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Diário da Câmara dos Deputadot

pedindo aos mercenários uni bem organizado sistema de reservas nacionais.

Sei bem como na Eevolução Francesa se tornou a ressuscitar o levantamento em massa para o exército; como Bona-•parte orientou o aperfeiçou essa organização e, sobretudo, como depois o general Clauzewitz assentou os priacípios que tornaram definitiva a organização dos exércitos germânicos, que se impôs às organizações militares de todo o mundo.

A guerra ó hoje, mais do que nunca, a guerra da nação armada.

Não compreende, pois, que haja um só cidadão capaz de servir a Pátria que, no momente oportuno, não tenha o dever imperioso de lho prestar todos os serviços que as exigências da guerra dóle reclamem.

Prestar serviços na fronte; prestar serviços na retaguarda, pois que estes são tam necessários como os da frente. Se nos serviços da retaguarda os cidadãos não podem mostrar a sua valentia pela luta peito a peito com o inimigo, podem, todavia, prestar também relevantes serviços ao seu país.

Se assim é. nós devemos partir do princípio de que qualquer indivíduo que ingresse no exército, fazendo parte do corpo de tropas milicianas, não pode dei xar de ter a ideâ de que tudo quanto tenha feito ou venha a fa^er o terá feito ou virá a fazer pela Pátria, e nunca-para se servir a si (Apoiados}.

Portanto não tem o direito de vir ar gúir de ingratidão, nem de-esquecimento, o facto de não se lhe assegurar um lugar no organismo militar ou no organismo civil. Se não fosse assim poderíamos tirar a conclusão de que todos os oficiais do activo que cumpram o seu dever na manutenção da ordem, na luta contra os inimigos da República ou na luta contra o» inimigos estrangeiros têm direito também a uma situação excepcional.

Uni oficial do exército, Sr. Presidente, (o falo nisto tam desembaraçamente, ' quanto é certo que o único irmão que tenho é tambOm militar) dá-se por bem pago quando tom a consciência de q;ue bem serviu a sua Pátria. E quando essa-Pátria lhe reconhece os seus* serviços, colocando-lho nb peito o galardão que é destinado a premiar os actos de bravura e heroísmo, ele recebeu todo o prémio

que legitimamente tinha direito a esperar.

j Não é próprio da nossa raça, .do nosso espírito latino, receber outra paga pelo cumprimento do nosso dever!

Sr. Presidente : eu bem sei que a .raça anglo-saxónia procede doutra maneira e paga ricamente aos seus generais. Mas nós não somos assim.

Muito bem, mostrando um altíssimo espírito, procedeu o marechal Foch, recusando* o dinheiro fartíssimo que lhe ofereceram os -seus. amigos ingleses ! (Apoiados).

Sr. Presidente: eu, neste projecto, vejo mais atender-se aos serviços individuais que ao bem gorai.

Debaixo deste ponto de vista, eu terei de fazer alguns reparos, e estou certo de que os oficiais que compõem a comissão de guerra tomarão na devida atenção as emendas que, na especialidade, mandarei para a Mesa.

Há aqui artigos que, pela doutrina que

encerram,

n em contradição c

apresentada há pouco pelo Sr. Ministro das Finanças.

Também não compreendo o pensamento que levou â cuiuissão de guerra a introduzir a disposição, que garante aos oficiais e sargentos milicianos um direito de preferência absoluta no provimento de lugares civis.

Admitindo este princípio, nós vamos dar preferência a indivíduos que se distinguiram muito pela sua bravura e pró-, vás militares, mas só por estas, em prejuízo doutros da classe civil que já tinham dado provas da sua inteligência e das suas qualidades para bem servir o seu País, nos lugares sedentários a que se destinavam.

Creio que nós devemos, por sistema, afastar as preocupações de ordem pés-' 'soai. j Acima dos homens está sempre a Pátria !_

Sr. Presidente: há ainda um artigo, o 9.°, que cria cursos especiais para habilitação dos milicianos para os postos superiores.

Parece-me que com isto o que se quero, o que virá a acontecer, é que se tome tal disposição como pretexto para nomeação de mais professores e para dar mais gratificações.