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de 3 de Março de 1920

não só diga porventura que não estamos a, tempo de arripiar caminho e que não possamos recuperar o perdido. Julgo mesmo chegada a oportunidade de efectivar esse desiderato supremo, atingido o cume da vicissitude financeira ao qual nos impeliu a voragem da grande guerra e con-seqúentemente o egoísmo revoltante dos que a sombra dela se alcandoraram em montões do ouro.

Volvamos para essas regiões afastadas nossos olhos esperançados, ponhamos nessa tarefa redentora as melhores energias e as mais scintilantes inteligências e legaremos aos vindouros uma terra livre, próspera e feliz.

A esse respeito essencial, que constitui um elevado problema de salvação pública, muito há que propor e que estudar,, mas que é inteiramente deslocado do assunto que ora tratamos, e se lê véu: ente o referi, é somente para fundamentar o argumento de que necessitamos urgentemente, adoptar as medidas imediatas para a organização dum exército colonial. {Apoiados),

Sim, Sr. Presidente, não basta que -apregoemos a importância, em extensão e em valor intrínseco, das colónias que possuímos ; é imprescindível que as dotemos com os auxílios reclamados para prosperarem e atingirem a meta do seu engrandecimento.

E um dos meios mais próprios para as sua existência e prosperidade, para o cabal aperfeiçoamento da sua vida comercial, industrial, económica, é, e a meu ver, •essa organização do seu exército que altos 43 inconfundíveis serviços lhes prestaria.

Para esse exército colonial, mas digno de tal nomo, há muito que contar também com os valorosos oficiais milicianos, nas condições expressas nos considerandos e no corpo dos artigos do projecto de lei por ruim apresentado e quo explanarei mais detidamente quando vier à discussão na especialidade.

Sr. Presidente : a hora vai adiantada c não é meu desejo alargar a presente discussão.

Nem é preciso, porque já observei que o assunto deparou simpatias no espírito de todos os quo tem assento nesta assem-blea.

E,cgozijo-me intimamente com o facto, pois reconhecer-se hão direitos legitima-

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mente adquiridos à custa do muito sangue derramado, de muita dor sofrida, e provaremos ao país que alteamos no cadinho das nossas almas, onde a figura heráldica da República se espelha em tons alvos de pureza e de amor, aqueles que desfraldaram ao vento das suas aspirações, com afecto, com garbo, com heroísmo, essa bandeira imaculada de Portugal.

Tonho dito.

O orador não reviu.

Vozes:—Muito bem. Muito bem.

O Sr. António Granjo: — Já uma falta praticou esta Câmara doixando passar tanto tempo sobre esta proposta (Muitos apoiados], a respeito da qual se devia ter pronunciado desde a primeira hora.

Era uma obrigação da nossa parte, como representantes da nação, testemunhar àqueles que defenderam a Pátria e por ela se sacrificaram, a nossa gratidão e o nosso reconhecimento.

Vem hoje à discussão esta proposta, e é de justiça dizer-se que os oficiais milicianos, tendo cumprido admiravelmente o seu dever em França, admiravelmente o tom cumprido depois da guerra: esperando com patriótica paciência que o Parlamento se ocupasse da sua situação. (Apoiados).

A grande guerra demonstrou que o princípio' basilar de todas as organizações militares têm de ter o princípio da nação armada.

Era antigamente citado como exército típico o exército alemão, constante do grandes efectivos permanentes e que merecia aos doutrinários de todos os exércitos, em geral,, a apreciação mais profunda.

No nosso país nunca criou raízes o espírito militarista, sendo certo que mesmo no nosso exército, (píer os seus chefes, quer os oficiais subalternos, nunca só deixaram possuir dum pensamento que se pudesse traduzir numa acção que subjugasse as outras classes e constituísse como quo o fulcro da actividade política e social, mas em todo o caso não eram raros os oficiais generais o outros oficiais superiores quo mostravam publicamente a sua incondicional admiração pelo exército alemão.