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quer as comunidades escolares quer as populações que estas servem.
Em 2001, está previsto que este programa possa lançar novos centros interactivos que divulguem a ciência e a tecnologia, que estimulem capacidades adormecidas e desconhecidas, que promovam a geminação entre escolas e comunidades científicas, com desenvolvimento especial das ciências experimentais.
Apesar de tudo o que tenho estado a dizer, gostaria de colocar a V. Ex.ª duas questões, uma das quais, aliás, já foi praticamente respondida por V. Ex.ª. Mas, mesmo assim, coloco-a de outra maneira, perguntando-lhe se é possível alargar a Internet para além dos circuitos de formação das escolas e dos professores às associações de pais.
É que do contacto que tenho tido com alguns encarregados de educação e pais dos alunos tenho verificado que há um absoluto desconhecimento, por parte dos pais, dos assuntos que se referem à Internet, com a dificuldade de, depois, lidarem com os filhos, em casa, sobre este assunto. Seria, talvez, útil para todos que houvesse, de facto, um intercâmbio entre os pais e as escolas de modo a que, fora da escola, os pais e os filhos pudessem trabalhar em conjunto.
A segunda questão diz respeito às verbas atribuídas ao Instituto de Meteorologia. Gostaria que V. Ex.ª me explicasse, se pudesse, o decréscimo acentuado de 1 231 179 contos, em 2000, para 705 000 contos, em 2001, se atendermos a que, principalmente, este se refere a itens que ao ambiente e ao clima dizem respeito.

O Sr. Presidente (José Penedos): - Tem a palavra o Sr. Deputado Rosado Fernandes.

O Sr. Rosado Fernandes (CDS-PP): - Sr. Ministro, na ciência tem-se verificado uma desumanização cada vez maior. Há uma digitalização da ciência, há uma sociedade de informação, mas a ciência tem-se afastado cada vez mais das necessidades básicas de alguns aspectos da humanidade.
Queria perguntar-lhe, por exemplo, em relação às ciências fundamentais, que foram sempre a grande prerrogativa dos catedráticos deste país e, naturalmente, nunca deram grandes resultados, desde António Luís Verney - de facto, nunca vi que isso fosse fundamental -, se na sua formação de visão do futuro passa a definição de metas a atingir na investigação científica que sirvam o desenvolvimento português. É fácil dizer, é fácil estabelecer o cenário, para quem tenha facilidade de elocução, como tem o Sr. Ministro, como tem o nosso Primeiro-Ministro, como tem o Engenheiro Roberto Carneiro, todos saídos dessa maravilhosa escola do Instituto Superior Técnico.
Um dia, perguntei ao Marçal Grilo se alguma vez tinha desmontado um motor, sendo ele um engenheiro mecânico. Ele disse-me que tinha desmontado um e eu respondi que era melhor desmontar mais, para não acabar por aprender com os aprendizes, na garagem.
Mas, de qualquer maneira, sendo essa a formação dos nossos intelectuais e dos nossos catedráticos - que, como pode imaginar, eu bem, conheço -, queria perguntar-lhe, por exemplo, no que diz respeito à investigação dirigida ao nosso atraso nas pescas, se essa investigação é avaliada, se é transmitida, se os pescadores têm conhecimento dessa investigação ou se a ignoram e têm um desprezo total pelos chamados investigadores.
O último investigador que conheci era o pobre Saldanha, que Deus Nosso Senhor já chamou à sua divina presença. Ainda quando eu era Reitor, tivemos o navio Noruega - agora temos dois barcos - e muitas vezes vi que havia, de facto, investigação na área da pesca; agora, e também o felicito por isso, já há ligações ao INIA.
Aliás, se desaparecesse, o INIA não fazia falta nenhuma, pois os que fazemos agricultura, de facto, não o consultamos, mas, sim, alguns espécimes raros de indivíduos que ainda estão ligados à terra pela investigação. Mas, como instituição, o INIA funciona mal. Tenho mandado fazer análises da terra, por exemplo, a Espanha, à América, a França, mas nunca ao Laboratório Químico Agrícola Rebelo da Silva, e o pobre Rebelo da Silva deve estar às voltas no túmulo porque ele correspondia-se com agricultores da sua época e era um homem muito ligado a problemas práticos.
Isto não tem nada a ver com CDS-PP, com PSD, com PS, com PCP, é uma coisa completamente ligada só à ciência, que é uma coisa bastante suprapartidária, graças a Deus. Mas julgo que se o Sr. Ministro não conseguir dar, de facto, aos nossos intelectuais, investigadores e cientistas a noção de que o que interessa é fazer algum trabalho útil para um País extremamente atrasado como o nosso, de facto, essa parte humana, essa parte de definição de tarefas, de estabelecer parâmetros, de fazer avaliações…
Sr. Ministro, o dinheiro que o senhor tem é mais do que suficiente, reconheço que não falta dinheiro. Mas, em geral, dinheiro nas mãos de países pobres em cultura é como "manteiga em nariz de cão" e é isso que me aflige! É que não aproveita o dinheiro quem quer e o senhor pode dar milhões de contos para grupos humanos que existem no mundo e esses milhões de contos são completamente deitados fora, ou metidos em bolsos próprios.
Assim, diga-me se pensa, de facto, dar à investigação uma tónica prática, ligada ao desenvolvimento de Portugal, porque a última experiência terrível que tive foi o exame da OCDE à ciência portuguesa, e não torno a fazer a figura que fiz, diante dos examinantes, que, aliás, também fizeram má figura, na medida em que pactuaram, nessa altura, com a falta de ciência e de coordenação no nosso país.

O Sr. Presidente (José Penedos): - Tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Oliveira.

O Sr. Manuel Oliveira (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Ministro, gostava de colocar-lhe duas ou três perguntas relativamente a questões que já foram referidas, nesta Comissão, e de confrontá-lo também com o texto do Programa do XIV Governo Constitucional. Como já é o segundo Orçamento deste Governo, naturalmente que há opções a merecerem alguma avaliação.
Há momentos, o Sr. Ministro disse-nos, que há previsão de criação de espaços digitais em todos os municípios para 2001. No domínio da generalização do uso da Internet, o Programa do Governo refere a criação de espaços públicos de acesso à Internet em todas as freguesias do País, generalizando a disponibilização e uso de e-mail para a população portuguesa, ou seja, mais de 1 milhão em menos de três anos.
Coloco-lhe mais duas ou três questões, ainda relacionadas com o Programa do Governo, sobre matéria