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14 DE NOVEMBRO DE 2019

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7. CASOS DE ESTUDO

7.1. PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DAS MATAS LITORAIS

No âmbito da recuperação das matas litorais atingidas pelos incêndios de 15 de outubro de 2017, o ICNF

coordenou um plano para assegurar a gestão sustentável dessas áreas, de que se destaca a constituição da

Comissão Científica do Programa de Recuperação das Matas Litorais, com a participação de várias

instituições do Ensino Superior e do INIAV (Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária), e a

elaboração dos projetos previstos no âmbito da Resolução do Conselho de Ministros n.º 9/2019. O Plano de

Atividades produzido por estas instituições pode ser consultar em:

http://www2.icnf.pt/portal/florestas/dfci/relat/raa/prg-rec-mataslitorais. Neste documento técnico apresentamos

uma súmula das contribuições dos diversos autores, que podem ser consultadas com mais pormenor no

referido site, centrado na temática específica dos processos erosivos e estabilização de emergência.

No dia 15 de outubro de 2017 o território nacional sofreu a influência da tempestade tropical Ophelia, a qual

exacerbou as condições de perigo meteorológico de incêndio, já de si adversas, pela combinação entre um

período muito prolongado de seca e a exposição à circulação de ar quente e seco proveniente do norte de

África. Os dois incêndios que percorreram as Matas Litorais, respetivamente Burinhosa-Pataias (resultante de

duas ignições distintas) e Quiaios-Figueira da Foz, seguindo uma orientação SW-NE, e cuja propagação

resultou num perímetro fortemente alongado, são bem reveladores da contribuição exercida pelo vento. Este

foi o evento que assumiu proporções mais devastadoras nas Matas Nacionais desde que há registos, sendo

que os dois maiores anteriores, em 1993 e 2003, queimaram, respetivamente, um terço e um quinto da área

percorrida em 2017 (Quadro 2).

Quadro 2. Importânciarelativa dos incêndios de 2017 nas diversas Matas e Perímetros Florestais do Litoral

Centro.

Área total (ha) Área ardida (ha) Proporção %

MN Pedrógão 1808 1620 90

PF da Alva do Azeche 101 87 87

MN Leiria 11 201 9476 86

PF das Dunas de Cantanhede 3522 2328 81

MN das Dunas de Quiaos 6039 3782 63

MN do Urso 6135 3306 54

PF das Dunas e Pinhais de Mira 5315 2817 53

PF da Alva da Senhora da Vitória 338 173 51

MN das Dunas de Vagos 2284 245 11

Total (ha) 35 563 24 344 67

MN: Mata Nacional; PF: Perímetro Florestal.

Algumas medidas de estabilização de emergência no pós-fogo foram aplicadas rapidamente, embora com

caráter pontual, nas margens de alguns troços do Ribeiro de Moel (Mata Nacional de Leiria) logo em meados

de dezembro de 2017. Estas medidas consistiram, basicamente, na construção de barreiras de troncos,

combinadas ocasionalmente com um acolchoado de estilha projetada produzido no próprio local. Foram assim

construídas três barreiras de troncos, instaladas ao longo das margens da referida linha de água, tendo sido

as mesmas dotadas duma faixa específica para infiltração/sedimentação imediatamente antes de cada

barreira e de uma cerca de sedimentos a jusante das mesmas para determinar a sua eficácia.

No referido Plano de Atividades salienta-se que a informação sobre a erosão hídrica do solo e sua

mitigação nas dunas costeiras num cenário pós-fogo é ainda extremamente incipiente, sendo mais numerosos