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62 II SÉRIE-OE — NÚMERO 4

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Gonçalves, dispondo de 1 minuto.

O Sr. Carlos Gonçalves (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, Sr. Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros, gostaria de fazer muitas perguntas, no entanto, o tempo de que disponho é extremamente limitado.
Assim sendo vou, apenas, fazer nota de duas coisas: primeira, que o nosso grupo parlamentar registou hoje que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros reconhece que só em Janeiro do ano que vem é que, realmente, vai dedicar-se a questão da rede consular, visitando as comunidades portuguesas.
Espero que o Sr. Ministro não leve a mal aos emigrantes portugueses – que o Sr. Ministro considerou que são mercado eleitoral – o facto de acharem que o Sr. Ministro e o Governo só se vão dedicar às comunidades, porque estão a um ano das eleições. De facto, não me parece normal que um Governo esteja três anos à espera para poder agir nesta área»

Protestos do Deputado do PS Afonso Candal.

Sr. Presidente, gostaria de cumprir o minuto de que disponho, o que farei, se me deixarem falar. Recordo que temos tido o cuidado de deixar falar toda a gente.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tem a palavra e faça o favor de concluir as questões que pretende colocar.

O Sr. Carlos Gonçalves (PSD): — Se não podemos fazer perguntas incómodas ao Governo, para que é que existe a Assembleia da República?

Protestos do Deputado do PS Afonso Candal.

Mas permita-me que lhe diga o seguinte, Sr. Ministro,»

Protestos do Deputado do PS Afonso Candal.

Posso falar?

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, faça favor de concluir.

O Sr. Carlos Gonçalves (PSD): — Assim não consigo falar, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: — Solicito o silêncio dos demais Srs. Deputados.
Sr. Deputado Carlos Gonçalves, faça o de concluir.

O Sr. Carlos Gonçalves (PSD): — Concluir?! Eu praticamente não comecei! A questão de fundo é esta, Sr. Ministro: houve aqui uma matéria que foi aqui levantada pelo meu colega José Cesário, que diz respeito à questão dos fluxos migratórios.
Compreendo que o Governo tenha algum mal-estar em falar desta questão no momento em que se discute o Orçamento do Estado e em que a questão do desemprego é a questão fundamental.
É normal que os números do desemprego de que dispomos hoje, e que são suscitados neste debate, estão muito longe de corresponder à verdade, porque estão 150 000 portugueses a sair para o estrangeiro.
Há dias, um emigrante da Alemanha, que veio ao Parlamento, disse-me: quando ouço a promessa dos 150 000 empregos, posso dizer que ela está a ser cumprida por alguns governos socialistas, nomeadamente pelo do Sr. Zapatero, em Espanha, que acolhe cerca de uma centena de milhar de portugueses, ou pelo do Sr.
Brown, no Reino Unido, que acolhe mais de 400 000 portugueses...