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Diário da Câmara dos Deputado

tem revelado sempre em todos os lances essas qualidades.

Não temos de discutir nem distinguir quem, na nossa participação na guerra, melhor cumpriu o seu dever ou a ôle faltou mais vezes, porque todos eram portugueses, e todos possuíam as mesmas virtudes e os mesmos defeitos, e todos tinham as mesmas qualidades de energia, conforme o meio e as circunstâncias. Todos, milicianos ou do quadro permanente, oficiais ou praças, mostraram exuberan-^emente essas magníficas qualidades da nossa raça.

Estas palavras que brotam dos meus lábios com calor, com muita fé e com muito enternecimento, por ter assistido durante longos e largos meses às provas heróicas dos nossos oficiais, sargentos e soldados, jamais nie poderiam levar à apresentação dum projecto de lei resolvendo a situação dos milicianos, em que não reconhecesse devidamente os serviços que prestaram. Mas a admiração, a jus-

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uca,, u gcuãr na grande guerra obrigaram-me a sentir que a organização do nosso exército neles se baseava, para transitoriamente deles se servir,, e não para lhe garantir uma situação permanente dentro do exército, porque vinha destruir o fundamento deste. Mal foi o ter-se estabelecido em certa época, ou soja quando se levantou a campanha contra a guerra, que a forma de não ir para a guerra era ingressar no exército.

Origino u- se este estado de espírito unicamente para reconhecer os serviços dos que na guerra nunca entraram.

A Câmara conhece muito bem tudo que se passou durante esse período, como conhece o que se. passou duranto o período da restauração republicana.

Cada mês que ia passando, cada dia que ia decorrendo, mais se ia arreigando a convicção de que os milicianos cstavnm integrados no exército para não irem para a guerra. Só em Junho se atentou na impossibilidade de se censervar no exército todos os milicianos, reconhecendo-sc que nele só deveriam ficar os que deram provas exuberantes do seu valor. E assim, ao tomar conta da pasta da Guerra, encontrei um decreto que não chegou a ser publicado, e que era o primeiro documento em que se tratava da situação

dos oficiais milicianos, cujo princípio era reconhecer só o direito aos oficiais qno tinham entrado em campanha de ficarem no quadro permanente.

Pregunta-so se este projecto apresentado à Câmara e aquele que foi apresentado no Senado por um ilustre Senador e oficial do exéreito, têm ern vista obedecer a alias necessidades do exército.

Não se pode dizer, Sr. Presidente, de forma nenhuma, visto que o assunto é muito complexo, sê ele atende inteiramente às necessidades do exercito..

Nós sofremos, Sr. Presidente, dificuldades em vista da mobilização parcial que se fez, sacrifícios que não foram repartidos por todas as nações, por todas as classes.

Alem disso, Sr.' Presidente, a intenção que se fez desde Dezembro de 1917 em diante, não enviando, criiniriosamenter para fora do país mais soldados para a. guerra, teve em vista trazer-nos mais graves o maiores sacrifícios que durante

Nós, Sr. Presidente, temos de olhar, sobre «o assunto, para a "situação em que-esses oficiais se encontram, para não serem prejudicados no seu futuro, para os seus interesses, como compensação dos serviços prestados.

Não se trata, Sr. Presidente, de com ôste projecto atender às necessidades do-exército, mas sim de remediar desigualdades que existem,

Náo se trata, Sr. Presidente, de um galardão feito a esses oficiais; mas sim duma compensação pelos serviços prestados em França, dada pelo Estado, o que-é um dever (Apoiados).

Aqui está, Sr. Presidente, a razão de s.er dOste projecto, o que, aliás, é de toda a justiça, para compensar, ern parte, os sacrifícios que esse exercito fez durante-anos, formando, por assim dizer, uma muralha contra a invasão dos alemães, servindo-lhes assim de estímulo para, se de futuro necessário for pedirlhes outra vez. sacrifício idêntico, eles se apresentarem igualmente de boa vontade, corn a mesma fé, cumprindo o seu dever. (Apoiados).

'Mas não podemos deixar de obter os efectivos e buscar maior soma de oficiais e soldados para o quadro permanente.