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controlado, aplicado ao pinhal-bravo nos perímetros florestais do Entre-Douro e Minho, cuja

área intervencionada com o uso do fogo técnico ultrapassou os 3000 hectares. A execução do

programa esteve a cargo de sete equipas constituídas por um supervisor técnico e 4 a 10

operadores equipados com ferramenta de sapador (Fernandes, 2005).

No período de 1985 a 1989 o uso do fogo técnico pelos Serviços Florestais desacelerou, para

voltar a ganhar uma nova dinâmica entre 1990 e 1993, com intervenções em povoamentos

jovens. A partir de 1994, o fogo controlado reduz-se a ações muito pontuais e esporádicas nos

povoamentos florestais dos perímetros de Vieira e Monte Crasto, Entre Vez e Coura, Cabreira

e Marão, na região Norte, enquanto na região Centro, nos perímetros da Lousã, Alge, Penela,

e Góis, o uso do fogo, ainda que muito reduzido, tinha como objetivos responder às

comunidades pastoris e a prevenção de incêndios pela sua aplicação na gestão de matos.

Na década de 90, a investigação sobre a ecologia do fogo prescrito, apoiada por programas de

financiamento, permitiu aprofundar os conhecimentos e transferi-los para o contexto técnico,

destacando-se neste período o projeto internacional FIRE TORCH, coordenado pela UTAD

(Fernandes, 2005).

Em 1992, é fundada a FORESTIS – Associação Florestal de Portugal, cujo objeto é apoiar a

gestão, a defesa da floresta e promover o associativismo na floresta privada e comunitária,

agregando diversas organizações de produtores florestais. O seu papel foi fundamental na

formação de técnicos das associações florestais no uso do fogo controlado. Da mesma forma,

outras entidades foram promotoras de formação deste âmbito, nomeadamente a CAP

(Confederação de Agricultores de Portugal) e o IDARN (Instituto para o Desenvolvimento

Agrário da Região Norte).

Em 2001, seis técnicos frequentaram o Prescribed Fire Training Center em Tallahassee,

Florida, EUA, constituindo o primeiro núcleo de formadores em Portugal. A partir de 2002, este

núcleo desenvolveu programas de formação aprofundando e transmitindo conhecimentos em

matérias de planeamento, execução e avaliação da queima e introduzindo ferramentas de

apoio à decisão (Fernandes, 2005).

Em 2006 inicia-se um dos mais importantes programas internacionais de experimentação e

divulgação do uso do fogo técnico, o projeto Fireparadox (2006-2010), que envolveu

investigadores e técnicos de diversos países, resultando em diversa documentação técnico-

científica assim como propostas para a regulamentação do fogo controlado na Europa (Silva,

2010).

Neste contexto, têm início duas iniciativas nacionais para fomentar o fogo técnico, as quais

permitiram impulsionar o seu uso e uma mudança no sistema de defesa da floresta contra

incêndios, a criação do Grupo de Especialistas em Fogo Controlado (GeFoCo), resultante de

protocolo entre a DGRF, a FORESTIS e a UTAD, e do Grupo de Análise e Uso do Fogo

(GAUF), sob a tutela da DGRF. Apesar dos resultados, na generalidade muito positivos,

acabaram por ser extintos em 2010 e o uso do fogo técnico voltou a perder ímpeto (Pinho e

Mateus, 2019).

Ainda antes dos catastróficos eventos de 2017, e dada a necessidade de gestão do

combustível florestal numa escala mais ampla, os Serviços Florestais (ICNF) voltam a fomentar

o uso do fogo técnico em substituição do papel modelador do fogo tradicional.

Consequentemente, é criado em março de 2017 o Programa Nacional de Fogo Controlado e o

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