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a de que as posições radicais e inalteradas do PS são posições de cooperação. As posições de não abandonar determinados princípios e regras por parte do PSD são bloqueios. Já estamos habituados a este juízo. "Nós somos os bons e, do outro lado, estão os maus" - está é a síntese da sua intervenção.

O Sr. José Magalhães (PS): - Está aqui no artigo do Expresso!

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - V. Ex.ª leu o artigo do Professor Rebelo de Sousa e não tirou dele o que é mais importante e exactamente o inverso daquilo que V. Ex.ª aqui disse. É que está aí exactamente plasmada - e é aquilo de que nós aqui fazemos eco - a nossa preocupação de fazermos inclusivamente uma revisão específica para a questão da regionalização e do referendo, de forma a assegurarmos os calendários, que, a tempo, permitam a consulta dos portugueses e o desencadeamento do processo de regionalização.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Esta é que é a questão! Nós temos essa preocupação. E o Sr. Deputado compreenderá as preocupações que temos nesta matéria quando pomos o problema do desfasamento temporal entre os referendos, entre as consultas. Está dito e redito que, dos pontos de vista quer constitucional quer jurídico quer político, não devemos misturar as questões dos dois referendos. Há um prejuízo recíproco para os dois referendos, para a sua clareza e para a sua transparência, quando misturamos questões essenciais, como seja, e designadamente, a divisão. Esta é uma questão para nós essencial. Penso que é fácil o povo português perceber isto.

O Sr. José Magalhães (PS): -Não é fácil!

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Mas também é fácil perceber as vossas intenções. Nós viemos para esta Comissão com a promessa, da vossa parte, de que este era o sítio da aproximação, do diálogo e da construção, mas, sinceramente, não é isso que esta proposta do PS concretiza.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Marques Guedes.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Sr. Presidente, quero também, um pouco à laia de súmula, fazer um pequeno balanço, porque, enfim, esta coisa de se falar para fora deturpa, depois, aqui um pouco as posições e, estando nós num processo de revisão constitucional, corremos o risco de sair daqui e não sabermos exactamente em que ponto é que saímos desta reunião, em termos do processo de revisão constitucional.

O Sr. José Magalhães (PS): - Sabemos, sabemos!

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Por essa razão, gostava de sintetizar duas ou três coisas.

O Sr. José Magalhães (PS): -Até 1997, o PSD quer o baú fechado!

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Quer maior transparência?

Vozes do PS: - Confessem!

O Sr. Presidente: - Faça o favor de continuar, Sr. Deputado Luís Marques Guedes.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Parece que a grande alegria da reunião de hoje é o Expresso do fim-de-semana. Pode ser que, na próxima reunião, seja outro jornal qualquer. Não vejo onde está o interesse de uma Comissão de Revisão Constitucional discutir artigos de jornal. Mas, enfim...

O Sr. José Magalhães (PS): -Ah, não vê?

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Não, não vejo. Repito, não vejo qualquer interesse em passarmos as reuniões da Comissão de Revisão Constitucional a discutir artigos de jornal. Se os senhores vêem, eu não vejo.

O Sr. João Carlos da Silva (PS): - É pior discutir em artigos do jornal a revisão!

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Sr. Presidente, como referi, queria fazer um pequeno balanço e recolocar as coisas com alguma seriedade, para que isto não se fique pelas declarações de espectáculo.
Sr. Presidente, na última reunião, assistimos a uma coisa, relativamente à qual apresentei o meu simples protesto. Mas, enfim, aceitei, porque sei que estas coisas fazem parte de um processo democrático de revisão constitucional, em que, constitucionalmente, estamos cingidos à formação de determinado tipo de maiorias para se avançarem determinadas opções diferentes daquelas que estão no texto constitucional.
Como dizia, na última reunião, fomos confrontados com a seguinte posição do Partido Socialista: embora em todo este capítulo da regionalização, no projecto de lei de revisão constitucional, que são as matérias que estamos a abordar, o PSD apresentasse apenas uma sugestão, que era para o artigo 255.º, o PS declarou solenemente que estava totalmente indisponível para mexer no artigo 255.º e, como tal, como estava indisponível e a maioria para se mexer nas coisas, para se evoluir, é, em termos do texto constitucional, de dois terços, não valia a pena falar-se mais do artigo 255.º, porque o Partido Socialista não queria.
Eu, na altura, disse que achava um precedente errado, até porque não fazíamos, como se faz sempre nas revisões constitucionais, uma leitura integrada das questões para, depois, tentarmos aproximações, e, só depois, entrarmos na formulação em concreto dos artigos. E, depois, essa posição do PS parecia-me errada, porque, à partida, tinha o condão de pretender atirar pela janela fora a única, aquela que era a verdadeira, posição política do PSD sobre a matéria da regionalização, visto que no projecto de lei de revisão constitucional do PSD nós propunhamos eliminar todos os artigos, à excepção precisamente do artigo 255.º, onde propunhamos uma redacção alternativa, redacção essa que continha os aspectos que, do nosso ponto de vista, politicamente, deviam ser essenciais e presidir constitucionalmente a este instituto da regionalização.
Ora, o que acontece é que nesse artigo 255.º, o PSD propunha uma série de questões que deveriam ser consagradas na Constituição para presidir ao instituto da regionalização. Desde logo, propunha que se aprovasse uma lei na Assembleia da República e que, antes de ela ser promulgada,