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42 | II Série GOPOE - Número: 004 | 18 de Fevereiro de 2010

sentido de fazer um levantamento por amostragem da situação em Portugal e de saber se, efectivamente, Lisboa está ou não em condições de responder a um sismo daquela magnitude.
Já tive essa preocupação, o que é uma coincidência e, por isso, comecei por procurar responder ao Sr. Deputado. Todos nós fomos sensíveis àquilo que aconteceu no Haiti e que já tinha acontecido noutros lugares, todos nós! Apesar de a nossa legislação ser uma das mais avançadas e mais exigentes nessa matéria, e de eu também ter confiança nas nossas instituições e na sua capacidade de fiscalização, julgo que se justifica, também para garantir a tranquilidade da população, avançar neste sentido. Portanto, quero informar os Srs. Deputados de que, efectivamente, nessa deslocação, já tinha combinado com o LNEC avançar com um projecto que fosse nesse sentido; julgo que isso pode dar respostas muito interessantes a esse tipo de preocupações e permite-nos saber, no fundo, qual é a situação, porque de facto, verdadeiramente e apesar de toda a legislação, ninguém pode, com segurança, dizer qual é a situação real do País.
Mas, enfim, também não podemos ter, nessa matéria, uma atitude pessimista em relação àquilo que tem sido feito.
Para dar resposta à questão geral — que colocou um Sr. Deputado que já não está presente — da opção entre investimento de proximidade ou investimento de outra natureza, quero dizer o seguinte: considero importante que os Srs. Deputados tenham a noção de que não há contradição entre o investimento de proximidade e o investimento que se quer que seja um investimento estratégico. Não há contradição absolutamente alguma, portanto, temos de conciliar as duas coisas.
Não caio na tentação de dizer que os Srs. Deputados têm uma visão keynesiana, muito estreita, de considerarem que, numa situação de crise, «devamos abrir buracos» para, depois, «taparmos os buracos».
Julgo que não é esta a vossa concepção e, portanto, se «vamos abrir buracos», então que «os buracos» sirvam para alguma coisa!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mas há «buracos« abertos»!

O Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Essa é a preocupação que temos de ter e, naturalmente, todo o investimento de proximidade tem de ser articulado numa perspectiva de natureza mais geral, não apenas de ataque imediato à crise e à recuperação do emprego, mas também de preparar o País para os desafios que aí vêm.
Aliás, se olharmos para todos estes investimentos, mesmo para os grandes projectos, vemos que todos eles são investimentos de grande proximidade.
Comecemos pelas redes de nova geração (e para procurar dar resposta a algumas das questões que foram colocadas sobre isso): este é um impacto imenso, em termos da estrutura económica, em termos imediatos; são dezenas de milhar de postos de trabalho que estão associados, de forma directa ou indirecta; são também empresas, pequenas e médias, que são mobilizadas para trabalhar na concretização dessas redes; é também, simultaneamente, a oportunidade para fixar empresas nesses territórios e de gerar condições de produção de tecnologia relativamente a essas matérias.
Portanto, os impactos são imediatos, e nós podemos falar desse investimento nas redes de nova geração que, para além da perspectiva estratégica, tem efectivamente uma perspectiva de ataque imediato à nossa situação económica.
Vemos as próprias concessões rodoviárias e o que está a ser feito: ora, se há investimento que tem impacto imediato, em termos de proximidade e não só mas também em termos estratégicos, é todo o investimento que está a ser feito em termos rodoviários.
Portanto, aí está, claramente: não há contradição (ou uma diferença de opção) entre aquilo que o Sr. Deputado afirmou e aquilo que efectivamente está a ser feito. Essa é a questão fundamental! Aliás, comecei por dizer na minha intervenção inicial que neste momento Portugal está numa posição privilegiada relativamente a outros países, porque tem em carteira um conjunto de projectos, imensos, que, sendo aplicados na conjuntura actual, podem ter efeitos extremamente importantes, efeitos multiplicadores.
Mais: do ponto de vista económico, o efeito multiplicador sobre o emprego é maior quando estamos precisamente numa situação de desemprego.