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Sessão de Ide Março de 1930

veitosos nas ocasiões críticas, sem um Iam-1 pejo de acanhamento e pudor, num estrangulamento brutal da justiça imanente, alcançaram ser reintegrados nas fileiras do exército que haviam abandonado.

Pois, impende-uos o indeclinável e rígido dever, nesta hora em que somos chamados a decidir dos destinos, ou melhor a esclarecer a situação dos que se negaram a comparticipar das amarguras e dores porque passou a nacionalidade, ante a voragem da guerra europeia, de não consentir que se enxovalhe a Justiça ou que o Direito seja menosprezado. (Apoiados).

Por3 consequência, Sr. Presidente, estou certo de que não serão necessários mais enfados, nem mais argumentos, apesar de reconhecer que são humildes, para fazer calar profundamente no ânimo da Câmara, que é constituída por intransigentes republicanos, dignos patriotas, homens do consciência límpida, estas verdades que me saem do coração.

Nestas circunstâncias, e para rematar esta simples e desataviada exposição, ditada somente por uma indubitável sinceridade, que aliás ponho sempre nas minhas palavras e norteia todos os meus actos, termino por apresentar à consideração de V. Ex.a e da Câmara uma proposta de substituição.

O Sr. Presidente:—V. Ex.a ó melhor enviar as emendas para a Mesa, para depois serem lidas.

O Orador: — Perdão, nesse caso, se V. Ex.a me permite, eu enviá-las hei para a Mesa na devida altura.

Tenho dito.

O Sr. Júlio Martins:— Sr. Presidente: todos nós tomos um grande amor à República e desejamos que ela seja forte, e saiba defender-se. Regimes fracos, ro" girnes que não se sabem defender não podem nem devem ter uma existência forte.

Os regimes, Sr. Presidente, defondem--so por processos honestos de administração; os regimes defendem-se pelo prestígio forte da autoridade; os regimes defendem-se quando têm à sua volta forças organixadas que os amem apaixonadamente. E assim ó.

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Se se tivesse podido fazer isso em 1910 quando a República se estabeleceu, teríamos evitado à República e ao país a série profunda de perturbações, a que temos vindo assistindo.

Sr. Presidente: é certo que a República é um regime dentro do qual toda a gente pode viver, e onde toda a gente pode livremente expender as suas ideas. Mas não posso compreender jamais que dentro duma República não haja um exército estritamente, absoluto republicano. (Apoiados).

Mal do nós se não formos por este caminho. Eu fui daqueles que, após a revolução de Monsanto, disseram que devia ser dissolvido o exército, para depois ser reorganizado com elementos sãos e republicanos, que amassem absolutamente a República, para que estivéssemos absolutamente convictos de que não havia tergiversações nos elementos da força armada.

Assim p- uso; a República precisa um exército estritamente republicano, absolutamente amante das instituições porque precisa de um exército que se defenda na» suas boras amarguradas, que porventura estão a bater-nos à porta, porque precisa estar integrada na sua força armada.

Assim, estranho que um projecto desta natureza seja trazido à • consideração da Câmara.

Estou habiíuadó a dizer o que penso, sem lisonjear ninguém, porque ou os processos da minha política me hão-de impor, ou eu jamais poderia assumir a responsabilidade de compromissos que nã"o podia manter.

Eu, nesta, hora bem triste e amargurada, e em que iremos não se sabe para onde, falo daqui, com a sinceridade que costumo pôr sempre em todos os meus actos, em todas as minhas acções.

Sr. Presidente: eu já uma vez, quando da solução duma crise ministerial, os meus camaradas queriam pôr sobre os meus ombros as responsabilidades da gerência da pasta da guerra, disse o que, porventura, faria se de facto tivesse a desgraça de assumir a direcção daquela pasta.

As afirmações quo então fiz são as que hoje mantonho. (Apoiados).