O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 31 de Março de 1920

valiosos núcleos de compatriotas nossos enaltecendo o nome português.

Essa aliança ó necessária e imprescindível antes de nenhuma outra, para uma inteira dignificação da política e da vida nacional que demonstre a amigos e a ini migos, a aliados e a indiferentes que, a par de virtudes militares que em África e na Flandres largamente documentámos, tomos virtudes de organização c de idealidade que nos garantem uma continuidade de enaltecimento histórico e civilizador.

Depois sim. Depois temos de cuidar das alianças externas lembrando com orgulho que assinaram ao nosso Jado o Tratado do Paz, a Inglaterra, nossa velha aliada por via, de quem realizámos os actos que levaram a Alemanha a declarar nos guerra, e a República do Brasil com quem temos-comunhão de sentimentos e comunidade de interesses e a quem nos ligam os laços indissolúveis duma grande aliança humana, conforme a luminosa frase do Junqueiro.

Falando no Brasil, eis-iiie chegado ao tema principal 'das minhas considerações.

Antes da vitória sobro a Alemanha em que tomou parte o exército portuguOs na Flandres, já uma outra grande vitória a raça portuguesa havia realizado contra os bárbaros.

Vitória moral importantíssima foi a da entrada do Brasil na guerra, apesar dos enormes interesses que os súbditos de Guilliermo II tinham nos estados do sul do Brasil, apesar da propaganda inten-síssima que a favor da Alemanha lá foi levada a cabo, apesar dalguns dos seus mais eminentes diplomatas não esconderem a sua simpatia pela Alemanha.

Essa vitória não passou despercebida em. Inglaterra e na França.

Tenho na minha frente trechos do Temps G do Times, os dois grandes órgãos da opinião, dos aliados om que se enaltece o significado da entrada de Portugal na guerra e se alude à influência que essa atitude não podia deixar de exercer no Brasil. Aqui tenho tambOm esta honrosís-sinia referência do grande jornal brasileiro Gazeta de Notícias, a propósito da nossa intervenção na guerra:

«Não podemos manter por mais tempo unia neutralidade impossível e conter o impulso quo nos leva a- manifestar os.1 nos-

10

sós sentimentos de solidariedade com os nossos irmãos».

É ocasião do recordar que estas palavras correspondiam a um movimento-formidável de solidariedade com a Mãe Pátria da nossa colónia no Brasil.

O que foi de magnífico, do admirávelr de consolador o exemplo desse enorme e esplêndido núcleo de irmãos nossos!

j A .comunhão inteira de sentimentos o do esforços que nos deu a formosíssima lição de acabar com todas as retaliações e com todas as incornpatibilidades políticas que os traziam separados!

A obra extraordinária de -vibração espiritual e de solidariedade beneficente quo iez da Br.a Embaixatriz de Portugal "no Brasil, da Sr/ Coudessa de Avelar, da Sr.a Alberto de Oliveira e doutras ilustres senhoras portuguesas as musas generosíssimas do grande poema de bom fazer que em favor dos soldados portugueses na Flandres e dos seus órfãos e das suas viúvas em Portugal, em terras de Santa Cruz, se realizou.

Com que enorme consolação incluo neste parêntesis de justiça a obra do Grupo Pró-Pátria em. benefício dos soldados seus irmãos que trabalhavam pela glória da raça portuguesa e pela honra do quantos falam a língua em que Bilac nos disse:

«j Senos batemos pela nossa vida e pela nossa honra-, também nos batemos pelo vosso nome e péla vossa glória!».

Houve um momento em que os interesses de Portugal, os da sua colónia no Brasil e os do próprio Brasil fizeram um bloco único em face da barbárie que tudo ameaçava.

Esse bloco tom de mantcr-se dentro das realidades oconúmicus que na hora presente se contêm. E do todas as alianças em que possamos pensar uma há que as vantagens da guerra —- porque também houve vantagens— nos facilitaram.