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Sessão de 31 de Março de 1020

Mas a primeira, a grande, a natural é com o Brasil depois do pensarmos seriamente, pela completa dignificação da vida e'da política nacional, em restaurar a confiança internacional que temos abalada.

O nosso luso-brasilismo económico tem de fazer frente ao persistente liispano--amerícanisnio por que a nação vizinha vem combatendo há muito.

Dessas duas políticas do defesa das raças bem pode resultar alguma cousa, de lítil e de grandioso para a civilização, para a latinidade e para nós.

Quem sabe se estará reservado ao encontro delas a demonstração da doutrina de Z eb ali o s :

«O monroismo perde a sua razão de ser à medida que desce de norte para -o sul?»

E visionando essa definição de nova política das nações atlânticas que mando para a Mesa a minha moção.

Moção

A Câmara dos Deputados, ao ratificar o Tratado de Paz, considerando a vantagem e importância de o mais-breve possível se intensificar a política de aproximação económica com o Brasil, continua na ordem do dia.

Sala das Sessões da Câmara dos Deputados, 31 do Março de 1920. —O Deputado, Nimo Simões.

Foi lida e admitida a moção.

O Sr. Presidente: — A sessão está interrompida, devendo recomeçar às 21 horas e meia.

São 19 horas.

Sessão nocturna

O Sr. Presidente (Ás 22 horas e 12 minutos}:— Está reaberta a sessão. Tem a palavra o Sr. PlínkrSilva.

O Sr. Plínio Silva: — De harmonia com as disposições regimentais mando para a Mesa a moção que passo a ler:

«A Câmara dos Deputados verificando que o Tratado da Paz, assinado em Ver-

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sailles em 28 de Junho de 1919, está longe do satisfazer às legítimas e justas aspirações dos povos, muito especialmente dos pequenos, os quais durante quatro anos só bateram heroicamente pela defesa do Direito, da Justiça e da Liberdade, em que Portugal colaborou honradamente dando o máximo do seu desinteressado esforço, patenteado priucipal-mente em permanentes e inúmeros sacrifícios de toda a natureza, mas reconhecendo que de facto no Tratado se encontram exaradas várias disposições que permitem aguardar com confiança a realização de grande parte daquelas aspirações, espera que da sua sábia, inteligente e metódica execução advenham na realidade melhores dias para toda a Humanidade, e aprovando o Tratado, traduz assim essa sua esperança, afirmando estar Portugal disposto a continuar dando tudo quanto em suas forças caiba,- para a efectivação dos grandiosos o belos ideais, poios quais desde o primeiro momento, eni que o grande conflito europeu se desencadeou, por uma forma insofismável, demonstrou querer pugnar com toda a lialdade e entusiasmo».

Sr. Presidente: ao iniciar a minha entrada neste debate, natural ó que tendo en sido um combatente, ou melhor direi efectivo cooperador, ainda que dos humildes e apagados, em África e França, ou comece, em sinal do sincera e justa homenagem, .por evocar a memória de todos os meus irmãos do armas, saudosos inesquecíveis companheiros que em Naulila, Mongua, N'giva, Rovunia, Ncwala, N ouve Chapelle, La Couture, Lê Touret, Riche-bourg, Laventie, etc., caindo para sempre cm holocausto à Pátria, no sacrifício supremo das suas próprias vidas, contribuíram para que mais uma vez a honra dOsto grande Portugal se níantivesso incólume naquele nivcl superior a que os nossos maiores, através de inúmeros sacrifícios o lutas titânicas, conseguiram guindar durante os longos séculos que já contamos de existência.