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certas profissões, por exemplo, as que envolvam dedos (o violino começa-se a aprender aos seis anos. Mas não se trata da aprendizagem de violino, antes de mecânica, de certas profissões mais especializadas), não seria conveniente começar-se mais cedo? Em países desenvolvidos este ensino começa no 7.º ano, ou seja, temos os quatro anos da antiga primária, mais dois anos do ensino básico e no 7.º ano já haveria início de profissionalização, ou melhor, de ensino com aplicação prática (não lhe chamemos profissionalização).
Ainda não vejo isto em Portugal, ainda não há dinheiro para o fazer, além disso a mente portuguesa ainda não se conformou com este cenário. De facto, não vai ser fácil pensarmos nesta hipótese, só quando chegarmos a um atraso ainda mais considerável do que aquele que hoje já nos caracteriza e nos torna bastante conhecidos no campo internacional as pessoas acordarão para a necessidade de começar a preparar os nossos rapazes e as nossas raparigas para profissões para que tenham vocação.
No que diz respeito ao ensino superior, sempre considerei o ensino politécnico uma asneira, aliás, sempre o disse. Nunca considerei que resolvesse o que quer que fosse; a universidade teria podido perfeitamente resolver, criando vários tipos de cursos, aquilo que o instituto politécnico está a fazer. Só que o instituto politécnico teve depois o azar de ter congregado à sua volta pessoas de carreira medíocre e como similia similibus congregantur, naturalmente que foram buscar outros medíocres. E como diz Boileau em Arte Poética, un sot a toujours un plus sot qui l' admire, ou seja, um pateta tem sempre um mais pateta que o admira.
Sr. Ministro, considero que muito mais importante do que o dinheiro, que chega, é a forma como ele vai ser administrado. Sr. Ministro, pergunto se está disposto a mandar avaliar e a publicar, como já fez, as avaliações, embora o meu querido colega António Braga, que está com um ar todo prazenteiro, me tivesse dado uma "pancadinha" quando eu pedi a publicação!… Mas, enfim, são coisas que esquecemos.

O Sr. António Braga (PS): - Isso não é verdade!

O Orador: - De maneira que gostaria de saber se o Sr. Ministro está disposto a avaliar a sério a forma como os dinheiros são geridos e a arranjar forma de esses dinheiros poderem dar mais proveito, por exemplo, no ensino superior, admitindo também que os alunos que lá estão há 10 anos não merecem continuar a ocupar o lugar de outros, que tanto necessitam de ter um ensino superior.

A Sr.ª Presidente: - Estou a ver que tenho de dar razão à Sr.ª Deputada Rosalina Martins!
Tem a palavra o Sr. Ministro da Educação, para responder.

O Sr. Ministro da Educação (Júlio Pedrosa): - Sr.ª Presidente, Sr. Presidente da Comissão de Educação, Cultura e Ciência, Sr.as e Srs. Deputados: Vou seguir a ordem das intervenções e procurar não deixar nenhuma pergunta sem resposta, algumas delas com a contribuição do Srs. Secretários de Estado.
Sr. Deputado David Justino, no que diz respeito à concretização da expansão da rede pré-escolar, à preocupação que tem em relação às necessidades da sua racionalização e a essa nota de existirem situações em que o número de alunos claramente aponta num sentido inverso àquele que temos defendido, diria o seguinte: creio que há uma necessidade de racionalização urgente do pré-escolar articulado com o 1.º ciclo do ensino básico e com a política de agrupamentos. A intervenção que temos prevista em relação à qualificação, nomeadamente do 1.º ciclo, onde este problema tem uma dimensão muito significativa, como todos sabemos - aliás, esta questão já foi discutida num encontro com a Associação Nacional de Municípios Portugueses, porque, como sabemos, em relação, nomeadamente, aos investimentos, é matéria da sua responsabilidade - passa pela criação de um quadro de referência para a rede do pré-escolar, do 1.º ciclo e, também, dos 2.º e 3.º ciclos, quadro esse que corresponda a uma racionalização não só em termos da existência de escolas com um número de alunos ajustado ao bom funcionamento das escolas e dos jardins de infância mas também pela necessidade de se criarem equipamentos e condições para que tenhamos os professores qualificados para o que hoje é exigido numa educação básica e do 1.º ciclo de qualidade. Isto é, condições para terem, além do currículo nuclear, educação musical, educação física, etc.
Portanto, o que temos inscrito como resposta a este problema, que está identificado, é associar-lhe a racionalização e, sobretudo, o desenvolvimento nas zonas onde há ainda um grande espaço para o incremento de uma política para a rede articulada com a racionalização do 1.º ciclo e com a formação de agrupamentos verticais, de preferência, que ajudem também a criar equipamentos que dêem uma resposta completa do ponto de vista pedagógico, não apenas dos recursos físicos mas também dos recursos humanos.
Quanto à questão que levantou sobre o desenvolvimento da rede, direi que, no distrito do Porto, já se assistiu a um desenvolvimento acelerado da rede, pois, no ano passado, foram construídas cerca de 60 escolas, mas temos de reconhecer que o mesmo não aconteceu no distrito de Setúbal, sobretudo. Estamos a trabalhar com a Associação Nacional de Municípios Portugueses - fizemos já algum percurso nesse trabalho -, tendo em vista a criação de uma outra dinâmica para responder a este problema, nomeadamente nos distritos onde há um atraso em relação ao objectivo.
Quanto ao volume de investimentos inscritos, aproveito para corrigir e responder não só ao Sr. Deputado David Justino, que teve uma intervenção no dia 8, mas também à Sr.ª Deputada Luísa Mesquita, já que há uma leitura que pode ser errónea do número que aqui está, quando comparam o Orçamento inicial, de 2001, com o Orçamento de 2002, uma vez que em 2001 está inscrita a verba de investimento que depois foi transferida para as autarquias e agora não está. Se usarmos os mesmos termos de referência, a verba inscrita em 2001 é de cerca de 6,5 milhões de contos e a verba inscrita em 2002, usando a mesma referência, é de 6,8 milhões de contos.
Como sabem, é óbvio que a maior parte desta verba é de investimento, cuja responsabilidade de utilização compete às autarquias, mas o Ministério da Educação tem presente a necessidade de ter um trabalho mais próximo para