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10 Diário da Câmara dos Deputados

devemos ter poios outros o mesmo respeito que para nus mesmo reivindicamos. (Apoiados).

Portanto, foi com profunda mágoa que há pouco tive conhecimento dêsse assalto brutal e indigno ao Grémio Lusitano, em que se praticaram, segundo consta, as maiores vergonhas e infâmias, chegando a destrúir-se e queimar-se bandeiras, a rasgar-se e despedaçar-se retratos de homens ilustres, não escapando às iras reaccionárias dos assaltantes até os retratos dos Reis de nações amigas, irmanando-se na insânia devastadora tudo quanto ali representava uma memória sagrada, desde a de Cândido Reis até a de Eduardo VII, tudo foi imolado à raiva canibalesca dos que planearam e executaram tam tremendo acto de banditismo.

Digo tudo isto, cônscio de que nem o Govêrno nem pessoa alguma nesta casa se disporá de qualquer modo a prestar o assentimento sequer do seu silêncio a actos da natureza dos que foram praticados. (Apoiados).

Não havendo ninguêm que em tese possa, defender quaisquer afrontas aos direitos alheios, seja em que circunstâncias for, menos, estou certo, haverá quem não enjeite em absoluto toda a solidariedade com aquelas afrontas que não vem ofender somente sagrados direitos individuais, que mancham e afectam colectivamente o país, emquanto se sabe, dentro e fora das fronteiras, quanto a instituição que dessa afronta foi vítima, tem trabalhado em defesa da. Justiça, da Liberdade e do Direito, na guerra em que todos nós nos empenhámos para bem da humanidade.

Assim é que, lonje de ladearmos a questão, é nosso dever de honra reconhecermos, para lhes darmos satisfação completa, os duros espinhos que podem advir para o país e para o Govêrno da covarde agressão a que me estou referindo e que foi mais uma estúpida machadada na pacificação da família portuguesa, que é o nosso problema vital. (Apoiados).

Estou convencido que por parte do Govêrno será feita ao inquérito rigoroso em que se apurem todas as responsabilidades venham elas donde vierem para o castigo severo e exemplar de quem se mostre culpado, como autor, cúmplice ou consentidor de tal vergonha, e, porque estou certo disso, e tanto devo confiar no Govêrno, limito agora por aqui o meu protesto, agradecendo a V. Exa. e à Câmara a atenção com que se dignaram ouvir-me.

O Sr. Melo Vieira: - Mando para a Mesa o seguinte

Requerimento

Requeiro a generalização do debate. - Melo Vieira.

O Sr. Presidente: - Os Srs. Deputados que admitem têm a bondade de se levantar.

Foi admitido.

O Sr. Alberto Navarro: - Não há requerimentos antes da ordem!

O Sr. Presidente: - Este assunto será discutido na ordem do dia.

O Sr. Melo Vieira: - A indicação da Câmara parece-me que é de aprovação para o meu requerimento, e, portanto, o debate deve ser imediatamente generalizado. (Apoiados).

O Sr. José de Azevedo: - V. Exa. dá-me licença?

O requerimento foi aprovado ou admitido?

O Regimento desta Câmara não permite requerimentos antes da ordem do dia.

O Sr. Almeida Pires: - O nosso Regimento não diz que antes da ordem não possa haver requerimentos; o que diz é que êles não preferem, nessa altura, a ordem de inscrição dos oradores.

O Sr. Presidente: - Consulto a Câmara sôbre se aprova a generalização do debate. (Apoiados).

O Sr. Presidente: - Está aberta a inscrição para o negócio urgente tratado pelo Sr. Maurício Costa.

O Sr. Almeida Pires: - Pedi a palavra, em nome dêste lado da Câmara, para protestar contra o atentado desta madrugada. (Apoiados).

Faço êste protesto, não com qualquer intuito político, mas como reprovação contra o facto.