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Nas críticas condições pirometeorológicas do dia 15 de outubro o nível de prontidão das

atividades de pré-supressão e supressão é determinante. Começa por ser especialmente

importante a dissuasão e controlo do uso do fogo e, em geral, a vigilância, nomeadamente

onde a vegetação e topografia favoreçam o desenvolvimento de grandes incêndios. A rapidez

é decisiva, da deteção à 1ª intervenção, e o despacho de meios de combate e o seu pré-

posicionamento devem ser adequados à gravidade da situação, o que deve ser tratado à

escala nacional e não se compadece com respostas locais e forçosamente descoordenadas.

Simulações do desenvolvimento inicial do comportamento do fogo indicam que a maioria dos

mega-incêndios não seria controlável para lá de 3-5 minutos (meios terrestres) ou 10-17

minutos (meios aéreos pesados) após a ignição. A maioria das ocorrências foi combatida em

5-10 minutos após o alerta, mas a 1ª intervenção terá essencialmente acontecido quando o

incêndio já estava para lá da capacidade de extinção, pelo que eram muito reduzidas as

opções face ao comportamento extremo do fogo. Independentemente da disponibilidade de

meios (e de meios com maior capacidade de supressão) a estratégia seria naturalmente

defensiva após a muito curta janela de oportunidade inicial, pelo que em dias com condições

tão extremas é de considerar o uso de vigilância armada aérea para debelar de imediato as

ignições que possam ocorrer.

Análise das fatalidades

A análise das circunstâncias em que pereceram 48 cidadãos, nos incêndios de 14, 15 e 16 de

outubro, permite evidenciar algumas características associadas a cada uma das fatalidades.

Reconhece-se que este aspeto é essencial para que, no futuro, se possam conceber

mecanismos de proteção pessoal e de envolvimento eficaz das populações nas ações de

socorro.

As vítimas mortais ocorreram em quatro distritos (14 concelhos), com uma enorme dispersão,

o que distingue as fatalidades deste período das do incêndio da zona de Pedrógão.

A análise sobre as ocupações dominantes nos locais onde pereceram os cidadãos foi cruzada

com as iniciativas previstas e impostas pelo Decreto-Lei n.º 124/2006 (que define os

mecanismos de prevenção estrutural). Na maior parte dos referidos locais, as medidas

vigentes de prevenção estrutural não estavam executadas, com realce para as estradas.

Foi igualmente analisada a estrutura etária das vítimas, assim como as suas ligações às zonas

afetadas. A inserção em classes etárias revelou uma diferença substancial em relação às

vítimas de Pedrógão. As fatalidades no período em análise atingiram maioritariamente idosos,

com especial expressão para a classe etária dos 70 aos 79 anos. Para além disso, a maior

parte das vítimas (85%) eram residentes permanentes nas respetivas zonas. Estas

características configuram o predomínio, entre as vítimas, de residentes de duas tipologias.

Uns tentaram salvar os seus bens e foram surpreendidos pelo fogo na proximidade das suas

residências. Outros tinham problemas de saúde, com dificuldades de mobilidade, o que

impediu uma evacuação atempada.

As fatalidades ocorreram no final do dia 15 de outubro e às primeiras horas do dia 16 de

outubro e a maioria das vítimas não estava em fuga, o que revela a severidade do fogo e a

velocidade da sua expansão, surpreendendo de forma violenta os diversos locais que foi

visitando.

O combate aos incêndios de 14 a 16 de outubro de 2017

O quadro que serviu de referência à análise do combate aos incêndios de 14, 15 e 16 de

outubro de 2017 foi a Diretiva Operacional Nacional (DON), que decorre do Dispositivo

Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF). Aquela Diretiva é anualmente elaborada

e define os mecanismos de intervenção para o combate aos incêndios florestais.

17 DE ABRIL DE 2018_____________________________________________________________________________________________________________________

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