O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14 | II Série GOPOE - Número: 004 | 18 de Fevereiro de 2010

Há aqui uma coerência, uma lógica de natureza económica e de estratégia económica, que se articula com Madrid e que, a partir daí, se liga às redes europeias de alta velocidade, que importa considerar.
Portanto, a lógica da alta velocidade em Portugal, para além desse arco atlântico, passa, obviamente, também pela consideração de outras vias, que estão, aliás, em estudo e que serão concretizadas na medida das possibilidades e a seu tempo, como seja a linha Aveiro/Salamanca ou a linha Évora/Faro/Huelva, que estão a ser estudadas e avaliadas do ponto de vista dos custos e benefícios e que serão consideradas a seu tempo.
Quero também chamar a atenção — o que, aliás, já fiz na minha primeira intervenção — para este outro aspecto: a introdução da alta velocidade é importante não apenas pelos impactos imediatos que tem sobre a economia e pelo dinamismo económico imediato que gera, com a criação de emprego, etc., mas, sobretudo, porque os impactos são de natureza estrutural.
Portanto, é óptimo que a alta velocidade dê emprego e gere actividades económicas, mas trata-se, fundamentalmente, de um projecto de natureza estrutural que procura preparar o País para o futuro.
Quero também dizer, relativamente a essa alteração qualitativa que a introdução da alta velocidade já está a produzir em Portugal, e na sequência daquilo que há pouco referi, que a experiência da RAVE já tem tradução a nível internacional, tendo já colaborado na formação de 600 novos técnicos para a alta velocidade.
Portanto, a experiência portuguesa já teve tradução noutros países, nomeadamente nos Estados Unidos da América. É, pois, importante que os Srs. Deputados saibam que, em matéria de alta velocidade, já exportamos know-how para os Estados Unidos da América, tendo em vista o programa de introdução da alta velocidade que o Presidente Obama está a preparar para os Estados Unidos da América.
Este é apenas um dos exemplos, para além daquilo que já referi, a propósito da aquisição de competências das empresas, que podem ser exportadas, designadamente, para o Brasil. Como sabem, o Brasil também vai iniciar um processo de alta velocidade, estando as empresas portuguesas, com a experiência adquirida em Portugal, particularmente bem posicionadas nesse processo.
Por outro lado, partilho inteiramente do que a Sr.ª Deputada referiu em relação aos portos. Aliás, quero chamar a atenção dos Srs. Deputados para que a minha primeira visita como Ministro foi precisamente ao porto de Sines. Esse acto foi simbólico, quis dizer alguma coisa: quis marcar a importância que o Ministério dá à continuação da política que tem sido seguida em relação aos portos, que tem sido extremamente positiva.
Provavelmente os Srs. Deputados não saberão, mas aquilo que foi feito em relação aos portos — em particular, o investimento em tecnologias de informação — coloca, neste momento, os portos portugueses na primeira linha em termos mundiais. Designadamente com o projecto Janela Única Portuária, os progressos feitos em matéria de gestão dos barcos e do próprio processo de descarga são extremamente positivos — e está aqui um produto que também já pode ser exportável. De facto, a experiência em matéria de gestão de sistemas de informação nos portos é algo que já pode ser perfeitamente exportável.
Portanto, há aqui também uma linha, uma orientação muito definida relativamente ao aproveitamento e ao aumento dos hinterland dos portos, que passa necessariamente pela articulação rodoviária e ferroviária e precisamente com a articulação com as plataformas logísticas.
Aliás, quero dizer aos Srs. Deputados que, brevemente (eventualmente, em Março), vamos inaugurar as ligações do porto de Aveiro à rede ferroviária.

O Sr. Presidente: — Sr. Ministro, dispõe de 1 minuto.

O Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — E vamos dar prioridade à linha férrea de Sines/Poceirão para ligar, depois, a Espanha e se integrar dentro da rede ferroviária espanhola.
Relativamente a esta matéria, gostaria ainda de dizer que há, neste momento, trabalhos em conjunto com o Governo espanhol no sentido de criar todas as condições de interoperabilidade para que as ligações internacionais de mercadorias possam ser feitas e, no fundo, para que, particularmente, o hinterland do porto de Sines possa ser a península ibérica e, desse ponto de vista, um porto competitivo, no plano peninsular e mesmo no plano internacional.
Em suma, Sr.ª Deputada, quero dizer-lhe que vai haver uma aposta muito séria e continuada na política de desenvolvimento dos portos, na sua internacionalização e no levantamento dos constrangimentos ainda existentes, para que os portos possam ser não apenas um factor de articulação internacional do País mas