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A segunda questão tem a ver com o facto de eu considerar que o Estado e a própria Administração Pública têm a obrigação de dar o exemplo, digamos assim, daquilo que é uma óptica de informatização, de desburocratização, de facilidade de acesso a essa administração por parte dos cidadãos.
Portanto, coloco-lhe a questão de saber qual é a relação que tem com o Ministério da Reforma do Estado quanto à desburocratização, pois penso ser este o conceito de Ministério de que aqui estamos a falar quando referimos o Ministério da Reforma do Estado e da Administração Pública.
Sr. Ministro, qual é a relação que tem com o Ministério da Reforma do Estado e da Administração Pública, até porque me parece que o orçamento é francamente modesto no que diz respeito à modernização da Administração Pública, no seio do orçamento do Ministério da Ciência e da Tecnologia, e parece-me essencial que, aqui, o Estado dê o exemplo.
A terceira matéria que queria abordar tem a ver com o próprio desenvolvimento da economia a que ainda se chama economia digital - penso que qualquer dia será economia e ponto final -, nomeadamente, e dou-lhe um exemplo muito concreto, no que tem a ver com o comércio electrónico. Li que há uma iniciativa nacional para o comércio electrónico, se não estou em erro e queria saber, em concreto, o que é que isso significa, nomeadamente em termos de legislação e em termos de incentivos. O que é que está previsto para se modernizar, também, a própria economia, para ajudar a própria dinâmica social nesta matéria?
A quarta e última questão, que me parece muito relevante mas que, infelizmente, não vejo ser abordada, normalmente, quando falamos destas matérias das novas tecnologias, tem a ver com algo que o próprio Sr. Deputado Narana Coissoró aqui levantou e a que eu chamaria o apoio ao incentivo à identidade nacional - chamemos-lhe assim.
Sabemos que a globalização, se quisermos, a democratização que as novas tecnologias trazem, vai chocar, naturalmente, com aquilo que é a identidade nacional, desde logo com a própria língua. Considero que não devemos ter qualquer espécie de preconceito quanto a essa matéria. Não sei se o Sr. Ministro concordará comigo, até porque essa matéria não caberá muito no âmbito do seu Ministério, mas sou favorável, por exemplo, a que o ensino da língua inglesa seja feito desde o primeiro ano de escolaridade. E refiro isto para provar que não tenho qualquer espécie de complexo quanto a esta globalização. Contudo, entendo que deve haver um esforço para preservar aquilo que é a nossa identidade nacional.
Ao nível da língua, vejo uma rubrica nos objectivos, nas Grandes Opções do Plano, de apoio aos conteúdos portugueses na Internet e gostaria de o questionar em que sentido é que isso se poderá, depois, verificar e como é que existirá esse apoio aos conteúdos portugueses.
Por outro lado, também julgo que se poderia fazer muito mais. Confesso que na primeira leitura que fiz do Orçamento, um pouco na diagonal, li Biblioteca Nacional em Rede e fiquei muito contente, porque achei que seria um passo interessante. Depois, percebi que seria só a Biblioteca Nacional para a Ciência e Tecnologia. É modesto, mas saudamos, naturalmente.
De qualquer modo, penso que se poderia fazer muito mais do que isso e dou-lhe um exemplo muito concreto para expressar aquilo que quero dizer. Julgo que faria sentido que houvesse um apoio claro a um objectivo concreto de se criar, por exemplo, o museu virtual da história de Portugal, onde os jovens pudessem através da rede, da Internet e do seu próprio computador pessoal, aceder à história de Portugal.
Compreendo aquilo que foi dito pelo Sr. Deputado Narana Coissoró, e ler Os Maias em livro, na impressão de papel, pode ter outras virtudes, mas julgo que temos de perceber que, com esse tipo de "caprichos", com o devido respeito, como é evidente, não vamos caminhar no sentido correcto, na minha opinião, porque as novas gerações já não pensarão assim. Portanto, julgo que temos de abrir-nos, de facto, a estas novas tecnologias e julgo que a identidade nacional deveria ser, também, um objectivo a preservar neste mesmo orçamento e nestas grandes opções do Ministério da Ciência e da Tecnologia.

O Sr. Presidente (José Penedos): - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Teresa Coimbra.

A Sr.ª Teresa Coimbra (PS): - Sr. Presidente, dispenso-me de cumprimentar o Sr. Ministro, porque já foi suficientemente cumprimentado, e queria dizer que uma parte da intervenção que vou fazer até já foi respondida pelo Sr. Ministro. Em qualquer dos casos, vou fazê-la.
Gostava de dizer que, perante um orçamento que, de 1995 até 2001, aumenta 3,7 vezes, passando de 17 624 contos para 66 506 contos, ficamos com a ideia de que pouco se poderá exigir para além do que já foi feito e está programado para 2001.
Habituados a um atraso tradicional no campo da ciência e da técnica, vemos com agrado e, sobretudo, com muita esperança a atenção que a estas áreas foi dada, a partir de 1995, aquando da formação do I Governo socialista, em que pela primeira vez se assumiu o Ministério da Ciência e da Tecnologia, que provou, ao longo destes anos, o quão necessária era a sua criação.
Da análise das GOP para 2001, verificamos que, a médio prazo, teremos possibilidade de preparar e formar novos quadros, com aproveitamento de todos os recursos humanos disponíveis, no sentido do reforço da cultura científica e tecnológica. Não é por acaso que vêm surgindo, todos os anos, novos valores que se lançam com êxito no mundo do trabalho europeu e americano e que usufruem de real e merecido prestígio.
Temos esperança que, num futuro mais ou menos próximo, se a política neste Ministério for continuada, poderemos ter, em Portugal e fora de Portugal, uma plêiade de cientistas de que nos orgulharemos.
Gostaria de referir, agora, o êxito do Programa Ciência Viva, porque a ele estive ligada, que contribuiu, ao longo dos anos, para a promoção da cultura científica e tecnológica dos nossos alunos mais jovens e, consequentemente, das suas famílias, para além do contributo real e em grande escala para um melhor apetrechamento das escolas que aderiram a esse programa.
Houve também ganhos consideráveis por acção do intercâmbio entre escolas, com a permuta de experiências dos diferentes professores, que afectaram positivamente