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Sessão de 5 de Dezembro de 1917 21

O Sr. Gastão Correia Mendes: - O ridículo tambêm se sacode, Sr. Ministro.

O Sr. Ramada Curto: - V. Exas. são ambos pedagogos, mas há pessoas que não são bem pedagogos.

O Orador: - O conselho escolar do Liceu de Rodrigues de Freitas, do Pôrto, dizia:

Leu.

O Liceu de Sá de Miranda, de Braga, dizia:

Leu.

Apartes.

Estão lá republicanos bem conhecidos na Câmara.

Não pensem V. Exas. que eu estou a fazer a defesa do regulamento. Já disse que não a fazia, nem tenho de fazê-la, porque não é obra minha. Não estou, tara pouco, a mostrar a forma como a questão foi posta, de maneira a desvirtuar a opinião pública; estou, apenas, a dizer qual o modo de pensar dos professores sôbre êste assunto importante: a questão da greve académica.

O Sr. Ramada Curto: - Pode V. Exa. informar-me o que pensa um homem culto e um pedogogo distinto, o Sr. Dr. Mendes dos Remédios, vogal do Conselho Superior de Instrução?

O Orador: - Afirmou no Conselho que o regulamento era odioso e justificou essa opinião dizendo que êle exigia mais horas de trabalho.

Pensei que S. Exa. se referia aos professores. Se se referia aos alunos, o que ainda hoje não sei, o Sr. Correia Mendes já aqui mostrou a inexactidão dessa afirmação. Se se referia aos professores...

O Sr. Ramada Curto: - O Sr. Dr. Mendes dos Remédios mudou de opinião?

O Orador: - Não mudou. Eu é que mostrei a S. Exa. que se se referia aos professores terem mais horas de trabalho, se enganava, porque isso não era do regulamento. Mais horas aos professores deu-lhas o Parlamento numa lei posterior. Perante esta minha elucidação S. Exa. nada mais teve que dizer,

Já V. Exas. vêem o que representava aquela afirmação. Tenho por S. Exa. a maior consideração, mas não podia deixar de mostrar-lhe que não tinha razão.

O Sr. Ramada Curto: - Mas não era só por isso que o Sr. Dr. Mendes dos Remédios dizia que o regulamento era odioso.

O Orador: - O conselho escolar do Liceu de João de Deus, de Faro, diz:

Leu.

São os termos da moção apresentada pelo Sr. Baltasar Teixeira.

O do Liceu de Sá da Bandeira, de Santarém, e não me será levado a mal que eu lembre que à frente dêste liceu está um nome que deve ser insuspeito para a direita da Câmara, porque é um membro graduado do partido que a forma e um professor distinto, o Sr. Cinestal Machado, julga atendíveis as reclamações menos em dois ou três pontos.

Quer dizer: êstes professores entendem e dizem que lhes custava pronunciar-se sôbre essas reclamações e dar sôbre elas o seu parecer, porque estavam sob a coacção do movimento dos alunos e podia parecer que era em face dessa situação atrabiliária que respondiam.

O do Liceu de Aveiro diz:

Leu.

O de Beja:

Leu.

O Sr. Ramada Curto: - Êsse é o de Aveiro?

O Orador: - É o de Beja. O de Castelo Branco diz:

Leu.

Aqui tem V. Exa. o que disseram os conselhos escolares dos liceus. Apenas se limitaram a fazer a apreciação concreta das reclamações apresentadas, e aqueles que fora dessa apreciação entenderam dever fazer quaisquer considerações, estas foram abertamente não só contra o movimento, que não era justificado, mas, ainda, mostraram o desejo de que não fôsse resolvido o conflito emquanto se mantivesse essa atitude, e patenteavam o seu desgosto por terem de dar o seu parecer emquanto os alunos continuavam nessa situação.

Aqui tem, pois, V. Exa. o resultado da audiência das estações competentes, e eu