O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18 Diário da Câmara dos Deputados

S. Exa. o meu mais caloroso aplauso por essas palavras.

Sr. Presidente: o ilustre Deputado Ramada Curto foi de grande amabilidade para mim, mas S. Exa. referiu-se ao meu procedimento, entendendo que eu devia fazer qualquer cousa, que lhe parecia ser o bastante para evitar o movimento, quando foi realmente aquilo que se fez, e que representa todo o esforço para que a questão fôsse desde logo resolvida.

Sr. Presidente: o movimento começou por uma parede num determinado dia, sem serem apresentadas quaisquer reclamações ao Govêrno.

Passaram-se dois dias com paredes nas aulas, depois do que alguns alunos foram ao Ministério de Instrução para entregarem umas reclamações.

Foi-lhes dito que voltassem, às aulas, porque estavam num movimento sem razão, pois que anteriormente não haviam apresentado quaisquer reclamações e que uma tal atitude só os prejudicava e lhes tirava o tempo do ensino. Que apresentassem as suas reclamações, que o Govêrno as estudaria.

Disse-se e fez-se isto, até contra a opinião de pessoas que entendiam que nem essas reclamações deviam ser formuladas, por serem feitas por menores, como se os alunos não tivessem direito de reclamar.

Declarei que aceitava as suas reclamações, e creio que fiz bem, declarando que elas seriam estudadas e atendidas, sendo justas.

Os alunos disseram que na segunda-feira seguinte iriam às aulas e que as suas reclamações ficavam para serem estudadas.

Na segunda-feira foram às aulas e compareceu no Ministério uma comissão preguntando se não fora recebida uma outra comissão que se dizia não ter sido recebida.

Foi-lhes respondido que nenhuma comissão deixara de ser recebida.

Passaram-se três dias e novamente se manifestou a greve.

Porque foi isso?

Que razões tinha havido para os alunos, que tinham apresentado as suas reclamações, que estavam sendo estudadas, se lançarem novamente na greve?

Não se apresentaram novas reclamações.

A comissão que foi preguntar ao Ministério de Instrução se tinha sido recusado receber-se uma comissão, foi-lhe respondido pelo chefe do meu Gabinete, que nenhuma comissão deixara de ser recebida, e que as reclamações que tinham sido apresentadas tinham ido ao Conselho Superior de Instrução Pública e às instâncias competentes para serem ouvidas.

Entretanto a greve continuava, e apresentou-se uma comissão de pais de alunos no Ministério.

Mostrou-se-lhe a situação, dizendo que as suas reclamações estavam sendo estudadas para serem resolvidas como o devem ser o que êste movimento não era necessário para a defesa da sua causa, mas sim absolutamente inconveniente por obstar à frequência das aulas, prejudicando o ensino e criando dificuldades para o fim do ano lectivo.

Foi isto o que ou disso aos pais e encarregados dos alunos, que me prometeram empregar os seus esforços no sentido desejado.

Realizaram-se várias reuniões, e ainda uma outra comissão do pais de alunos procurou e prometeu esforçar-se por que a parede terminasse; por outro lado, porêm, declarava-se a greve na província.

Por intermédio dos reitores dos liceus, procurei fazer ver que o Ministério se estava dedicando ao estudo das reclamações apresentadas, as quais tambêm estavam sendo apreciadas pelas repartições competentes, e que o movimento não devia continuar, porque, como disse, só servia para prejudicar os alunos, podendo êstes ter a firme certeza de que a questão seria resolvida como fôsse de justiça.

Ser-me-ia possível assegurar que todas as reclamações seriam atendidas?

Evidentemente que não, pois tinha de aguardar as respostas das estações competentes, e nem eu poderia, resolver, só por mim, uma tam importante questão, com o único intuito de fazer terminar uma greve, quando é certo que os assuntos de ensino não podem ser resolvidos unicamente porque os alunos reclamam ou querem.

Por todas as formas procurei chamar os alunos à razão, a fim de que a parede terminasse.

Tudo, porêm, foi baldado, e tendo-se até reunido um congresso em Lisboa e