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Elas só servem (para protelar, para se continuar nas velhas panaceas. A hora presente exige monumentais medidas porque ela é a aurora do mundo novo, E preciso que em Portugal .se caminhe. Antes que a revolução venha obrigar-nos a marchar, sigamos nós voluntariamente para a frente, porque as sociedades futuras não podem ser q que são hoje. Os privilégios estão a acabar; a socialização impõe-se. jE o mundo velho que desaba! É um mundo novo que surge! A burguesia argentaria aterroriza-se ante esta perspectiva.. As grandes "transformações 'da sociedade são sernpro acompanhadas da guerra e dos ódios dos contemporâneos. Compreende-se,, porque essas transformações vão ferir os interesses de muitos. Todos sabem que, quando o cristianismo surgiu, deu-se o terror no império romano.

O cristianismo era ò. bolclievismo do tempo. Os cristãos eram lançados às feras,. . .

O» Sr. Pacheco de Âmorini : — Há simplesmente a notar uma diferença: é que os Cristãos deixavàm-sé matar c es bol-chevistas matam os outros.

O Orador: — Quere dizer: o cristianismo era uma doutrina fraca, e por isso está caindo.

O bolchevismo é forte, por isso está vingando.

Eu quis apenas pôr em confronto o procedimento dos cristãos doutros tempos com os, bolchevistas de hoje, e mais nada.

V. Ex.a. certamente não desconhece, como um homem de.verdadeira sciência que é, que quando se iniciaram as cruzadas e Pedro o Eremita pregava a guerra santa, o povo, desconfiado, fugia aterrorizado e incrédulo, como se esse grito fosse de terror e de desolação, e não o laço que nos pôs em contacto com a civilização do oriente, como séculos depois se demonstrou.

Há-de suceder o mesmo com o bolchevismo, podem V. Ex.as estar certos, e com o anarquismo, tam calumniado e difamado, como se êíe não fosse apenas uma doutrina puramente scientífica e uma aspiração justíssima dos espíritos livres e abertos" às mais rasgadas .iniciativas do pensamento.

Ôi&rio da Câmara dós Deputado*

Quando em França rompeu d' movimento da comuna, estabeleceu-se a célebre lei dos incendiários. Sabe-se hoje que era p próprio Governo que "produzia esses incêndios pára arranjar um pretexto pára perseguições é represálias.

Nos fossos de Moriíjuichfusilarám-se Os mais ousados campeões das novas ideas, sob. o fundamento dê que elas èfâm nocivas à marcha regular dá sociedade. [Hoje erguem-se-lhes .monumentos e celébrá-sê a sua memória!

Nos primeiros dias da República dos sôviets, o inundo civilizado entreolhava-se espantado e aterrorizado perante as" pretendidas atrocidades cometidas eín seu nome. Hoje ó a própria Inglaterra qiie reconhece ò ôrro e se apreâsa á iniciar as suas relações comerciais com .á feússia vermelha, indispensáveis ao equilíbrio da balança comercial europeia.

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O Sr. Pedro Pita : — Isto hão pode ser! R uma verdadeira apologia do bolcJieviS-mo dentro do próprio Parlamento! Está fora da matéria!

Q Orador: — Perdão. Não estou tai.o V. Ex.a não conhece a filiáçáo.

O Sr. Pedro Pita: —O que V. Ex.á hão pode fazor nesta casa do Parlamento é a defesa de doutrinas subversivas !

P Orador: — Portanto, a marcha dá i-e-voíiiçãò social, quer sé queira, quer sé não queira, já despontou-na ílussia, por exemplo.

Tudo caminha para a stia rèâlizáçãd.

Ò' Sr. Presidente: — Convidei V. Éx.a á restringir-sé ao assunto' em discussão.

O Orador: — Vou já terminar. Sr. Presidente: estas observações que ácâtíò de fazer têm por objectivo considerar por úín lado a insuficiência das,.três propostas apresentadas pelo Si*.' Ministro das Finanças, e por outro lado apontar que nós precisámos compreender a situação, intê-grármo-nos nela e imitar ò exemplo dos grandes estadistas lá fora.