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DiArio da Câmara dói Deputados

Algumas considerações eu desejo fazer, acerca desta proposta de lei que, diga se do passagem, mas com franqueza, já há muito devia ter merecido as devotadas atenções da Câmara para uma definitiva e cabal liquidação, porquanto o meu espírito me impulsiona sempre a intervir em todos os debates em que a justiça tenha de sair imaculada e os sagrados ideais republicanos hajam de ser defendidos e prestigiados.

E -este, para mini, e estou que para todos, um dos assuntos que niellionnente servirá para honrar e enobrecer o Parlamento. Koembrar os oficiais milicianos, a sua acção benéfica e salvadora no moio nacional, a sua bela atitude numa hora era. que quási tudo era desânimo ou pnsi-laniinidade, a sua adorável galhardia marchando para o dever com os olhos iluminados, de pé, e pôr ern relevo, em saliente destaque, feitos admiráveis que jamais podem murchar em peitos portugueses. (Apoiados).

Falo sempre, Sr. Frosidouie, com recolhimento c comoção nessa luzida plêiade de bravos que tendo no íntimo, sorridente e cantante, uma primavera florida, mocidade deliciosa que bastou para vitoriar uma Pátria, sofreram os mais duros embates, os maiores sacrifícios e canseiras, sem que suas almas se sentissem ser alguma vez desalentadas. (Apoiados).

Porém, reatando o fio interrompido das minhas considerações sobre o motivo es-seucial do debate, dedicadas essas palavras de arrebatado afecto e admiração aos valentes oficiais que tanto direito têm ao nosso puro entusiasmo, cumpro-me afoitamente garantir que se é certo que na proposta de lei ora cm discussão deparo com princípios com os quais inteiramente concordo, por serem animados de boa vontade em atender reclamações justas, também 6 licito assinalar com a rasgada franqueza que me caracteriza, sem. o mais levo assomo de desprimor para com o Sr. Miuistrs da Guerra, nela encontro bastantes e inadmissíveis dificiências.

Foi por isso mesmo que, pelas alturas ou no decurso de Novembro passado, eu me apressei em apresentar nesta Câmara um projecto de lei, tendente a reconhecer direitos sagrados, moldado em âmbitos que se me afiguram mais equitativos e inais completos e que estou certo há-de

merecer a honra do ser. neste momento, ou na especialidade, apreciado e discutido conjuutamente com a proposta hoje posta, na generalidade, à nossa análise.

Sr. Presidente: as expressões de relevo e de nobreza proferidas pelo Sr. Ministro da Guerra, dando o seu voto e o sou aplauso ao actual e momentoso assunto, encheram de orgulho o meu espírito de republicano G de paladino da justiça e do direito. E ele um ilustre e valoroso oficial quo heroicamente se bateu nos campos sangrentos da Flandres, onde se jogavam os destinos do mundo, e consequência tem demasiada autoridade para aquilatar dos relevantes serviços prestados pelos milicianos e firmar a apreciação necessária acerca da sua competência.

Não havemos de ser nós, os que afastados desse mester pesado das armas, dosconhecedores do assunto porque não somos técnico, sem conhecimentos especiais das respectivas matérias que lhes havemos de apregoar créditos, sob Osso essencial ponto do vista.

Nós podemos e devemos apreciá-los através do prisma dos sacrifícios por que passaram e dos esforços que tiveram de conjugar para poderem honrar o seu país, em África, em Franca e até cá dentro, de molde a merecerem inteiramente a nossa simpatia e o nosso reconhecimento.

Mas, Sr. Presidente, eu sou daqueles que ouso discutir os mais emaranhados problemas, embora os-conhecimentos sejam debilitados, por vezes, por que nesse caso entra em auxílio a razão, e quando esta se alevanta em ondas do sinceridade, jamais se costuma enganar.