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II SÉRIE-D — NÚMERO 15

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continuasse a apoiar a Ucrânia esta poderia renascer em breve, contudo, a Ucrânia estava a fazer grandes

esforços para continuar a funcionar como país, devido ao conflito militar, e que a sua reconstrução seria difícil,

mas os ucranianos sabiam que as portas da Europa nunca mais se fechariam para eles. Destacou que a Ucrânia

iria ser pioneira da modernidade europeia, salientando que o papel da defesa seria extremamente útil para

trabalhar esta mudança, uma vez que as forças armadas eram um reflexo da sociedade que serviam. Com

efeito, sublinhou a exemplaridade das forças como um catalisador da verdadeira mudança, porque uniam os

cidadãos em torno de um projeto que era vital para todos e isso seria muito importante para a Ucrânia quando

saísse deste conflito armado. Referiu, também, que a UE estava a enfrentar um período de reflexão e de

reconfiguração, pois precisava de encontrar o seu lugar nesta nova ordem mundial, pelo que era essencial fazer

avançar a «Europa da defesa». Acrescentou que o facto de a Europa da defesa ser inerente ao projeto da União

era uma mensagem difícil de transmitir, havendo ainda alguma resistência, no entanto, destacou que a Ucrânia

iria ajudar a ultrapassar essa resistência, uma vez que o projeto europeu comum tinha de ser afastado das

nossas opiniões individuais, sendo necessário falar do que unia e não tanto do que o separava as nações

europeias. Concluiu manifestando a sua convicção de que a Ucrânia iria alcançar uma situação interna e

internacional de dignidade, liberdade e bem-estar que seria muito mais atrativa do que a que a Rússia tinha em

mente.

Seguiu-se a intervenção de Giuliomaria Terzi Di Sant’agata, Presidente da Comissão de Políticas da UE,

do Senado de Itália, que salientou a extraordinária unidade de objetivos que todos os Estados-Membros da UE

e os parceiros internacionais demonstraram no apoio à Ucrânia. Acrescentou que não podia haver uma paz justa

sem que todo o território ucraniano voltasse a estar sob o controlo total do Governo de Kiev, portanto, dentro

das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas e no pleno respeito da sua soberania e integridade.

Confirmou o empenhamento inabalável da Europa em apoiar e promover o plano de paz em 10 pontos,

apresentado pelo Presidente Zelenskyy, que constituiu o elemento fundamental dos debates internacionais para

uma paz justa e duradoura na Ucrânia, destacando a importância de se avançar de forma decisiva na promoção

e implementação de pleno respeito das sanções contra a Rússia e contra todas as pessoas que cometeram

crimes e infligiram danos. Por fim, manifestou a sua satisfação com a proposta que a Comissão Europeia

apresentou ao Conselho Europeu, no sentido de iniciar as negociações de alargamento com a Ucrânia e a

Moldávia e de conceder o estatuto de candidato à Geórgia.

Ainda nesta sessão, participou como oradora Ivanna Klympush-Tsintsadze, Presidente da Comissão para

a Integração na UE do Parlamento da Ucrânia, que destacou que a Ucrânia tinha mostrado ao mundo a sua

coragem, a sua bravura, a sua determinação e a sua incrível resiliência, tendo acrescentado que a Ucrânia

estava a lutar por algo em que todos na Europa acreditavam, que era a liberdade de escolha, a democracia, o

direito de construir um país próspero baseado no Estado de direito, dentro das suas fronteiras reconhecidas e

onde a dignidade de cada pessoa era reconhecida. Apelou a um aumento de qualidade e quantidade dos

materiais entregues, pois só uma mobilização total dos recursos e das capacidades do mundo livre permitiria

derrotar a Rússia, alertando que esta derrota era imperativa, porque os ucranianos sonhavam em concentrar-

se exclusivamente na recuperação, na reconstrução, na transformação, na integração europeia e euro-atlântica

e nas políticas sociais, económicas e ambientais. Concluiu apelando aos Estados-Membros para que se

juntassem à Ucrânia na sua difícil e longa viagem, construindo em conjunto uma Europa livre, próspera,

democrática e forte, recordando que a Europa não estava a ajudar a Ucrânia por caridade ou piedade, estava a

fazer um investimento sério na sua própria segurança, permitindo uma Europa livre, completa, pacífica e unida.

No período de debate que se seguiu, os parlamentares demonstraram um apoio inabalável à Ucrânia, tendo

destacado a necessidade de aumentar a produção de defesa da Europa e a importância de acelerar o

alargamento. Salientaram que a agressão russa deixou claro que existia uma interdependência entre a margem

sul do Mediterrâneo e a União Europeia, no que respeitava aos fluxos migratórios, energia e comércio, aditando

que a Europa precisava de criar políticas comuns nestes domínios, apoiadas por recursos suficientes. Referiram

que o alargamento devia ser acompanhado por um aprofundamento do projeto da UE, assegurando a existência

de uma sociedade civil forte. Sublinharam a importância de tanto os futuros como os atuais Estados-Membros

aderirem aos princípios estabelecidos no artigo 2.º do Tratado UE, segundo o qual a União se fundava nos

valores do respeito pela dignidade humana. Apoiaram a ideia de se aumentarem as ferramentas e munições

ofensivas da Ucrânia, e não apenas as defensivas, abordaram a necessidade de se melhorar a capacidade de

defender os interesses da União Europeia e defenderam um aumento das sanções contra a Rússia.