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Sessão de 10 de Março de 1920

continuar a discutir-se sem que o Sr. Ministro das Finanças sobre ele se pronuncie?

Estou convencido de que a Câmara, votando a discussão deste projecto, se esqueceu que ele traz aumento de despesa.

O orador não reviu.

O Br. Mera Verdial: — Parece-me" que quando se discutiu esta proposta a Câmara ficou bem esclarecida sobre a necessidade da organização da escola técnica da Covilhã. Este projecto traz um pequeno aumento de -despesa, mas' tratando-se da criação duma escola técnica num moio industrial, como ó a Covilhã, não me parece que a Câmara não deva manter a sua primeira deliberação.

O Sr. Cunha Liai: — Todos nós reconhecemos a necessidade da criação da escola técnica, mas sabemos também que existe uma lei-travão que não permite a discussão deste projecto.

O Oradorr — Essa lei-travão não está em vigor senão na discussão do Orçamento.

Eu conheço a lei-traA-ão.

Esto projecto foi feito antes da apresentação do Orçamento ; não está, portanto, sob a alçada dessa lei.

O que o Estado precisa é de dinheiro. Necessita de capitais com que deve fazer face às despesas públicas, para fomentar a riqueza do país. É bom, portanto, não negar dinheiro para escolas 'técnicas, o que é omesmo que negar à terra semente o querer que ela do trigo.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Vai entrar-se na ordem do dia.

ORDEM 1)0 DIA

Continuação do debate sobre a apresentação do Govôrno

O Sr. Presidente: — Tem. a palavra o Sr. António Maria da Silva.

O Sr. •António Maria da Silva : — Sr. Presidente : na sessão de ontem defini em meu nome e em nome do partido a que per-

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tenço a posição que manteremos perante o Governo da Presidência do Sr. coronel António Maria Baptista.

Não teria, portanto, necessidade de voltar a fazer uso da palavra, se não fosse no decorrer da discussão terem-se referido a alguns factos.

De toda a história da crise uma única cousa me_ confrangeu: a determinante do Sr. Álvaro de Castro. Devo confessar quo essa dctcrmuian^ inc maguoUj por uma razão de resto Dsolutamentc compreensível para V- Ex.a e para todos que mo escutam.

O seu carácter o o alto valor intelectual, os relevantes serviços prestados à Pátria e à República, quer na sua defesa, quer no exercício dos altos cargos, certamente justificam as palavras quo acabo d P pronunciar.

O Sr. Álvaro de Castro deliberou afastar-se do partido cm quo ambos milita-mos, e seria uma hora bemdita aquela em que modificasse- a sua posição política actual. Estou convencido de que ês.s3 facto agradava ao país.

Mas as circunstâncias podem modificar.--se, e estou certo de que o Sr. Álvaro de Castro modificará também o seu procedimento.

O Sr. Júlio Martins rcfcriu-se à parte da criso que dizia respeito ao Ministério de cuja formação fui encarregado pelo mais alto magistrado da nação. Não tenho absolutamente nada a rectificar nas suas palavras, mas sim a acrescentar algumas, c . Incumbido, pelo Sr. Presidente da República, de formar Ministério, fiz as necessárias diligências nesse sentido, e parece-me interessante referir a V. Ex.a e à Câmara, embora ligeiramente, o que se passou antes e determinou essa incumbência.

Os leaders desta casa do Parlamento reuniram-se e entenderam que era o momento de se organizar um Ministério de salvação > nacional, que'era conveniente reunir um certo número de figuras tais que esse Ministério fosse mais um Governo de homens do que um Ministério de clientelas políticas, como vulgarmente se diz.