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Diário da Câmara dos Deputados

que apesar da sua juventude já havia praticado actos suficientes que nos garantiam a continuidade à brilhante tradição de nossos antepassados.

Eni variadas e difíceis étapes da nossa agitada vida nacional todos, para sempre perdidos, haviam demonstrado qual 6 sou valor e do quanto eram capazes; criatm-ras duma só fé constituíam unia falange forte, sustentáculo sólido para Portugal, alicerce ^ firme da República. Isto explica também porque foram esses os de preferência sacrificados: todos haviam acorrido .ao chamamento que a Pátria lhes havia feito; em maior número figuravam, entre as nossas tropas quer em África, quer om França.

Sr. Presidente: seria meu desejo que a Câmara dos Deputados do mou país prestasse, numa grande apoteose, uma homenagem especial glorificantc a todos esses desaparecidos, alguns dos quais foram membros ilustres desta casa, contribuindo sempre para o bom nome do exército e prestigio nacional.

Eu desejaria mesmo, que o tempo não urgisse, e eu pudesse aqui assinalar algumas notas biográficas notáveis o actos vários, por forma a impo-los perpetuamente a consagração do país inteiro pelo muito que a Pátria e a República lhes devem.

Eeconheço com pesar não me ser permitido cumprir, neste momento, o meu -desejo, mas consinta a Câmara que ao menos eu cite alguns nomes, trazendo à memória de todos a recordação daquelas nobres figuras: major Afonso Pala, capitão Sousa, tenente Humberto Ataíde Ka-mos de Oliveira, tenente Portugal Lacerda, aviador tenente Jorge Gorgulho, tenente Passos e Sousa, capitão Serrão Machado, tenente Mendonça e Pinho, tenente Yidal Pinheiro, capitão Paz dos Reis, tenente Frias e tantos e tantíssimos outros!

Igualmente, neste monitmto, na luiuha dupla qualidade de parlamentar e oficial do exército, dirijo as minhas homenagens e saudações à marinha do girorra portuguesa que em terra e no mar íam brilhante e eficazmente, com o exército, colaborou para a vitória final. E seja-me permitido evocar a memória do valente comandante Carvalho Araújo, que tam nol.i'lii'H3J.to ou ..vou n.) ca mprimento

do seu dever e render o meu preito .a todos os marinheiros que pereceram lutando durante o período de,guerra.

Posto que as palavras por mim citadas aos nossos valorosos soldados tambôm sejam dirigidas, não quero deixar de, em especial, lhes fazer referência.

Aos nossos heróicos soldados; pabem como V. Ex.a deve saber, Sr. Presidente, as maiores glórias senão a totalidade de todos os actos sublimes pelo nosso exército praticados durante a guerra e que constituem novas páginas de ouro a acrescentar à nossa História.

E foi tam importante a sua acção que mesmo nos campos de batalha, nessas horas bem amargas, em que o desânimo, a descrença, o desalento que, apoderando-se ainda dos mais fortes dos dirigentes, nos ameaça subverter, nura dofectis-mo total, foram os soldados que, numa intuição admirável dos acontecimentos, nos salvaram da queda suprema. O de-fectismo não triunfou nas fileiras do exército português, porque o povo português, representado nele pelos soldados, não se deixou comprar pelos inúmeros elementos germanófilos imiscuídos propositadamente no .seu seio, e em todas as situações difíceis, com.uma noção clara, posto que per vezes imprevista, não se furtou ao cumprimento dos seus devercJs, dei-xando-so de preferencia guiar pelos dirigentes honrados que felizmente quási sempre acorreram em número suficiente para ser salva a honra portuguesa.

Sr. Presidente: quero também, por um raciocínio que a mim se mo afigura fundamentalmente justo, reunir na mesma homenagem aqueles que no período da guerra, em lutas políticas, morreram cá dentro, pois eles foram, no fundo, vítimas da mesma grande causa. Pode que-. rer-se dar àquelas lutas não importa que appecto: a verdade é que nós vamos, esmiuçando bem, encontrar sempre o dedo alernfio procurando por todos os meios exercer contra nós a sua nefasta e perniciosa influência.