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Sessão de iO de Março de 1920

feriu que tivesse tomado com esses ferroviários o compromisso formal do publicar tal portaria, antes de sair do Governo.

O Sr. Joaquim Brandão :—Aportaria não .estava a essas horas na Imprensa Na-.cional.

Posso afirmar isto a V. Ex.a

O Orador :— Não estou a dizer que ela lá estivesse.

Sr. Presidente: o Sr. Jorge Nunes, nessa mesma tarde, podiu-me que recebesse ainda na noite desse dia os ferroviários a Hm de os ouvir e ver se poderia resolver o mais depressa possível essa questão que podia trazer graves" complicações para a vida do novo Governo. " Entendi que de facto se tratava duma questão grave e momentosa e que, por isso mesmo, era necessário resolvê-la quanto antes, tanto mais que entendia ainda, e continuo entendendo, que bem melhor ó resolver as questões antes que surjam do que esperar que elas nos apareçam e nos esmaguem.

Por tal motivo, e depois de ter conver-. sado com o Sr. António Maria da Silva, combinando que toiuaria posse pelas 21 horas, declarei que receberia os ferroviários nessa noite, às 23 horas.

Sr. Presidente: dovo declarar, da forma mais terminante, quo os ferroviários não me fizeram qualquer imposição.

Não a fizeram, nem eu a aceitaria.

Já aqui tenho dito que sou incapaz de ceder perante coacções, ou vergar ante ameaças sejam do que natureza forem.

Mas 'tanto mais certo isto ó, que eu nem sequer cheguei a falar com 6los.

Só pela boca do Sr. Jorge Nunes soube o quo se passava.

Por volta das 21 horas e meia reuniam os membros do Ministério, na Administração Geral dos Correios e Telégrafos.

Combinámos trocar impressões o assentámos nas bases a seguir para quo o Ministério tivesse condições do vida.

Sr. Presidente: nesta altura vem a portaria que ou conheço pelo quo disso o Sr. Jorge Nunes, não porque ou tivesse lido o seu conteúdo.

Estamos perante a dificuldado : as "greves dos correios 8 telégrafos e dos funcionários públicos quo ora preciso resolver quanto antes e o melhor possível.

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A questão dos funcionários seria bom não voltar à discussão, era um assunto que tinha irritado os ânimos, era indispensável quo não voltasse, pois poderia levar os ferroviários à greve.

O Sr. Cunha Liai dizia quo os 50 por cento não chegavam.

Diversas soluções só apresentaram, mas nenhuma delas satisfazia integralmente.

A solução apresentava muitas dificuldades e as- quo "se propunham não sorviam.

Procurei uma solução que me pareceu a melhor, e é bom que se conheça, pois nem os jornais nem o Parlamento aludiram a ola.

Sr. Presidente: era preciso evitar que se fizesse a greve ferroviária pelas perturbações quo acarretava e pelo quo vinha a custar ao Tesouro.

Queria, por isso, achar uma solução que satisfizesse aos ferroviários e ao Tesouro Público.

Essa solução pareceu-me tê-la encontrado, e declarei: publique-so uma portaria concedendo o aumento da sobretaxa à Companhia, mas ao mesmo tempo publique-se uma portaria nomeando uma comissão encarregada de determinar quais» são as despesas do administração e quais são as 'despesas de exploração a que esse aumento de sobretaxa se deve aplicar.

E feito isto, nem a Companhia podia receber um centavo a mais do que tinha direito, nem os ferroviários podiam ir para a greve.

Ainda hoje entendo que essa solução era a melhor.

O Sr. Cunha Liai:—

V. Ex.a há-do ver, quando eu usar da palavra, que na solução duma greve exactamente igual a essa, se pOs o problema exactamente como eu o pus, tendo os gre^ vistas aceitado a minha solução, e se agora não a aceitaram, foi porque por detrás dolos estava a Companhia.

j Verá V. Ex.a mais como a Companhia podia iludir a solução de V.0Ex.M

O Orador;—Eu tenho a certeza de que a rainha solução era a melhor, e que a Companhia o os ferroviários a aceitavam.