O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

12 Diário da Câmara dos Deputados

António Teles de Vasconcelos, e continua na ordem do dia. - Aires de Ornelas.

Admitida.

O Sr. Adelino Mendes: - Essa proposta fica em discussão juntamente com a matéria.

O Sr. Presidente: - Observo ao Sr. Deputado que quem dirige os trabalhos é a Presidência.

O Sr. Adelino Mendes: - Mas com o Regimento e com a lei!

O Sr. Presidente: - Convido a V. Exa. a explicar essas palavras.

O Sr. Adelino Mendes: - Nada tenho que explicar, porque dizendo que a Presidência tem de dirigir os trabalhos com o Regimento e com a lei, não ofendo a V. Exa. nem a Câmara.

O Sr. Presidente: - Dito dessa forma, não; mas pela maneira como V. Exa. o fez, poderia parecer que o Regimento era desrespeitado.

Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado do Interior.

O Sr. António Bernardino Ferreira (Secretário de Estado do Interior): - Poucas vezes na minha vida me tenho sentido tam profundamente comovido como agora, após as palavras nobres, cheias de patriotismo, cheias de critério, de ombridade e dignidade, como são aquelas que a Câmara ouviu num assunto tam grave ao ilustre leader da minoria monárquica, o Sr. Aires de Ornelas. (Apoiados).

Tenho, portanto, o dever de fazer justiça a quem a merece, tenho de prestar a minha homenagem àquelas pessoas que, com a ombridade de S. Exa., em assunto tam grave - repito - merecem de toda a gente a maior consideração e o maior acatamento. (Apoiados).

Se nesta Câmara não houvesse mais nada que, neste momento, a enaltecesse, bastavam as palavras do S. Exa., o leader da minoria monárquica, para que ela se nobilitasse. (Apoiados).

Digo isto, porque o sinto.

Posta a questão como a colocou S. Exa., o que pode fazer um Govêrno saído duma revolução, com os intuitos mais nobres das revoluções, animadas de trazer ao país aquela tranquilidade e liberdade de que êle andava arredado, o que pode fazer um Govêrno que, na melhor das intenções, que, com toda a honestidade, procura fazer Bem e procura fazer justiça a quem dela carecer?

Em nome do Govêrno, declaro que aceito, absolutamente, a proposta apresentada pelo ilustre leader da minoria monárquica, mas sendo o assunto bastante melindroso, peço licença à Câmara para, antes de me pronunciar sôbre essa proposta, ouvir os meus colegas do Conselho do Gabinete. E amanhã apresentarei à Câmara as conclusões a que o Govêrno tiver chegado, para que essa proposta possa ser devidamente apreciada.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Almeida Pires.

O Sr. Celorico Gil: - Sr. Presidente: eu tinha pedido a palavra para invocar o Regimento.

Vozes: - Não pode ser, não pode ser.

O Sr. Presidente: - Não posso dar a palavra a V. Exa. porque já a dei ao Sr. Almeida Pires.

O Sr. Celorico Gil: - Peço a palavra para invocar o Regimento e declaro a V. Exa. que não desisto do meu intento.

Vozes: - Não pode ser, não pode ser.

O Sr. Celorico Gil: - Pedi a palavra para invocar o Regimento!

O Sr. Almeida Pires: - Eu já estava no uso da palavra quando V. Exa. a pediu para invocar o Regimento.

O Sr. Almeida Pires: - Cedo a palavra ao Sr. Celorico Gil.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Celorico Gil.

O Sr. Celorico Gil: - Tenho a palavra na ordem da discussão ou para invocar o Regimento?