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correspondente Plano Nacional de Fogo Controlado, canalizando apoios financeiros para a

elaboração de planos e para execução de ações de gestão de combustíveis com recurso ao

fogo técnico, nomeadamente apoio ao fogo controlado e às queimadas extensivas, em

particular nos territórios prioritários.

Este esforço indica que o país está consciente do impacto das mudanças sociodemográficas

nos territórios rurais que, a par das alterações climáticas, têm vindo a agravar-se nas últimas

décadas, destacando-se o despovoamento e o envelhecimento da população rural, que por sua

vez conduzem à acentuada e acelerada perda de usos agrícolas e pastoris e das práticas

ancestrais que permitiram manter a paisagem humanizada ao longo dos séculos. O resultado

será o que advérm de um território não gerido e sem gente, através da manifestação das

consequências mais negativas do fogo – os grandes incêndios rurais – em detrimento do papel

essencial do fogo como um processo ecológico e como uma ferramenta de gestão.

Figura 1. Evolução da área de povoamentos florestais em Portugal Continental. Fonte: IFN6 – Principais resultados – relatório sumário, ICNF; junho 2019.

A paisagem rural, composta pelo espaço florestal (floresta, matos e pastagens naturais) e pelo

espaço agrícola, ocupa mais de 90% do território nacional. O espaço rural pouco se alterou, no

entanto, a sua composição sofreu alterações profundas desde o início do século XX, com um

forte aumento do espaço ocupado por povoamentos florestais, maioritariamente de

monoculturas de pinheiro-bravo e eucalipto.

Segundo os dados do INE de 2016 (Figura 2), considerando a dimensão das explorações

agrícolas, verifica-se entre 1968 e 2016 uma perda do número de explorações com áreas

inferiores a 20 hectares de cerca de 70% e de superiores a 20 hectares de cerca de 20%.

Quanto à superfície agrícola utilizada (SAU) considerando a dimensão das explorações, entre

1968 e 2016 as explorações agrícolas com dimensões inferiores a 20 hectares perderam pouco

mais de 1 milhão de hectares de SAU, enquanto que as grandes explorações (superiores a 20

hectares) tiveram uma perda de 7%. Estes dados permitem-nos perceber que as pequenas

propriedades, sendo aquelas que ocupam a larga maioria do território continental, foram as

mais afetadas pelas mudanças socioeconómicas e demográficas, cuja perda de superfície

agrícola conduziu e continuará a conduzir ao aumento da ocupação florestal.

8 DE JANEIRO DE 2020______________________________________________________________________________________________________

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