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II SÉRIE-D — NÚMERO 15

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lo durante as próximas presidências do Conselho da UE, alertando mesmo que a não conclusão do acordo seria

um erro estratégico que não só poria potencialmente em perigo a integração regional no Mercosul, mas também

enviaria um sinal negativo a outros potenciais parceiros comerciais com os quais a UE estava atualmente a

negociar acordos comerciais.

No debate que se seguiu, os parlamentares sublinharam a importância de reforçar a autonomia estratégica

aberta da União Europeia para fazer face aos numerosos desafios geopolíticos que a UE atualmente enfrentava.

Salientaram que a autonomia estratégica aberta era crucial para que a UE fosse um ator geopolítico ativo no

meio da concorrência crescente, em especial, entre os EUA e a China. Destacaram a essencialidade do reforço

das relações comerciais com a América Latina e as Caraíbas, por ser essencial para diversificar o

aprovisionamento da União Europeia em fontes de energia e de matérias-primas essenciais. Referiram que a

origem de recursos e a redução da dependência da União Europeia de fornecedores externos pouco fiáveis

deveriam contribuir para reforçar a resiliência e a competitividade da economia europeia, bem como para

promover a sua reindustrialização. Concluíram salientando que era importante para a UE definir o seu papel

geopolítico através da promoção dos seus valores.

Nas intervenções finais, Juan Fernández Trigo referiu ser essencial estabelecer laços com parceiros que

partilhassem os interesses e as aspirações da UE, como era o caso dos países latino-americanos, mas que

também se desejava instituições fortes, um Estado de direito e uma sociedade civil dinâmica, aditando que a

cooperação económica entre a UE e a América Latina devia promover condições de trabalho dignas e formais,

reforçando os sistemas de saúde e o investimento e comércio para apoiar as populações desses países para

que pudessem aspirar a um melhor nível de vida e não fossem obrigadas a emigrar. Carlos Malamud Rikles

concluiu afirmando que a América Latina e as Caraíbas não deviam ser vistas como um continente a explorar,

mas sim como um continente com o qual a União Europeia mantinha relações históricas profundas.

Sessão de encerramento: Adoção dos Contributos e das Conclusões da LXX COSAC

O encerramento foi efetuado por Susana Sumelzo que aludiu aos textos dos Contributos e das Conclusões

da LXX Reunião da COSAC, tal como discutidos e aprovados pelos Presidentes na noite anterior, que foram

previamente distribuídos a todas as delegações e foram adotados por consenso, não tendo sido apresentada

qualquer alteração durante a sessão plenária.

Em seguida, informou todas as delegações de que, nos termos do artigo 9.3 do Regulamento Interno da

COSAC, os Presidentes nomearam, por recomendação da troica presidencial, Jakob Sjövall, do Parlamento

sueco, como membro permanente do Secretariado da COSAC para o período de 2024-2025, tendo ainda

agradecido a Bruno Dias Pinheiro, membro permanente cessante, pelo seu trabalho no Secretariado da COSAC

durante o mandato de 2022-2023.

Interveio, ainda, Eliane Tillieux, Copresidente do Comité Consultivo Federal para os Assuntos Europeus da

Interveio no debate o Sr. Deputado Bruno Nunes (CH), que referiu que a atual conjuntura política

possibilitou esta oportunidade de aprofundar as relações comerciais, contudo, o seu partido entendia

que tal oportunidade poderia criar uma concorrência desleal ao mercado europeu. Recordou que

existiam regimes totalitários e ditatoriais na América Latina, como a Venezuela, com os quais

considerava que não se podia compactuar nem celebrar acordos. Sobre o acordo UE-Mercosul,

referiu que podia trazer benefícios, mas a médio prazo poderia causar um grave problema de

sobrevivência para as empresas europeias, porque se iria competir com baixos salários, fraca

qualidade, que iriam potenciar o apoio à imigração ilegal, bem como iria causar um dumping salarial

na Europa, reforçando que não se podia permitir que tal cenário ocorresse. Destacou que, apesar de

se ter afirmado que todos os países da América do Sul apoiavam a Ucrânia, tal não era verdade, pois

o presidente do Brasil apoiava a Rússia durante a invasão da Ucrânia, concluindo que não eram

parceiros confiáveis com quem pudessem desenvolver aquilo que era o roteiro para a autonomia

estratégica.