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Diário da Câmara dos Deputados

momento e nas condições profissional e tecnicamente inferiores em que vão' ser levadas a efeito. E assim, do que por S. Ex.a foi dito se concluiu que o que foi útil da instrução dada às tropas foi a dada em França, seguindo a orientação e os ensinamentos que a guerra diariamente nos estava dando e ensinando aquilo que era de aplicação imediata e não fantasias como aqui acontece.

Não pode S. Ex.a deixar de reconhecei que para nada serviu o que cá se ensinou e, com mais forte razão, para nada serve o que agora se vai fazer ainda pelos processos antigos na sua maior parte.

O Sr. Velhinho Correia, querendo também mostrar a necessidade das escolas de recrutas, apresentou argumentos que me permita S. Ex.a classificar de frágeis. Não podendo, de forma alguma, contrariar o que eu afirmei acerca das deficiências com que essas escolcas são ministradas, disse que bastava, por exemplo, uma peça para instruir artilheiros.

Compreendo que um civil pudesse tal dizer, mas espanta-me que um profissional ouse fazer tal declaração.

Eu creio que essa afirmação vem confirmar o que uísse quando apresentei o projecto de lei em discussão: as condições em quo nos encontramos actualmente não permitem que as escolas de recrutas correspondam ao mie seriam as necessi dades dum exército numa organização séria e honesta, podendo satisfazer ao fim que poderia justificar a sua existência.

óQuere V. Ex.a, Sr. Presidente, saber, por exemplo, um facto curioso que vem mostrar como a instrução era ministrada, entre nós, antes da guerra, e que razões tenho para afirmar será ainda muito semelhante ?

Iniciei a minha carreira de oficial na companhia de pontoneiros, tendo começado ministrando instrução aos recrutas no período fixado pelos respectivos programas.- Um dos números desse programa consistia na escola de remo 'e navegação.

Isto era uma mistificação, e para que tal se não repita aqui lavro o meu mais veemente protesto, chamando a atenção do Sr. Ministro da Guerra e pedindo-lhe colha as suas informações, impedindo se continuem dando factos ridículos desta natureza.

Deste lugar direi sempre a verdade ao meu país e espero assim obrigarei todos, dirigentes e dirigidos, a dedicarem-se com mais seriedadu aos seus variados mesteres. Precisamos todos ser de facto republicanos e patriotas e só honraremos a Pátria e a República pondo-lhe as chagas bem a descoberto para que os remédios as possam atacar completamente para uma.rápida cura.

E referindo-me ainda às declarações do meu ilustre colega Velhinho Correia, eu pregunto a S. Ex.a se acha possível instruir convenientemente soldados de cavalaria sem cavalos. Todos sabem muito bem as condições em que isso é feito e as dificuldades cem que lutam os nossos caiu aradas daquela arma, vendo-se por vezes obrigados a ensinar equitação a mais de um cento de homens apenas com meia dúzia de cavalos.

Não, Sr. Presidente, a instrução ministrada nestas condições para nada serve e será bem mais útil para o país que não se realize por agora, adiando, ou mesmo não efectuando por agora, a escola de recrutas.

Meditem V. Ex.as no que lhes estou revelando e prestem ao país o serviço que é necessário.

Vou agora responder às palavras do nosso colega Jorge Nunes.

Quem ler com todo o cuidado e atenção o projdcto de lei apresentado, reconhecerá que tive o máximo cuidado, garantindo-se os direitos de todos e a defesa social ,da nação.

Pretende-se adiar as escolas de recrutas o nem se qnis extinguir o exército, como para aí maldosamente já se insinuou, nem se apresenta qualquer disposição pela qual se possa deduzir se sou partidário do seu aumento ou dá sua redução.