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RELATÓRIO | OBSERVATÓRIO TÉCNICO INDEPENDENTE

as vulnerabilidades da floresta num clima de tipo mediterrâneo, sem conhecimento das principais

causas dos incêndios florestais e rurais no nosso país, sem conhecimento dos riscos associados

a esses incêndios e das medidas de segurança que devem ser praticadas na proteção de

pessoas e bens, será muito difícil conseguir sensibilizar os futuros cidadãos para a necessidade

de “modificação de comportamentos e adoção das melhores práticas de segurança, individual e

coletiva”. É um processo que deve ter início nas escolas públicas e privadas e ao qual se deve

dar a prioridade que é exigida se pretendermos realmente diminuir o risco de incêndios florestais

e rurais em Portugal e diminuir a média decadal de área ardida nas próximas décadas.

A sensibilização deve dirigir-se efetivamente a todos os cidadãos, e organizações relevantes,

utilizando vários meios. Um dos meios que envolve menos custos em termos de pessoal e meios

materiais é utilizar os inúmeros dispositivos de comunicação digital que estão acessíveis ou que

são utilizados por praticamente toda a população do país. Campanhas de sensibilização nesses

meios por meio de produtos certificados do ponto de vista científico embora utilizando uma

linguagem e conceitos acessíveis à generalidade da população contribuiriam para uma maior

sensibilização para a defesa da floresta contra os incêndios e para a minimização dos riscos

para pessoas e bens associados a esses incêndios.

No SDFCI a execução de campanhas de sensibilização é, independentemente das entidades

que as realizam, coordenada pelo ICNF, competindo a esta entidade, às comissões distritais e

municipais de DFCI "a promoção de campanhas de sensibilização e informação pública, as quais

devem considerar o valor e a importância dos espaços florestais, a conduta a adotar pelo

cidadão na utilização dos espaços florestais e uma componente preventiva que contemple as

técnicas e práticas aconselháveis e obrigatórias do correto uso do fogo".

O SDFCI indica que os apoios públicos a campanhas de sensibilização devem estar integrados

no âmbito do PNDFCI, dos PDDFCI e dos PMDFCI, em função da escala geográfica da iniciativa

e devem observar uma identificação comum definida pelo ICNF, que deve também divulgar as

medidas preventivas adequadas.

Será que o ICNF, tendo em atenção todas as responsabilidades que acumula tem ainda

capacidade de coordenar as campanhas de sensibilização e informação pública e definir a

identificação comum para todas essas campanhas? Imagine-se a complexidade administrativa

desta coordenação, através de ofícios entre as múltiplas instituições envolvidas, e as

dificuldades na disponibilização das verbas mínimas essenciais para levar a cabo as campanhas

de sensibilização e informação pública, estritamente de acordo com as especificações do ICNF.

Haverá no ICNF pessoal disponível para tal coordenação quando nem sequer consegue gerir as

Matas Nacionais que estão debaixo da sua responsabilidade direta? Há a tendência para fazer

os organigramas de coordenação e responsabilização das múltiplas entidades envolvidas no

SDFCI de uma forma abstrata sem ter em atenção as competências humanas, em termos

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