O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

igual ao peso dos fatores endógenos (ignições e combustibilidade à escala da paisagem) (Fernandes et al.,

2014).

De acordo com dados do ICNF a área florestal em Portugal diminuiu em média 4,5% por ano no período de

1995 a 2010, principalmente devido à redução da área de pinheiro bravo, que não foi compensada com o

aumento da área de eucalipto (Turco et al., 2019). Esta redução implicou uma diminuição do volume de

biomassa que poderá explicar a relativa estabilidade da área ardida anualmente no período referido (Turco

et al., 2019). O ano de 2017 é, neste contexto, uma anomalia dado que o modelo clima-incêndios só

consegue reproduzir o valor observado da área ardida nesse ano com a inclusão dos fatores climáticos

(Figura 4). Este resultado revela que o valor extremo da área ardida em 2017 constitui um aviso para o

aumento de probabilidade de futuras condições meteorológicas semelhantes ou ainda mais extremas devido

às alterações climáticas.

Figura 4 – Desvios entre a previsão de área ardida em milhares de hectares obtida no modelo clima-incêndios, com os fatores não-climáticos apenas – banda em cinzento escuro – e com os fatores não-climáticos e climáticos incluídos – banda em cinzento claro -, e os valores observados marcados a negro. Repare-se que os fatores não-climáticos são incapazes de explicar a área ardida em 2017. Figura adaptada de Turco et al. (2019).

A combinação de modelos clima-incêndios com previsões meteorológicas sazonais para obter modelos

integrados de clima-área ardida permite prever a ocorrência de condições potenciais adversas na época de

incêndios nos climas de tipo Mediterrâneo e consequentemente reduzir o risco de incêndio florestal e rural

(Turco et al., 2018). Encontra-se aqui um exemplo de uma medida de adaptação que pode ser usada em

Portugal. Para realizar este tipo de projeto de adaptação às alterações climáticas é conveniente dispor de

dados atualizados sobre as florestas, incluindo a carga de combustível que contêm. Porém, em Portugal

tais estudos estão limitados pela falta de dados atualizados do Inventário Florestal Nacional cuja última

edição data de 2015 e refere-se a 2013. Sem inventários florestais atualizados não é possível estimar de

forma fiável o volume anual de biomassa e consequentemente torna-se inviável separar, no conjunto dos

fatores que influenciam o valor da área ardida anualmente, os que têm uma origem climática dos não

climáticos.

2 DE JULHO DE 2021 _____________________________________________________________________________________________________________

41