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/Sessão de 10 de Março de 1920

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monos veladas, toiidonto a fortalecer certos organismos políticos ou a dar forças a determinadas correntes pessoais.

Sr. Presidente: eu devo dizer, para terminar as minhas considerações, o isto porque não desejo referir-me senão aos projectos que mandei para a Mesa o àqueles que tenciono mandar, mas forçado a falar por êsso motivo, não quis deixar do produzir algumas afirmações políticas, ou devo dizer que, como soldado disciplinado da República, sinto profundamente a maneira como se resolveu a última crise política. Eu devo dizer que nem fiquei satisfeito com a actitude que o Parlamento tomou para com o GovCrno do Sr. Domingos Pereira, nem fiquei satisfeito com o insucesso dos Governos dos Srs. António Maria da "Silva e Álvaro de Castro, bem como não mo satisfaz a solução que se deu à crise.

A impressão com quo eu fiquei de tudo isto, foi que as antigas intrigas do Paço reviveram na República, orientando na ocasião presente "homens de Estado quo deviam estar mais à altura das suas responsabilidade e da sua situação.

Sr. Presidente: termino, mandando para a Mesa a minha moção de ordem.

O discurso será publicado na íntegra quando o orador devolver, • revistas, as notas taquigráficas.

Foi lida e admitida na Mesa a moção de ordem do Sr. Velhinho Correia,

É a seguinte-: .

Moção de ordem

Atendendo à perturbação social que oxisto do momento na nociodado portuguesa e a que ó indispensável pôr termo, trazendo aos espíritos a ordem que há-de provir duma melhoria geral das condições de vida, o considerando os termos da declaração ministerial, a Câmara -resolve dar ao Governo o sou apoio, confiando em quo da sua acção benéficos resultados hão-do advir para d país e continua na ordem do dia.

Sala das Sessões da Câmara dos Deputados, 10 de Março -de 1920. —O Deputado, F. O, Velhinho Correia.

O Rr. Mem Verdial: — A apresentação do Ministério devia suscitar um grande debate, não só sobre as ideas do seu pro-

grama, mas também sobre f as ideas que era desejo ver realizar.

Infelizmente, vimos fazer a história dos factos quo precederam, a constituição do Ministério o sobre as ideas dôle e sobre as ideas da Câmara, tam pouco íse disse que eu julgo todo este tempo perdido.

Como entendo que o debate deve ser orientado pelas ideas que cada Deputado devo ter, ponho de parte a história c ocupar--mo hei' do que mais interessar ao país.

Estamos dentro duma situação, do facto, do deserdem em todas aã classes organizadas com aquele figurino revolucionário que só existia nas classes operárias e que hoje já chegou às classes médias.

Não ó nesta situação que o Governo pode osíar com delicadezas. Tenho visto tanta, o principalmente com aqueles que não merecem nenhuma, que, apesar dum Ministério em melhores qualidades aí ter podido sentar-se, as circunstâncias obrigam-nos a aceitar o quo apareceu.

Mas como não me ca!>eni responsabili-dades nas quedas dos Ministérios que aí se deram, quoro definir a minha situação.

O Governo não cairia com o meu voto. Não rèconhoço aos funcionários públicos o direito à greve. Com o meu voto não capitulavam os Poderes do Estado.

Considero que seria, senão fácil, pelo menos o dever do quem assume o Poder nesto momento obrigar os funcionários públicos a retomarem os seus lugares.

As galerias manifestam-se,

Voses: — Sr. Presidente: j isto não pode ser!

!0 Parlamento está coacto ! As galerias são evacuadas. Pausa.

O Sr. Presidente: — Pode continuar no uso da palavra o Sr. Mem Vordial.

O Orador:—Dizia eu, Sr. Presidente, que o funcionalismo devia ser convidado pelo Governo a reassumir os seus lugares, sob pona do ser demitido.

Nesta questão não se trata apenas de reclamações duma classe.

lia indivíduos que, como meneurs, impelem os funcionários para um movimento de insubordinação.