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pousio e perdeu-se praticamente o conhecimento do uso tradicional do fogo, ainda que

algumas variantes desse uso subsistam.

As comunidades rurais substituíram a energia proveniente da queima de biomassa pela

energia de fontes não renováveis como os combustíveis fósseis. Esta condição produziu uma

alteração profunda, quebrando todo um ciclo que mantinha a paisagem rural.

É factual que ocorrem incêndios derivados das atuais variantes do uso tradicional do fogo. No

entanto, uma restrição exagerada de todo o fogo e que insista na supressão de fogos de baixa

intensidade origina desequilíbrios importantes na paisagem, onde a vegetação acumulada por

falta de remoção pelo fogo irão ser consumidos em incêndios florestais, frequentemente de

maior severidade e maior escala, sejam estes de natureza antrópica ou natural.

A sociedade atual, cada vez mais urbana, mais consciencializada para os problemas

ambientais, com mais acesso à informação, a par do mediatismo que destaca os efeitos

negativos do fogo, encontra-se cada vez mais afastada dos saberes, práticas e usos ancestrais

das comunidades rurais. Neste contexto social em transformação, o uso tradicional do fogo tem

sido entendido como a principal causa de incêndios e constituido como crime ambiental.

Frequentemente, confunde-se o uso tradicional do fogo, nas suas variantes de queimas de

amontoados e sobrantes e de queimadas pastoris, entre outras, com incêndios florestais.

Especula-se sobre os impactes deste uso milenar, de forma pouco fundamentada, contribuindo

para que a opinião sobre os seus efeitos seja generalizadamente negativa, embora estas

práticas sejam cada vez menores e de menor impacte devido ao seu condicionamento e à

redução da população rural.

A supressão total do fogo, quer através da limitação total do uso tradicional pelas comunidades

rurais, quer pela substituição do fogo técnico por técnicas baseadas em equipamentos de

combustão interna, ou da extinção de todo e qualquer fogo, não tem dado os melhores

resultados, podendo inclusive ser bastante prejudicial (Myers et al., 2006). Para uma melhor

compreensão da problemática, o diagrama seguinte (Figura 4) procura sintetizar como o uso

mais tradicional do fogo evolui para uma situação de ilegalidade.

Figura 4. Evolução do fogo tradicional para um fogo ilegal e suas consequências. Adaptado de Oliveira (2020).

8 DE JANEIRO DE 2020______________________________________________________________________________________________________

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