O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 3 de Março d* 1920

pressão rnais nítida e real dum reconhecimento indeclinável pelo modo altivo, nobre, heróico e honrado como se assinalaram perante a história pátria. (Apoiados}.

Mais claramente desenvolvo o meu pensamento. Não lhes devemos regularizar a situação, como se se tratasse dum mero favor, mas como uma completa expressão de justiça, demonstrando-lhes que o país os reclama dentro das fileiras do exército, que muito honraram, porque da sua acção- e do seu valor ainda há necessidade. (Apoiados).

Sr. Presidente: o Sr. Afonso de Melo. atravós as suas considerações, aliás muito judiciosas, que acabo do expor, pareço que deixou pairar, por um momento, neste ambiente, a vaga idea de que os oficiais milicianos que nobremente souberam cumprir o sou dever, não deveriam esperar por nenhuma recompensa.

Sim, já o disse e repito, essa heróica falange de almas moças e ousadas, não o reclamam ; mas somos nós, por honra própria, que temos por dever indeclinável dar-lhes lugar destacável nas fileiras do exército português, que tanto orgulharam com seus feitos admiráveis (Apoiados}.

Estou certo de que os .próprios oficiais que já ali têm lugar marcado serão os primeiros a festejar a sua ida, corno a de camaradas dilectos, dignos da sua grande veneração. (Apoiados):

Ah, Sr. Presidente! evoco com viva emoção alguns retalhos da propaganda da nossa participação na guerra o relembro com saudade algumas frases de arrebatado entusiasmo, nascidas- no meu coração de português, sobretudo quando as dedicava, na despedida, a companheiros queridos e a irmãos adorados que para lá foram, comportando-se com galhardia e bravura : «Morrer pela Pátria, rapazes, dizia--Ihes, não é morrer, é viver!» (Muito ' liem}.

Por conseqiiOncia não foi para ingressarem no exército que os milicianos se destinaram aos carúpos de batalha, nem ôles nos vOrn pedir esse favor ou mercê. Nós ó que ali os desejamos, om reconhecimento da justiça que lhes assiste. (Apoiados).

Quando a nacionalidade acordou e se ergueu pa.ia efectivar um compromisso a tratados seculares, dignos de registo e de

27

respeito; quando o clarim tocou a unir para a marcha, foram arrancar-se à labuta das suas profissões liberais muitas energias que jamais sonharam em ser militares e que, perdendo os seus lugares ou afastando-se das suas carreiras, a elas não podem regressar por já não irem a tempo, porque estão substituídos, c sobretudo porque se julgavam à sombra de direitos adquiridos. .

,; Será, pois, legítimo sacrificá-los a esse duro e penoso abandono, dando mostras de que lho não reconhecemos utilidade? (Apoiados}.

No meu projecto de lei torno extensivas as regalias que lá se observam, e que não deparei na proposta, aos oficiais milicianos que não colaboraram nas guerras externas,, por motivos independentes da sua vontade, mas se comportaram com .singular rasgo e bravura na defesa da bandeira da República, com o mesmo arrojo e galhardia dos seus camaradas que lá fora honraram as nobres tradição da raça portuguesa.

Quando neste país de surpresas c paradoxos o regime republicano foi embaciado por uma aventura gerada no ódio e na traição, e a tirania dementada pesou férulamente sobre todos os patriotas, caracteres houve que pretenderam marchar para terras do França, para janto dos seus irmãos de armas. Eram também milicianos, mas, em vez de os atenderem no seu pedido, enclausuraram-nos no fundo negro das prisões.

Foi a resposta que lhes deram, evitando que fossem cumprir o seu destino. Mas por não terem ido. desde que se reconheça que são bons e liais republicanos, é meu parecer, no aludido projecto, que devem igualmente ingressar no exército do meu país. (Apoiados}.

Rememorando, Sr. Presidente, com tristeza, o desarrôlo dos acontecimentos dessa época, vemos com orgulho os que empe-nhadamente nos devotámos à simpática causa dos milicianos, que não foram eles que deram causa a algumas das páginas mais degradantes que nos feriram a sensibilidade de republicanos e patriotas.