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Sessão de 13 de Dezembro de 1918 17

que levaram o nosso Govêrno a não mandar mais tropas para França!...

O Orador: - Há motivos graves que me impediram e impedirão de comparecer às sessões dessa comissão. Mas, Sr. Ramalho, mesmo que eu tivesse assistido a êsses trabalhos, estava inibido de relatar o que lá se passasse P do que lá tivesse obtido para meu esclarecimento. Só quando for publicado o relatório é que poderemos apreciar do bom ou mau resultado que fizeram os nossos Govêrnos depois da revolução de Dezembro. Ora êsse relatório ainda nos não foi presente, nem êle nunca pode apagar de o Dia as criminosas afirmações que eu citei e que nesta Câmara não tem sido punidas como merecem.

O Sr. Magalhães Ramalho: - Interrompi S. Exa. porque estava a afirmar cousas que não podia afirmar! Há documentos que mostram categoricamente a razão pela qual não foram mandadas mais tropas!...

O Orador: - Está S. Exa. a afirmar tambêm uma cousa que não pode provar!

O Sr. Magalhães Ramalho: - Provar-se há!

O Orador: - Provar-se há a seu tempo e, nessa altura, discutiremos o relatório.

Mas, continuo a afirmar: o Govêrno tem de dizer quer queira, quer não queira, os motivos da prisão do Sr. Teles de Vasconcelos. Porventura pensa o Govêrno que nós nos convencemos de que há perigo para os aliados vencedores de estar em liberdade o Sr. Teles de Vasconcelos? Representa para a Inglaterra, para a França, para a Bélgica, para a Itália ou para algum país aliado, alguma cousa a prisão do Sr. Teles de Vasconcelos?! Não! A sua prisão não aumenta nem diminui a posição que êsses povos souberam alcançar pelo seu esforço titânico. Aos povos aliados o que pode interessar é que se justicem todos os traidores. E não há nenhum de nós que pense em opor-se, ou melhor, que deva pensar em opor-se a tal.

Mas se a polícia internacional forneceu todos os documentos que servem de base à acusação, porque é que nós não podemos saber o que no estrangeiro se não ignora?

Em França pode-se conhecer em todos os seus detalhes o caso Caillaux, pode-se saber tudo, absolutamente tudo que diz respeito à gentalha ignóbil que atraiçoava a sua pátria, e em Portugal, num momento de paz podre, não se pode saber por que é que o Sr. Teles de Vasconcelos está na prisão.

£ Porventura, a saber-se isso, os nossos barcos iriam ao fundo? Os submarinos alemães voltariam de novo à carga a recomeçar a campanha submarina? Porventura a Alemanha, revigorizada, poderia fazer ainda com vantagem a guerra?

Sr. Presidente: não pode haver razoes de ordem internacional a explicar um silêncio estranho e criminoso.

Não, mil vezes não. Só por um motivo de conservação própria o Govêrno e os monárquicos desejam que se mantenha o segredo da prisão do Sr. Teles de Vasconcelos.

E, por isso, os que não tem partidos políticos e aqueles para quem êste Govêrno não está bem servindo os interesses da Pátria, deverão continuar protestando.

Sr. Presidente: peço, pois, a V. Exa. que reconsidere e nos faça reùnir em sessão secreta, pois, como está presente o Sr. Secretário de Estado do Interior, certamente nos fornecerão todos os esclarecimentos precisos, a não ser que queiram dar razão às minhas suspeitas.

Portanto V. Exa., em conformidade com o n.° 1.° do artigo 40.°, fará bem em marcar uma sessão secreta.

Tenho dito.

O Sr. Moreira de Almeida: - Peço a palavra para mandar para a Mesa o seguiu-te requerimento:

Leu.

V. Exa. sabe que, desde que cinco Deputados apoiem á questão prévia, essa questão prévia será submetida à apreciação da Câmara. É assinada pelos Srs. Deputados:

Leu.

O Sr. Presidente: - Em virtude do exposto no artigo 10$.° e § 1.°, o requeri-