick Reslow e Jan Riise, do Riksdagen sueco; Vilija

Targamadzė, do Seimas lituano; Andrea Bocskor, Petra Kammerevert, Asim Ademov, Laurence Farreng e

Domènec Ruiz Devesa, MEP da CULT; Paula Somalo, do Senado espanhol; e Česlavs Batņa, do Parlamento

da Letónia, que defenderam que os currículos nacionais são competências dos Estados-Membros e deve haver

confiança de que estes transmitem os valores europeus; referiram a importância de se adaptarem os currículos

às preocupações das novas gerações, nomeadamente no que diz respeito às questões ambientais. Defenderam