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Ministro do Comércio, porque, mesmo na ' hipótese de a portaria ser publicada, os ferroviários iriam para a greve.

O Orador: — Sr. Presidente: -eu não guardo qualquer despeito dessa hora, mas apenas inâgoa pelas circunstâncias em que os 1'actos se produziram.

Tenho a certeza absoluta de que muitas pessoas que se tom servido de mini para conquistar determinadas posições não têm sido para mini tárn amigas como eu desejaria que o fossem. Nem mesmo desses guardo ressentimentos.

Enteado, repito, que "neste momento e neste local, pelo menos na parte que me diz respeito, absolutamente mais nada à Republica interessa neste agregado.

E, como eu não quero ser acusado de demorar a discussão que sempre provoca a apresentação dum gabinete e do que ele pretende fazer, e sei que o novo Governo-só está verdadeiramente apto depois de se apresentar nas duas Câmaras, vou terminar.

E, porque o momento deve ser de acção e porque o Ministério ó constituído por figuras enérgicas que necessariamente hão-de coar a sua energia por uma esclarecida inteligência, e embora resolvam simplesmente o problema restrito da ordem pública, a que anda ligado o problema das subsistôncias, já um bom serviço prestam ao País.

Reiterando, em nome do meu partido, o apoio que ontem lhe foi dado, torno a saudar, na pessoa do ^r. Presidente do Ministério, os novos Ministros, fazendo votos porque em breve assegurem o sossego indispensável ao País e o regresso dos funcionários públicos aos seus respectivos lugares, e que nos façam enveredar pelo caminho que nos há-de levar a outro em que o ambiente de paz e de tranquilidade torne fácil a resolução dos graves problemas económicos o financeiros.

Esqueceu-me, porôrn, no meu discurso, de tratar dum ponto.

Ontem o Sr. Domingos Pereira pregun-' tou-me o motivo por que eu não tinha organizado um Ministério partidário. Eu respondo a S. Ex.a O Sr. Presidente da República, quando eu lhe contei o que se tinha passado na reunião preparatória, insistiu muito para que ou continuasse nas minhas negociações para organizar uni

Diário da Câmara aos Deputados

Governo. Depois do que eu relatei, e até pelos melindres que tinha em aceitar a ligação com o Grupo Popular, não pensei em outra cousa senão em constituir um Ministério partidário. O orador não'reviu.

O Sr. Domingues dos Slantos:—Sr. Presidente : se me resolvi a tomar parte neste debate, foi porque o ilustre leader do Grupo Parlamentar Popular, ao narrar a história da crise do gabinete presidido pelo Sr. António Maria da Silva, fez expressas referências a actos em que eu intervim e ó bom que luz completa se faça sobre essa crise para que fiquem esclarecidos os motivos que a determinaram.

Sr. Presidente: na sexta feira passada, por volta das~ 19 horas, num dos gabinetes do Parlamento, estavam reunidos vários indivíduos, encarregados já de sobraçar várias pastas, no Ministério constituído pelo Sr. António Maria da Silva, cabendo-me a mira a pasta do Comércio.

Foi nessa altura, Sr., Presidente, que nesse mesmo gabinete, entrou o Sr. Jor-go Nunes, então Ministro do Comércio, demissionário.

Imediatamente S. Ex.a indagou da pessoa a quem competia o cargo de Ministro do Comércio.

Respondi que era eu.

Então S. Ex.a entabolou conversa comigo, falando-me da situação especial dos ferroviários da Companhia Portuguesa e doutras companhias concessionárias do Estado.

Declarou-mo S. Ex.a que, naquele momento, se encontravam no edifício do Congresso os delegados de todas essas companhias, que já tinham proclamado a greve que seria feita ainda nessa noite, mas que sendo eu quem assumia a gerência da pasta do Comércio, talvez alguma cousa pudesse fazer para evitar o caso.

Seguidamente S,. Ex.a foi dizer a esses delegados que fossem às suas associações dar contra-ordem de greve, porque talvez a portaria fosse publicada e tudo se remediasse sem necessidade de greve.

Depois contou-ine, mais ou menos, que combinações tinha feito com esses ferroviários e ao mesmo tempo mostrou-me a portaria que estava disposto a publicar.