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79 | II Série GOPOE - Número: 002 | 6 de Novembro de 2010

custos com um mínimo de optimismo, caramba! Não há nenhuma previsão de que haja uma grande misturada só porque se junta a DGLB (Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas) com a BNP (Biblioteca Nacional de Portugal), quando até já partilham o mesmo edifício! Portanto, parece-me que há aqui algum exagero na forma como é lançado o pânico em relação a cada iniciativa que tomamos.
Já agora, gostava também de fazer aqui um comentário ao discurso, no tom queirosiano a que o Sr. Deputado já nos habituou — até pensei em não o fazer, mas faço-o, porque me lembrei do «azar dos Távoras» — , para lhe recomendar apenas, obviamente — quem sou eu para lhe dar algum conselho?!» — , que, de futuro, o faça no princípio, em vez de o fazer no fim, porque pelo menos não demonstrou agilidade para o alterar, de improviso, consoante as alterações e as informações que foram dadas nesta Casa. É porque, se o faz no fim, preparado com tanto apuro e cuidado literário, fica ultrapassado pelas informações que são aqui prestadas. Era apenas esta nota que queria deixar aqui. E, como sempre, o seu discurso é o anúncio da desgraça, do descalabro, mas, enfim, já não espero outra intervenção da sua parte que não seja neste tom.
De resto, gostava, então, de terminar esta minha última intervenção, com a Tobis. A Tobis é um problema que, de tão grave que é, já foi objecto de uma audição específica da comissão com o Presidente do ICA para prestar esclarecimentos. Isto é um sinal de que quer os Srs. Deputados, quer nós estamos muito preocupados.
E estamos a trabalhar para solucionar essa situação! Neste momento, já estão garantidos os salários na Tobis até Dezembro, o meu problema é o de que os procedimentos administrativos para abrir o processo de privatização são tão complexos que já duram há vários meses. Como sabe, foi esta a decisão do Governo, baseada apenas no seguinte conceito: não faz sentido o Estado ser dono — se é que se pode usar esta expressão, com uma participação de 96% — de uma empresa que revela filmes e que faz tratamento de acervo cinematográfico. Não faz sentido! Portanto, precisamos de passar este património para uma outra entidade, mas estes processos levam meses e não se compadecem com a necessidade absoluta de pagamento de salários no final do mês. Por isso, já temos garantidos os salários, pelo menos, até Dezembro e, depois, voltaremos à luta para conseguir continuar a financiar os salários até o processo de privatização estar completo.
Lembro-me de que há muitos anos que a Tobis é um problema, como os Sr. Deputados, naturalmente, aferiram no encontro que referi. Há muitos anos que, quando chegamos ao fim do ano, há sempre dotações provisionais, o Orçamento do Estado serve para tapar buracos, etc. Finalmente, chegou-se aos anos de 2009, 2010 e 2011 e já se percebeu que não há mais dinheiro para tapar buracos. Portanto, é mais um problema que rebenta nesta altura. Porquê? Está absolutamente claro que chegou ao fim a capacidade de o Estado sustentar a Tobis. Agora, também quero deixar uma palavra de esperança em relação aos trabalhadores, no sentido de que têm os salários garantidos, pelo menos, até Dezembro — informação recente — e, obviamente, não nos esquecemos deles, razão pela qual estamos já a começar a preparar planos de integração noutras estruturas, nomeadamente no ANIM (Arquivo Nacional de Imagens em Movimento), mas esta integração não é tão fácil como eu esperaria ou gostaria que fosse e, ao que me dizem, desenha-se no horizonte uma empresa privada com apetência para ficar com este projecto.
Sr. Presidente, penso que pode haver informações sobre o património e, por isso, deixo-as para o Sr.
Secretário de Estado.

O Sr. Presidente: — Com certeza, Sr.ª Ministra.
Tem, então, a palavra o Sr. Secretário de Estado da Cultura, dispondo de 4 minutos.

O Sr. Secretário de Estado da Cultura: — Sr. Presidente, deixarei o minuto final para a Sr.ª Ministra, mas, muito rapidamente, quero dizer que a Sr.ª Deputada Catarina Martins não me ouviu. Eu disse, há pouco, que os estatutos estão preparados e prevêem um conselho de administração com três elementos — se bem se lembra, foi isto que eu disse há pouco. Realmente, aquele documento é apócrifo e, pelos vistos, essa comissão de trabalhadores de Foz Côa vem vinculada por uma das três associações de arqueólogos que há em Portugal.
Devo também rectificar que tenho as melhores relações com os arqueólogos e não tenho nenhuma relação complicada com a arqueologia, aliás, eu próprio já a pratiquei e, no final dos anos 70, estive também em