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17 | II Série GOPOE - Número: 004 | 18 de Fevereiro de 2010

metro. É o erro que cometemos em Lisboa. Não sei se iremos ter metro no aeroporto de Lisboa, agora que ele vai ser desmantelado!? O orçamento também fala em mais investimentos para aumentar a capacidade do Aeroporto da Portela.
Mas, Sr. Ministro, temos assistido a uma redução significativa do tráfego aéreo, com quebras significativas.
Aliás, não sei como é que vai ser o futuro da TAP — também não disse nada sobre isso — e é preciso saber se os objectivos da empresa estão ou não contratualizados.
A empresa atingiu os objectivos no passado? Já estão contratualizados os objectivos para o futuro? Qual é a situação da TAP? Ela mantém-se, vai ser privatizada? Sobre a ANA, pergunto como é que é possível falar na privatização da ANA sem explicar logo, de uma vez por todas, que tipo de modelo de gestão dos aeroportos é que vamos ter. Vai ser uma privatização só de uma parte? Do quê em concreto? Vamos dar todos os outros aeroportos, da Madeira, de Faro, do Porto, para satisfazer apenas o aeroporto de Lisboa? Ele é de facto prioritário, à luz dos números e da actual conjuntura económica? Termino com uma outra questão, que é, de facto, nebulosa.
Não ouvi o Sr. Ministro falar da terceira travessia do Tejo. Há notícias de que o concurso ainda está no aspecto jurídico e parece que há quem o queira anular e quem queira recorrer, mas o Sr. Ministro falou «zero» sobre a terceira travessia do Tejo e há dúvidas, havendo mesmo um administrador que diz que não passará nessa ponte se o concurso for ganho pela TraveTejo. Gostava de saber, Sr. Ministro, o que pensa sobre essa matéria.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Ministro, para responder.

O Sr. Ministro das Obras Públicas, Transporte e Comunicações: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, acho que grande parte das intervenções revelam um grande complexo relativamente a Espanha e aos espanhóis, que traduz um complexo de inferioridade.
Quero dizer que não tenho qualquer complexo de inferioridade relativamente aos espanhóis e, portanto, todos os projectos que passam e pela articulação com Espanha são projectos que assumo com inteira igualdade. São discutidos em pé de igualdade e não estamos sempre a pensar que qualquer coisa que façamos que envolva Espanha tem quaisquer segundas intenções e que seremos sempre condenados a fazer aquilo que eles querem.
Temos de pensar nos nossos interesses e objectivos e designadamente, a articulação com a Espanha e com a Europa é algo que é absolutamente estratégico para nós. É óbvio que temos de fazer as coisas em concordância com eles. Por via férrea, não podemos chegar ao resto da Europa sem passar por Espanha e, portanto, a articulação com eles é algo que tem de ser equacionado, ponderado e realizado. Desse ponto de vista, nos três ou quatro meses que levamos de Ministério, temos trabalhado no sentido de nos articularmos com o governo espanhol para que as coisas sejam feitas da melhor maneira, designadamente as ligações ferroviárias que referiu, discutindo a sua interoperabilidade.
Isto para dizer que estamos a trabalhar, a discutir, a negociar com os espanhóis perfeitamente à vontade e sem quaisquer complexos relativamente àquilo que é o nosso interesse.
Relativamente à alta velocidade, queria dizer que não podemos andar sistematicamente a pôr em causa todos os projectos. Há coisas que já estão em curso e não é agora que vamos definir por onde passa a linha Lisboa/Madrid. Parto do princípio que, mal ou bem, as coisas estão definidas, e acredito que bem porque tivemos técnicos bastante competentes na sua discussão. Portanto, estamos na fase da concretização, da execução, não estamos na fase de reequacionar as coisas nesta matéria.
Quero dizer que partilho inteiramente as observações que fez quanto ao aeroporto. Espera-se que o aeroporto de Lisboa preencha precisamente essas funções e que não seja apenas uma pista para os aviões aterrarem ou descolarem mas também um vector de dinamismo económico e não apenas do País. Assim, tudo o que o Sr. Deputado disse em relação àquilo que é uma concepção moderna de um aeroporto, vamos trabalhar para que possa ser concretizado, no que diz respeito a este aeroporto.
Ainda voltando àquilo que disse sobre a alta velocidade e a linha Porto/Vigo, quero chamar a atenção que os obstáculos foram colocados do lado espanhol. Tudo está a ser reequacionado porque houve um «chumbo»