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Sés são de 6 de Fevereiro At, 1920

dariedade de que deve existir entre uns e outros.

O Orador: — Não sei o que se passou nesse incidente com o Sr. Pais Kavisco. Lamento, porém, o facto e se nas minhas mãos, quer como Deputado, individualmente, quer como leader do Partido Democrático, estiver a possibilidade de resolver o assunto, empregarei todos os esforços para que a comissão se reconstitua na base primitiva e sanando-se todos os mal entendidos, pois de facto são mal entendidos que motivam a situayão em que estamos.

O orador não reviu.

O Sr. Lúcio de Azevedo: —Acabando há pouco o leader do Grupo Parlamentar Popular, de fazer referências à comissão de inquérito ao extinto Ministério dos Abastecimentos, cumpre-me repetir o que já aqui, nesta casa do Parlamento, foi afirmado por Y. Ex.a na qualidade de seu mui digno presidente.

Todos os membros da comissão, ao serem iniciados os seus trabalhos, estavam solidariamente no propósito decidido de, através todas as dificuldades, procurarem desvendar todas as irregularidades que eram atribuídas aos serviços daquele Ministério.

Infelizmente, verificámos a uma certa altura que um dos membros da comissão, o ilustre parlamentar Sr. Pais Ho visco, por virtude de querer, em seu especial critério, que os trabalhos da comissão seguissem umas certas normas e se subordinassem a sua especial orientação afastou-se dos seus colegas que, com tal procedimento e por unanimidade, não aceitaram o seu especial ponto de vista.

Em todo o caso devo dizer a V. Ex.a e à Câmara que os propósitos de todos os membros da comissão são do que se apure toda a verdade, se exijam responsabili-dades aos prevaricadores e se entreguem aos tribunais os criminosos.

A comissão prosseguindo e ordenando os seus trabalhos, segundo esse critério, conseguiu já apurar responsabilidades de grande monta, pois representam alguns milhares do contos, que, estou convencido, hão de entrar nos cofres do Estado.

Esta declaração, certamente que há-de agradar à Câmara, e todos os Srs. De-

putados hào-de fazer -justiça aos actos e orientação patriótica de todos os membros da comissão. (Apoiados).

O Sr. Cunha Liai: — Sr. Presidente: quando Sr. Pais Eovisco levantou o incidente a propósito da atitude lamentável dalguns funcionários da secretaria da comissão de inquérito parlamentar ao Ministério dos Abastecimentos, a Câmara, que às vezes tem — é é natural que o tenha — o maior respeito pela sensibilidade dos outros, nesse momento não respeitasse a sensibilidade magoada do Sr. Pais Eovisco

Lembro-me que uma dada ocasião, por que o meu querido amigo e ilustre leader do Partido Liberal, Sr, António Granjo, a propósito duma votação secreta, se não conformasse com o seu resultado, a Câmara, dando-lhe plenas satisfações, prontificou-se a repetir a votação, cousa ja-,mais vista em qualquer Parlamento do mundo. Mas a Câmara, talvez porque não somos tam numerosos como o Partido Libem!, entendeu que nenhumas satisfações nos haviam de dar.

No dia seguinte, eu, que era o único membro do Grupo Parlamentar Popular' que estava presente, vim pedir a minha demissão de membro da comissão de inquérito ao Ministério das Colónias. O facto passou despercebido. A nossa sensibilidade não tinha já o direito de ser magoada. A maioria olhou para nós indiferente, porque, contando-nos, achou-nos muito poucos.

Se o Sr. Pais Eovisco tinha procedido mal, era desta Câmara que saía a condenação de S. Ex.a, se tinha procedido bem impunha-se a demissão imediata dos funcionários que se tinham insubordinado. A Câmara, contudo, conservou-se impassível. E o presidente da comissão de inquérito, Sr. Vaz Guedes, teve a audácia de declarar que os funcionários eram todos muito zelosos e. preferia perder a solidariedade de um colega a punir aqueles. Não sói se o Sr. Vaz Guedes já sentirá hoje remorsos na sua consciência.

O discurso será publicado na íntegra quando o orador haja devolvido as notas taquigráficas.