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Sessão de 10 de Março de 1920

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posição anteriormente marcada no Parla-'mento porque pode a opinião pública julgar que a sua orientação era apenas determinada por uma cadeira de Ministro. Nestas condições, eu estava eoirvencido d& quo não haveria discussão sobre os ferroviários.

O Sr. Cunha Liai:— 4Pode V. Ex.a

dizer se fomos nós, populares, que levantámos essa questão?

O Orador: — Não, senhor!

Esperei que todos chegassem a um acordo. Infelizmente não o consegui; mais uma insuficiência da minha parte.

Sc não estou em erro, o Br. Domingnes dos 'Santos já estava disposto a subscrever a portaria pelo receio que tinha de que os ferroviários fossem para a greve, o que viria" complicar a resolução dum problema que, na opinião de todos, deveria ser resolvido num pequeno espaço de tempo, convencidos corno estávamos de que haveríamos de fazer com toda a celeridade o barateamento dos géneros mais essenciais à vida.

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o. Ji/x." luzia, se oeiu mo r^oorciOj quo a Companhia não ficaria com qualquer importância que não lho devesse pertencer; que ela arrecadaria o que lhe adviesse do -segundo aumento das sobretaxas, e que o Governo nomearia imediatamente uma comissão que, estudando a.assun-to, fixaria o que devessem ser despesas obrigatórias'e despesas forçadas de administração, revertendo o restante para o Estado.

• O Sr. Cunha Lia!: — ,iO -que V..Ex." entendiam que deveria reverter para o Estado era aquilo que ia alem das reclamações do pessoal?

O Sr. Domingues dos Santos: — O que eu pretendia era que a Companhia não tivesse um centavo, sequer, daquilo que era para o pessoal.

^O Orador:~ Estávamos todos -compenetrados do que assim havia de ser. Mas, Sr. -Presidente,' como. a Companhia tinha de arrecadar o que fosso fixado para despesas obrigatórias e para despesas forçadas de administração, e era esse o-ponto de discórdia, como o tem sido através

dalguns anos, porque a história já ó antiga, infelizmente, uma vez fixadas essas despesas, ficávamos absoluta m ente convencidos do que devia ficar para a Companhia, do que devia ser para o pessoal e do que deveria reverter para o Estado.

Creio que foi o Sr. Cunha Liai quem declarou quo dificilmente reverteria para o Estado essa. importância do restante, uma vez que tivesse sido arrecadada pela Companhia. S. Ex.a concluía pelos antecedentes, e talvez .bem, que de facto não conseguiria o Estado receber essa importância.

En então pretendia achar uma plataforma: a Companhia ficaria com a importância que legitimamente, segundo o 'nosso parecer, não devia ser recebida por ela, mas isso não fazia mal porque eu tinha no programa do meu Governo o resgate das linhas, cousa que ou defendo desde 1912, e estou convencido de que isso tom de se fazer, o encontraríamos, a quando desse resgate, -aquelas importâncias que a Companhia, porventura,"percebesse sem qno, todavia, devessem ser para ela. Devo declarar que não fui feliz nessa étape, pois qno o Sr. Cunha Liai alvitrou que o melhor, para terminar com essa.a discussões, seria o Governo ir denunciar imediatamente o contrato com a Companhia, seguindo-se depois para o resgato. Ao mesmo tempo prcguntava-mo S. Ex.a se eu estava habilitado a fazô-io. Respondi que, para tal fazer, necessitava encontrar-nie em condições do poder pagar uma anuidade à Companhia, de preparar primeiro o ambiente.

Frisava-se, porém, um facto, que é interessante, e que já aqui foi referido, qual é o de a portaria estar composta, e que o Sr. Jorge Nunes tinha tomado, em nome do Governo, o compromisso de "honra de não sair do Governo sem qno a referida portaria fosse publicada. Ora, desde que havia esse compromisso cio publicá-la antes de sair do Governo, eu pre-gunto a V. Ex.a, Sr. Presidente, porque ó, que essa portaria se não tinha já publicado. . v