O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

( 179 )

q-úfzesse pela primeira vez neste Paiz trocar os Cânones do Velho Genuensé, aliás bons conselhos, pela sciencia creada por Locke, aperfeiçoada por Condillac , sysletna Usada por Tracy , e hoj'e ennobiecida, e divulgada por milhares de Lit-ieratos de diversas "partes do Mundo, não podia deixai de encontrar reacções, preconceitos, e em resultado de tudo isto falta de execução; isso previ eu logo quando apresentei o Plano ao Ministro, mas nem elle nern eu desistimos por. isso.

E&ta Secção de Instrucção Publica era de todas a mais a~traz'ada entre nós, e nào admira porque os seus progressos são também da data mais recente Da Europa ; mas era lambem a mais necessária , 'porque ' na generalidade, nào se podem esperar da mocidade progressos grandes, e.rápidos nas Scien-cias, sem que se conheça asciencia do pensamento, e a arle'de raciocinar. - " .

Pe!á'réforma do Marquez de Pombal que tirou á Inslrucção Publica o caracter jesuítico, e claus-tral que tinha o Ensino Superior , foi este elevado a urn gráo de fazer época, e fez época.: a Reforma do Hnàiuo Superior então decretada constitue a nossa «poça hlieraria aiais notável , rnandou-se ensinar tudo quanto entào se sabia, que era muito, regulou-se como se havia de ensinar, e os Estatutos do Ensino Superior são um monumento -luterano que nos honra muito; mas a Reforma das outras Secções do Ensino nào cm respondeu, a Instrucçâo Secundaria foi posta íora dos claustros, apresentada em publico na sua totalidade, uias corise-rvou os defeitos do jesuitismo, e da e'poca, de modo que era Taci l a qualquer observador que, entrasse em um dos nossos Estabelecimentos de Instrucçâo Superior com os Estatutos na rnão dizer— alguma cousa falta para a realisação deste grande Plano, o etuino nào está ao nível desíes Ri gulamentog.

Effeclivamente o Plano da Instrucçào Secundaria nào ficou em proporção do Ens.no Superior, e a mocidade que se destinava ao Estudo das Scien-cias, .não ia convenientemente preparada. Esta parte da Instrucçâo ficou demasiadamente especulativa—'clássica de mais, estéril, pouco pratica^,- pouco industrial , direi até com res->abios de jesuitismo. O systema actual tem" em vUta preencher es-las indicações, e ae foSaé executado, tê-las-ia preenchido.

Vamos ã comparar o» dous Pianos, as suas vantagens , e-os seus 'defeitos.

iVias primeiro o Governo, e a Hluslrc Commissào que propõem um novo Plano deviatu dizer quaes eram oa defeitos do antigo — a Couitn-issâo ne«i) palavra, o Governo diz que e pouco industrial , mas logo depoi.-, tendo remorsos, confessa que tem uma Escola industriai muito bem constituída, e depois de dizer isfo lha do Programma dos Lyceos em regra o art.-6..° *—Princípios» de Chi mica, de Fysica, e de Mechanica applicados ás Aries, e Offirios — -e d 7.°— Ds'Principios de Historia "Natural dos três Reinoàj a~ppíicados ás Artes, e Officios—faz disso privilegio, e graça especial lá para ;onde e!U;q»izer, "e diz que nào julga necessário mandar estudar His-toria Natural em toda- a parte; de maneira que Princípios ou Rudimentos de Historia Natural dos três Reinos com applicação ás Artes, e Qfíicios são o mesmo que a Historia Natural Scient.iíica, ou Professional.— Eis-aqúi corno'o Governo reforma.

Vejamos o ponto cardeal e fundamental. O Quadro do Governo compòe-se de Grammalica Latina, Lógica, Rethonca , e.Arithnietica, quer dizer o mesmo qua&i que havia antigamente , e em cada Capital de Comarca : ora ô Quadro do Plano actuai é immensamenle mais rico, e mais impofr t ante". O (i.°, e 7.°, e 8.° Capítulos são coriados na generalidade dos Quadros, e fica o Ensino de privilegio para onde o Governo quizer; a.parle mais pratica do Ensino fica send-o facultativa, íica á espera de segunda ordem do Governo.

Cada Professor ha de reger duas Cadeiras, e nós apenas os lemos capazes para regerem uma. De maneira,, que a-preconisada economia" resulta principalmente de dons princípios, ptiuio,- de suppri-mir ern regra meia Instrucçâo na totalidade dos Ly-ceos, meia ínstrucção que comprehende principalmente a. industrial—2." de se encarregar cada Professor de duas Cadeiras. Deste modo não ha nada mais fácil do que fazer economias eru Instrucçâo.

Nos Lyceos~de Lisboa, Porto, Coimbra, Í3ra-ga" e Évora ha Substitutos, no» outros Lvceos não os ha, esta dsííWença procede também ds maioria da população .nestas Cidades. A Instituição dos Substitutos tuió é calculada para o maior ou menor _numeio de Dtscipulos; um Professor não tendo urn numero extraordinário, que se torne pouco com-préhensivel, o que entre nós não e' para receiar nos Lyceos j ensina tão bem 20 como 40, e de 30 como 60, a diíferença para mais do auditório, é una grande incentivo de zelo, e de responsabilidade para o Professor; e verdade que tem obrigação, de ensinar o melhor que poder -um' numero grande-, e um numero pequeno; ruas com o prejuízo que resulta de ensinar mal ura numero maior, é lambem maior o grande numero, redobra o ?eu zelo, e torna mais dispensáveis as Substituições. Em fim as Substituições nào são calculadas para acud.r ..ás ^re-cisòes do Ensino do maior nuinc.ro, são calcuíadas;-para os -inconvenientes das vacaturas do Ensino,,,, procedentes de d i (fé rentes causas. -Em regra-geral', para o Ensino, as Substituições não tê«*oi senão'Utilidade, e senão se admittem em todos" os ramos" de Ensino, e' porque não o comporta o principio económico. Agora comparados os dons Syslemíis', e não permiltindo o principio económico as Substituições em regra , então e -mais útil ter todos os Pio-fessores em actividade como no Svstema actual, do que encarregar a cada um das Cadeiras, e ter uma parte deiies de folga, de reserva, que ás vezes e cie annos inteiros.

A Jubilaçào regulada pelo Sy-stema a'et uai era. proporção do tempo, ê uuiSysiema muito mais justo, e mais perfeito; peloSy&lema do Projecto quem nào- servir 30 annos perdeu tudo: '